Brasileiros têm um “relativismo infiel”, e a estrutura social oligárquica fomenta a relativização das normas e, consequentemente, o clientelismo, aponta o filósofo Luiz Filipe Pondé

Embasado na Navalha de Ockham, Paolo Flores D’Arcais pontua que não é preciso apelar para Deus a fim de se explicar o surgimento da vida e do Universo. O relativismo de valores é, portanto, consequência do ateísmo, e o solo comum entre cristãos e ateus deve ser suas escolhas ético-políticas

Corrosão “de alto a baixo” no caráter de indivíduos e grupos e supervalorização do mercado são traços peculiares do niilismo em terras brasileiras, acentua o filósofo Roberto Romano. A ocidentalização do mundo pulverizou o etnocentrismo dissolvente dos paradigmas milenares

Fragilidade e incapacidade de abertura ao Outro são sintomas da intransigência moral que grassa em nossos dias, define o filósofo francês Paul Valadier. O compromisso pode ser a sua contrapartida, mas sem compactuar com a injustiça ou a imoralidade

Diagnóstico de Nietzsche sobre o fenômeno do niilismo continua atual e aponta a moral cristã como uma de suas origens. Radicalizar o niilismo é a única forma de superá-lo, pondera Clademir Araldi. Seus sintomas atingem inclusive a política, cujo projeto atual está esgotado