Edição 504 | 08 Mai 2017

Editorial - Pier Paolo Pasolini, um trágico moderno e sua nostalgia do sagrado

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O italiano Pier Paolo Pasolini só consegue unanimidade num rótulo: o de espírito indomável. É um artista fluido, que vai da poesia ao cinema, passando pelo jornalismo e pelas artes plásticas. Sua busca por um mundo melhor requer ações de revolucionário, de alguém capaz de se manter livre mesmo tendo sido inscrito num partido político; descrente, mas capaz de reconhecer um Deus humano. Sua obra se tornou uma referência na luta contra qualquer tipo de opressão, ou fascismos. Voltar ao artista italiano num tempo tão belicoso, e de inabilidade de reconhecer o humano no rosto do outro, pode ser inspirador. É a aposta da presente edição da revista IHU On-Line.

O professor Josmar de Oliveira Reyes, do curso de Realização Audiovisual da Unisinos, apresenta o artista, que é reconhecido principalmente por sua filmografia.

Luciano De Fiore, professor na Universidade Sapienza de Roma, descreve um amplo e instigante perfil da obra e da vida de Pasolini.

Já o professor da Universidade Federal do Paraná – UFPR Vinícius Honesko aponta que uma boa forma de pensar Pasolini é a partir do filósofo italiano Giorgio Agamben, que, além de compactuar com muitas perspectivas, foi amigo pessoal do artista.

Agamben, que fez "uma ponta” no filme O Evangelho Segundo São Mateus (1964), de Pasolin, em entrevista publicada na Itália, fala da trajetória do amigo. A entrevista é traduzida e publicada na presente edição.

Maria Betânia Amoroso, professora da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, observa que Pasolini busca compreender a si mesmo e as transformações do mundo no qual se insere.

Para Maurício Dias, professor da Universidade de São Paulo, Pasolini é um poeta que não cabe em rótulos. E se Pasolini não cabe em classificações estilísticas, tampouco se assenta na linearidade temporal. É o que destaca o professor da Universidade de Brasília – UnB Alex Calheiros.

O Pasolini das páginas de jornais, autor de textos e críticas é a faceta pesquisada por Cláudia Alves, doutoranda em Teoria e História Literária pela Unicamp. Por sua vez, Davi Pessoa, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, analisa o cineasta italiano a partir das entrevistas concedidas por ele.

Por fim, Massimo Pampaloni, professor no Pontifício Instituto Oriental, de Roma, analisa um dos filmes mais conhecidos de Pasolini, O Evangelho Segundo São Mateus.


Por sua vez, o atual momento político brasileiro é descrito por Hugo Albuquerque, mestre em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP, a partir do comentário crítico da pesquisa “Por que os pobres não votam mais no PT?”, publicada recentemente pela Fundação Perseu Abramo. Segundo ele, “a universidade tem um papel bastante salutar no processo de reprodução de um pensamento tradicional e padronizado enquanto, ao mesmo tempo, colabora para o alheamento da vida social no nosso país”.

Enfim, completam a edição o comentário de Fernando Del Corona, sobre o filme Central, de Tatiana Sager, e codirigido por Renato Dornelles, o artigo de Jacopo Paffarini, professor no Programa de Pós-Graduação em Direito do IMED, intitulado Mãos Limpas, o Tratado de Maastricht e Francis Fukuyama. E o Brasil de hoje? e a entrevista com Trebor Scholz, professor na The New School, em Nova York, sobre as mudanças do e no mundo do trabalho.

A todas e a todos, uma boa leitura e uma excelente semana.

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