Edição 547 | 05 Abril 2021

Alyne Costa – Minha tese em quatro perguntas

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Alyne de Castro Costa é graduada em Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, mestra e doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio. A tese é intitulada Cosmopolíticas da Terra: Modos de existência e resistência no Antropoceno.

Qual o tema da sua tese?

Na tese tentei investigar, sob uma perspectiva filosófica, o que significa resistir no Antropoceno, a nova época geológica marcada pelo colapso ecológico global. Baseei-me em trabalhos nos campos da filosofia e da antropologia, relatórios científicos e práticas políticas para traçar um panorama dos diversos modos de conceber a relação com a Terra e seus seres, modos esses que excedem a oposição natureza/cultura da cosmovisão ocidental.

Qual problema ela discute?

A pesquisa nasceu de uma dupla preocupação: como aceitar o que a ciência diz sobre o colapso ecológico global sem desqualificar outros modos de produzir conhecimento (por exemplo, o de povos indígenas e tradicionais)? Assim, na tese tentei entrelaçar discursos científicos, cosmologias indígenas e movimentos ecológicos para imaginar possibilidades mais justas e plurais para a vida no Antropoceno.

Quais foram os resultados?

Pela natureza especulativa da tese, é difícil falar em resultados. Talvez a maior contribuição da pesquisa tenha sido partir do problema da unidade sem univocidade da Terra (isto é, considerar como legítimos também outras cosmovisões do mundo, assim como os diagnósticos desses outros povos sobre os problemas ambientais) para pensar saídas que refletissem e respeitassem essa pluralidade de modos de conceber e habitar a Terra.

Quais seus interesses de pesquisa?

Interessam-me as discussões e trabalhos sobre crise ambiental e Antropoceno desenvolvidos sobretudo na filosofia, na antropologia e nas artes, mas tenho pesquisado também sobre negacionismos, conspiracionismos e pós-verdade, contribuições feministas para o debate ecológico e novos paradigmas de divulgação científica para produzir maior engajamento social, além de outros temas ligados à relação entre ciência e sociedade.

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