Edição 216 | 23 Abril 2007

Sandra Margarete Flores

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

IHU Online

Oriunda de Rosário do Sul, Sandra Margarete, 39 anos, é uma funcionária apaixonada pelo seu trabalho. Adotou São Leopoldo e a Unisinos como seu lar. Casada, com dois filhos, adora passar o tempo livre com a família. Passou por muitos cargos em sua carreira, e na enfermagem encontrou seu lugar. Hoje, trabalha no ambulatório da Universidade de dia e cursa Serviço Social à noite. Sandra se preocupa com a violência no país, mas é otimista em relação ao futuro, quando planeja construir a casa própria. Conheça um pouco mais dessa funcionária da Unisinos na entrevista a seguir.

 

Origens - Nasci em Rosário do Sul. Sou a mais velha de três irmãs. Quando eu tinha poucos meses de vida, a família se mudou para São Leopoldo em função da transferência do trabalho do meu pai. Ficamos morando aqui até eu completar 13 anos, e daí mudamos para Sapucaia do Sul. Mudamos porque pagávamos aluguel e, na época, a Cohab estava recebendo moradores e então fomos.

Infância - Lembro-me muito das brincadeiras. Tínhamos vizinhos da nossa idade e passávamos muito tempo no pátio. Eram mais brincadeiras do que brinquedos, como esconde-esconde e pega-pega. Lembro muito de quando íamos passar as férias em Rosário do Sul, onde podíamos encontrar a família.

Estudos - Estudei na escola particular Lar da Menina, que ficava na BR-116 e hoje se encontra desativada. Eu adorava estudar nesta escola. Tenho muitas lembranças boas dessa época. Cursei o Ensino Médio, já em Sapucaia, em uma escola pública, a Rubem Dario.

Enfermagem - Terminei o Ensino Fundamental e fui incentivada pelo meu pai a fazer o curso de auxiliar de enfermagem oferecido pela Cruz Vermelha de São Leopoldo. Meu pai já trabalhava na área.

Trabalho - Logo que comecei o curso, consegui o emprego de caixa em um supermercado. Trabalhava pela manhã e estudava à tarde. Eu gostava muito desse trabalho. As máquinas registradoras eram bem diferentes das atuais. Tinha dificuldade para dar o troco do valor recebido do cliente. Tínhamos que fazer as contas nós mesmos, já que a registradora da época não fazia esse serviço. Apesar das dificuldades, eu adorava meu emprego, tinha colegas muito legais. Saí do emprego somente quando precisei fazer estágio do curso de auxiliar de enfermagem.

Estágio - O meu primeiro estágio foi no Hospital São Camilo, de Esteio. Tinha um dia muito corrido, pois além do estágio, trabalhava e estudava. Acabei saindo do meu emprego. Decepcionei-me com o trabalho no hospital. A rotina era muito agitada para mim, ficou difícil trabalhar e estudar. Os colegas de trabalho não davam muito apoio. Saí de lá direto para um centro médico que existia em Sapucaia, onde fiquei até fechar.

Perda - Tínhamos uma família unida, e a morte da minha mãe foi uma grande perda. Ela sofreu de infecção generalizada e morreu muito rapidamente. Ficamos perdidos. Saí do meu emprego e fiquei por um período em casa cuidando de minhas irmãs.

Massoterapia - Passando o impacto do que tinha acontecido, voltei a trabalhar. Tinha uma amiga que me convidou para fazer o curso em uma clínica. Fiz o curso e comecei a trabalhar como massoterapeuta. Fiquei no ramo durante quatro anos. Gostava muito desse trabalho. Se tiver oportunidade volto a trabalhar nessa área.

Casamento - Conheci meu marido por meio da minha irmã. Na época em que minha mãe faleceu, ele começou a freqüentar a minha casa mais seguidamente e nos aproximamos, apesar de nossas famílias se conhecerem desde a nossa infância. Dentro de dois anos nos casamos. Logo após, mudamos para São Leopoldo.

Oportunidade - Comecei na Unisinos através do meu pai, que já trabalhava na Universidade. Naquela época, a universidade era atendida por uma clínica terceirizada e estava contratando funcionários para uma própria. Vim, fiz todos os testes e fui selecionada.

Filhos - Em 1997, eu fiquei grávida de gêmeos. Foi uma surpresa. Não foi uma gravidez planejada, mas nós adoramos, ainda mais o fato de serem gêmeos.

Serviço Social - Logo que comecei a trabalhar na Unisinos, prestei vestibular para Serviço Social. Cursei até a metade da minha gravidez, quando também parei de trabalhar, pois durante a gravidez de gêmeos é recomendado o repouso para não ter um parto prematuro. Quando eles completaram três anos, eu voltei cursando poucas disciplinas. Hoje estou no sexto semestre.

Esporte - Eu gosto muito de assistir a futebol. É o esporte favorito de um dos meus filhos. Eu costumo levar ele a escolinha de futebol e assisto quando eles jogam partidas.

Horas Livres - Passo muito tempo com meus filhos. Andamos de bicicleta, vamos ao cinema. O que mais gosto de fazer é passar o tempo com eles.

Livro - Eu li há pouco tempo o livro Encontros com a verdade, da Elisa Massell. Achei muito bom.

Filme - Assisti recentemente a O jardineiro Fiel e adorei. Já tinha ouvido falar, mas não havia tido tempo de assistir. Também gosto muito de filmes infantis. Não perco nenhum.

Planos - O meu plano é concluir a faculdade de Serviço Social.

Sonho - Meu sonho é ter a minha casa própria. Moro no mesmo terreno da minha sogra e nós sonhamos em construir a nossa casa.

Brasil - O que me preocupa em relação ao Brasil é a violência. Como eu tenho filhos, a violência é o que mais me assusta. Penso muito como vai ser o futuro dos meus filhos. Isso me angustia. O nosso país tem um potencial muito grande, mas não aproveitado. Temos uma má distribuição de renda e percebemos isso no nosso cotidiano. Além disso, as políticas públicas não funcionam.

Instituto Humanitas Unisinos - Eu conheço a revista semanal. Os assuntos são sempre atuais e interessantes, sempre levando à reflexão. Quando pego em mãos, a primeira página que leio é a última, do perfil. Depois leio o restante da revista. È um forma de conhecer as pessoas com quem trabalhamos.

Unisinos - Eu adoro trabalhar na Unisinos. Sinto-me em casa. Passamos por momento delicado, de transformações. Acho que essas mudanças foram necessárias, revendo a história da Universidade. Temos que estar aberto às mudanças. È um lugar maravilhoso para se trabalhar. Adoro chegar de manhã e ver o silêncio, a beleza do campus: é uma coisa fantástica.

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição