“Estamos numa crise de padrão civilizatório. Temos de mudar nossos modos de viver. Eles não são compatíveis com as possibilidades do Planeta, que é finito”, afirma o jornalista Washington Novaes, especializado nas questões ambientais. E completa: “A Terra tem limite”. A constatação foi feita em entrevista concedida por telefone para a redação da revista IHU On-Line na última semana, na qual ele reflete sobre a crise ambiental da Terra a partir dos dados apresentados no relatório do IPCC lançado em fevereiro desde ano. 

“As mudanças poderão ser visivelmente percebidas”, é o que declara o pesquisador Adalto Bianchini, professor do Departamento de Ciências Fisiológicas da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a respeito dos efeitos das mudanças climáticas atuais. O professor acredita que o relatório do IPCC, que causou grande polêmica na mídia, está sendo considerado pelo Governo Federal, mas acredita que a economia impera sobre esta causa. “Não podemos nos esquecer que as questões ambientais, necessariamente, são discutidas considerando-se as necessidades de desenvolvimento e crescimento econômico do país.”

Graduado em Meteorologia pela Universidade Federal do Pará (1993), Williams Pinto Marques Ferreira é mestre em Agronomia (Meteorologia Agrícola) pela Universidade Federal de Viçosa (1997) e doutor em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (2004). Na entrevista que segue, concedida por e-mail a IHU On-Line, Ferreira diz que por causa das mudanças climáticas, nos próximos dez anos, “muito mais do que experimentar sensações físicas decorrentes das mudanças do clima, serão percebidas mudanças no cenário geográfico e social brasileiro”.

“As incertezas foram reduzidas de modo bastante significativo”, é o que declara o físico Paulo Artaxo a respeito da divulgação do novo relatório do IPCC. Na entrevista a seguir, o físico comenta brevemente como o relatório supera os alertas ambientais anteriores, além de refletir mudanças possíveis no Protocolo de Kyoto.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fernando Antonio dos Santos Fernandez, acredita que podemos escolher, ainda, entre uma natureza muito degradada ou pouco degradada. Na entrevista que segue, concedida por telefone à IHU On-Line, Fernandez explica suas definições para desenvolvimento sustentável e diz que as questões ambientais estão além dos pandas e das baleias.