Para o cientista político José Antônio Alonso, as exportações que iniciaram na década de 1960 permitiram “o grande salto da economia do Vale do Sinos”. Esse processo, segundo ele, consolidou “o mais sólido cluster de couro e calçados do País no Vale do Sinos”. No entanto, a aglomeração de atividades num único local, ressalta o professor, trouxe “consigo ganhos e perdas para a produção urbano-industrial e para a população”.
Natural de Santa Cruz do Sul, interior do Rio Grande do Sul, Eva Elísia de Moura amadureceu cedo. Deixou os estudos na quinta série do Ensino Fundamental para trabalhar como doméstica. Aos 17 anos, casou-se e logo teve seu primeiro filho. Junto com a família, veio para São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, onde encontrou trabalho e seu novo lar. Elisa, como gosta de ser chamada, hoje com 54 anos, desenvolve um trabalho importante como agente pastoral e é membro do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM), de São Leopoldo. Ela ainda planeja ser Promotora Legal Popular e trabalhar dentro dos presídios. Conheça um pouco mais de Elisa na entrevista a seguir.
“Não há alternativas fáceis e capazes de serem instaladas no curto prazo de tempo”, afirma o professor e cientista social Sérgio Schneider, referindo-se à atual crise do setor calçadista, que se acentua, nos últimos dois anos, na região do Vale do Sinos. Schneider explica que a região levou 30 anos para se industrializar e que, agora, não há como “mudar o rumo, a estrutura social e produtiva e, sobretudo, as mentalidades e perspectivas das pessoas em pouco tempo”, porque, a geração do Vale é formada por “pais e filhos de uma mesma família, que só aprenderam a fazer sapato”.
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