“O Drummond de Alguma poesia não é um poeta iniciante. Podemos acrescentar que o primeiro poema de seu primeiro livro, o ‘Poema das sete faces’, prenuncia o poeta das sete faces que ele será. Sua inquietação interna o levará a tematizar outras faces distintas da primeira; elas serão preferidas ou preteridas por outros tipos de leitor. Se assim será difícil encontrar um crítico que aprove todo Drummond, sempre se encontrará um leitor que mais agrade certa face sua, em detrimento dos poetas da ‘face’ correspondente. Isso o fará o poeta brasileiro do século XX de maior grau de penetração”, afirmou Luiz Costa Lima em entrevista exclusiva, por e-mail à IHU On-Line.
Para o historiador, poeta, ensaísta e tradutor Ronald Polito, não caberia “arriscar o esboço desse eu poético em termos, por assim dizer, existenciais. Suas grandes linhas de força, seus paroxismos, suas até mesmo manias já foram e ainda serão esquadrinhados por diversos autores. Naturalmente, sem que o enigma possa ser na íntegra revelado”. E completa: “Drummond é um poeta modernista, e é um poeta moderno, e é um poeta clássico. Ele até disse: ‘agora serei eterno’. Essa idéia não e minha, está presente na crítica”. A entrevista foi concedida por e-mail à IHU On-Line.
“A intuição básica que Hans Küng defende, em vários livros, de que a solução para os grandes problemas da humanidade implica um consenso ético mínimo é correta. Esta intuição, aliás, não é só dele. Hoje, por exemplo, Jürgen Habermas e Karl-Otto Apel defendem fortemente esta idéia”, afirma Manfredo de Oliveira. Mas, continua Manfredo de Oliveira, “vejo um problema fundamental na proposta de Hans Küng”. “Ele fundamenta sua proposta ética na religião. O problema está todo aqui”.
“Penso em Drummond atual - e moderno – pelo sentimento do mundo: problematizou os impasses do século XX, assim como as fendas de sua intimidade numa dinâmica em que dialogam a perspectiva minimalista, doméstica e íntima e a perspectiva panorâmica, capaz de vôos largos sobre a humano, ou mesmo sobre uma brasilidade difusa, mas sua – ‘nenhum Brasil existe’ e ‘acaso existirão os brasileiros’? Nisso, ele teria ido além dos ismos e do ‘sarampão’ de algumas leituras modernistas para instalar-se como pedra irrevogável no meio do caminho da poesia brasileira.” A afirmação é de Ana Lúcia Liberato Tettamanzy, docente do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A entrevista foi concedida por e-mail à IHU On-Line.
Carlos D. Perez reexamina a obra de Bergman e a articula com seu texto autobiográfico Lanterna mágica (1987), em busca de chaves para a complexa relação entre a criação artística e a experiência pessoal do criador. O cineasta sueco Ingmar Bergman, morreu no dia 30 de julho passado, aos 89 anos. Entre seus filmes estão Fanny e Alexander, O sétimo selo e Gritos e sussurros, recentemente exibido e debatido no Ciclo Saúde Coletiva e Cinema, promovido pelo IHU. Ele foi uma das personalidades mais eminentes do panorama cinematográfico. Segue a íntegra do artigo do psicanalista Carlos D. Perez, publicado no Página/12, 13-8-2007. A tradução é do Cepat.
Utilizamos cookies para melhorar sua experiência em nossos sites e fornecer funcionalidade de redes sociais. Se desejar, você pode desabilitá-los nas configurações de seu navegador. Conheça nossa Política de Privacidade