Edição 282 | 17 Novembro 2008

Antologia de poemas de Gerard Manley Hopkins

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Augusto de Campos e Alipio Correio de Franca Neto

A grandeza de Deus

A grandeza de Deus o mundo inteiro a admira.
    Em ouro ou ouropel faísca o seu fulgor;
    Grandiosa em cada grão, cada limo em óleo amor-
Tecido. Mas por que não temem sua ira?
Gerações vêm e vão; tudo o que gera, gira
    E gora em mercancia; em barro, em borra de labor;
    E ao homem mancha o suor, o sujo, a sujeição; sem cor
O solo agora é; nem mais, solado, o pé o sentira.

E ainda assim a natureza não se curva;
    Um límpido frescor do ser das coisas vaza;
E quando a última luz o torvo Oeste turva
    Ah, a aurora, ao fim da fímbria oriental, abrasa –
Porque o Espírito Santo sobre a curva
   Terra com alma ardente abre ah! a asa alva.

Tradução de Augusto de Campos

God’s grandeur

The world is charged with the grandeur of God. / It will flame out, like shining from shook foil; / It gathers to a greatness, like the ooze of oil / Crushed. Why do men then now not reck his rod? / Generations have trod, have trod, have trod; /  And all is seared with trade; bleared, smeared with toil; /And wears man`s smudge and shares man`s smell: the soil / Is bare now, nor can foot feel, being shod. / / And for all this, nature is never spent; /    There lives the dearest freshness deep down things; / And though the last lights off the black West went /  Oh, morning, at the brown brink eastward, springs – / Because the Holy Ghost over the bent /  World broods with warm breast and with ah! bright wings.

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