Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu em Coyoacán, no México, em 6 de julho de 1907. Filha de um fotógrafo judeu-alemão. Guilherme Kahlo, e de uma mestiça mexicana, em 1910 contrai poliomelite, sendo esta a primeira de uma série de enfermidades, acidentes, lesões e operações que sofre ao longo de sua vida. A poliomielite deixou uma lesão em seu pé direito. A partir disso, ela começou a usar calças, depois, longas e exóticas saias, que vieram a ser uma de suas marcas registradas.
“A pintura de Frida Kahlo incomoda públicos diversos, por diversos motivos, uma vez que ela transgride limites e fronteiras constantemente. Na relação com a Teologia Gay, a pintura de Frida e a própria Teologia Gay incomodam por revelarem contradições e inadequações de um sistema que divide dualística e hierarquicamente segundo padrões de gênero e sexualidade. Incomodam porque desestabilizam, derrubam seguranças fundadas em princípios frágeis e artificiais. Provocam porque não permitem respostas fáceis e exigem reflexão e desacomodação.” A opinião é do teólogo luterano André Musskopf, professor no Instituto Ecumênico de Pós-Graduação da Escola Superior de Teologia (EST) de São Leopoldo.
”Frida Kahlo é cultura como transgressão de domínios. Sua pintura, sua escrita e sua culinária estão de tal modo imbricadas que escapam dos cânones das disciplinas bem comportadas. Por isso, caracterizá-la já é uma impossibilidade; algo assim como explicar um poema.” A análise é do teólogo Vítor Westhelle, professor de Teologia Sistemática na Escola Luterana de Teologia de Chicago, Estados Unidos. Sobre a cozinha da pintora mexicana, pontua, “é uma alegoria”. E completa: “Frida nos deixa sem jeito”. A íntegra das afirmações pode ser conferida a seguir.
“Penso a idéia de um vestido uma metáfora fascinante, teologicamente falando. Imaginar Deus no vestido de Frida é imaginar Deus na fronteira de todas as coisas, nas situações limítrofes, no des/re/fazimento de Deus e de nós mesmos. O vestido dela nos ajudaria a pensar melhor um Deus encarnado, que vive na história e se veste como mulher, ou que nem os pobres”, afirmou o teólogo Cláudio Carvalhaes, analisando o quadro Meu vestido está pendurado ali, de Frida Kahlo. Ele enfatiza: “Todos nós vivemos entre fronteiras, todas elas construídas para nós e também por nós. O que somos, não somos, ou ainda haveremos de ser, estará sempre dependurado em situações limítrofes em que as ambigüidades estarão sempre presentes”.
Na entrevista a seguir, feita por e-mail para a IHU On-Line, a pedagoga Edla Eggert, professora da Unisinos, relaciona a obra Uns quantos piquetitos, de Frida Kahlo, com a violência naturalizada à qual as mulheres daquela época e de hoje foram e são vítimas. Segundo ela, “em muitas situações, os golpes continuam sendo violentos. Em outras situações, esses golpes são mais sutis, mas continuam existindo”. Em seu ponto de vista, a construção misógina da sociedades só será desconstruída através do processo educativo.
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