Edição 529 | 01 Outubro 2018

A moral modelada pela diversidade das escolhas imanentes

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Márcia Junges | Edição: Ricardo Machado | Tradução: Ramiro Mincato

Luca Crescenzi ressalta que o pensamento trazido por Nietzsche a partir da Genealogia da Moral coloca em causa a noção dos conceitos universais e traz para o centro do debate as decisões historicamente verificáveis

Predominantemente debatido por suas posições teóricas, o pensamento de Nietzsche passa a ter maior relevância no pós-guerra por sua força metodológica, que passa a receber mais atenção. “A ideia de que à base dos juízos de valor não há pressupostos metafísicos, nenhuma grande ideia universal, mas apenas realidade e escolhas historicamente verificáveis e definíveis, que cabe ao filósofo o trabalho de reconstruí-los, trouxe à filosofia uma tarefa tão grande que ainda estamos longe de esgotar”, pontua Luca Crescenzi, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.

Ainda que seja radicalmente crítico a uma moral a priori baseada em pressupostos religiosos do cristianismo, especialmente, Nietzsche, segundo explica o entrevistado, insiste “em enfatizar o poder também salvífico que os ideais ascéticos tiveram para uma humanidade de outra forma condenada, em grande parte, a uma existência de puro sofrimento e submissão”. Ir na contramão do ressentimento é seguir a favor de uma política que seja capaz de dar conta das mais variadas formas de vida. “Já acenei antes ao significado que a crítica da moral do ressentimento tinha para a crítica nietzschiana à ‘pequena’ política de Bismarck, e ao significado que pode ter hoje para um mundo amplamente ritmado por fenômenos de populismo, que encontra no ressentimento das massas uma das matrizes mais profundas”, alerta.

Luca Crescenzi é graduado em Filosofia e Letras pela Universidade de Roma, La Sapienza, onde realizou doutorado. Atualmente é professor titular e coordenador do doutorado em Literatura na Universidade de Trento, também na Itália.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Depois de 130 anos da publicação, quais são as proposições mais instigantes da Genealogia da Moral? Qual seu maior legado e quais pontos ainda precisam ser elucidados?
Luca Crescenzi – A Genealogia da Moral (São Paulo: Companhia das Letras, 1998) é a obra em que, como sabemos, Nietzsche concentra uma análise histórica e crítica dos preconceitos morais em uma abordagem relativamente compacta – embora, sob seu próprio julgamento, incompleta –, com base em pensamentos também datados do final dos anos setenta. Por muito tempo, foi dada grande importância a este tema central do livro. Mas a partir da redescoberta de Nietzsche, depois da Segunda Guerra Mundial, foi a dimensão metodológica do trabalho que atraiu maior atenção. A "genealogia", entendida como pesquisa sobre os modos do surgimento dos juízos de valor moral, nas diferentes épocas e culturas, a partir da minuciosa análise dos fatos e dos dados psicológicos, fisiológicos, linguísticos, sociológicos e culturais, que ajudam a explicar seu “surgimento”, está à base de tanta cultura filosófica moderna. A Arqueologia do Saber (Rio de Janeiro: Forense Universitário, 2008)de Foucault ou a crítica dos indícios de Agamben , ou até mesmo muitas ramificações dos estudos culturais atuais, seriam difíceis de imaginar sem levar em conta a história de Genealogia da Moral. A ideia de que à base dos juízos de valor não há pressupostos metafísicos, nenhuma grande ideia universal, mas apenas realidade e escolhas historicamente verificáveis e definíveis, que cabe ao filósofo o trabalho de reconstruí-los, trouxe à filosofia uma tarefa tão grande que ainda estamos longe de esgotar. Pode-se dizer que toda a pesquisa histórica, filológica, sociológica e cultural adquiriu, depois de Nietzsche, um horizonte de interesses genealógicos que ainda não foi abandonado. Mas, naturalmente, um projeto tão vasto como a análise genealógica, não apenas dos juízos morais de valor, mas de todos os juízos de valor em geral, apresenta dificuldades que exigem ajustes contínuos no método de investigação.

Neste sentido, é interessante que a pesquisa volte continuamente a interrogar o texto de Nietzsche – e, particularmente, a obra-prima da obra-prima que é o prefácio –, para compreender melhor e diversamente os aspectos mais sutis. Também o mais recente livro sobre a Genealogia da Moral, de Karsten M. Thiel, propõe uma leitura original e estimulante do método histórico-crítico nietzschiano, como uma historiografia sem passado (ou seja, feita de tal modo que não esquece o significado que o passado tem no presente), colocou em foco novas nuances do discurso nietzschiano. Além disso, em minha opinião, ainda não foi completamente compreendido o conteúdo político da Genealogia da Moral e do método de investigação de Nietzsche que, para dizer em uma palavra, tinha em mira as mitologias e as expressões culturais reacionárias da política alemã no final do século XIX (como o antissemitismo), mas conserva uma atualidade que no recente avanço do populismo mundial, com sua retórica simplista e o retorno de valores morais alarmantes, frequentemente associados a um declarado "ressentimento", torna ainda mais evidente.

IHU On-Line – Quais são as principais temáticas desta obra em discussão hoje nos círculos nietzschianos?
Luca Crescenzi – É uma pergunta complexa porque, como todas as obras de Nietzsche, A Genealogia da Moral está sendo estudada, com diferentes métodos, dependendo do país, das circunstâncias e das tradições, em todo o mundo. A crítica do igualitarismo de Nietzsche, por exemplo, é frequentemente mencionada nos estudos que procuram encontrar ligações entre a filosofia nietzschiana e a ideologia Nacional-Socialista (da qual, temo, ainda não nos libertamos), enquanto na Índia, a filosofia de Nietzsche é estudada precisamente por sua ética libertadora. Se nos limitarmos à investigação europeia e ocidental (dentro da qual há também muitas diferenças), diria que os principais impulsos para a releitura da Genealogia vieram dos estudos que investigaram a relação de Nietzsche com a tradição filosófica iluminista, com a cultura científica contemporânea, com o darwinismo e com a historiografia e a crítica positivistas. Eles nos permitiram contextualizar o pensamento nietzschiano, varrendo leituras simplificadoras e mostrando, por exemplo, como certas expressões aparentemente sugestivas e metafóricas introduzem no texto referências a precisos debates científicos e filosóficos contemporâneos. Neste contexto, também houve lugar para repensar a relação entre pensamento genealógico e historiografia a que me referi anteriormente, e desenvolveram-se estudos sobre a linguagem e o estilo da Genealogia. É claro que jogar luz, todas as vezes, no debate em relação ao qual Nietzsche toma implicitamente posição, com uma frase, uma imagem ou mesmo uma simples palavra, significa dar-lhe um novo peso e novo significado, no contexto de um livro, que é principalmente o resultado, como escreveu Andrea Orsucci , de um paciente "trabalho de reminiscências incrustadas".

IHU On-Line – Qual é a relação entre vontade de poder e criação de novos valores a partir da transvaloração, pelo que podemos ver nesta obra?
Luca Crescenzi – Esta pergunta pode ser respondida de muitas maneiras, mas permanecerá sempre uma equação, com muitas incógnitas, porque, nem o conceito de “vontade de poder”, nem o conceito de “transvaloração de valores”, podem ser definidos de maneira unívoca. Na Genealogia da Moral, ao contrário, Nietzsche fala da "vontade de poder" fazendo expressa referência ao livro sobre o tema que está escrevendo, e que, como se sabe, nunca terminou. Por sua vez, neste livro nunca concluído, Nietzsche deveria ter esclarecido o projeto da transvaloração de valores e o elo dessa transvaloração com a vontade de poder. Nós, naturalmente, com referências às muitas notas para a obra publicada entre os fragmentos póstumos, podemos ter uma ideia do que Nietzsche pretendia na Genealogia da Moral, mas, paradoxalmente, percebemos algo muito diferente do que encontramos no livro.

Simplificando ao máximo: na Genealogia da Moral, a vontade de poder deve ser interpretada como vontade de domínio e opressão, como vem expresso de forma exemplar no agir e na moral dos senhores e das "raças dominantes". Neste sentido, a superação da dominante moral dos escravos pareceria indicar o caminho para uma transvaloração dos valores, no sentido de uma restituição do homem aos impulsos primitivos, subjugados ao longo da história da civilização. Mas, das notas póstumas se compreende bem que o horizonte da "vontade de poder" é muito mais amplo e coincide, usando uma definição sintética de Mazzino Montinari , com a própria vida. A vontade de poder seria, portanto, dinâmica de desenvolvimento e potenciamento da vida, através do confronto e do contraste, e, por isso, o agir das raças dominantes não seria outra coisa senão uma das maneiras pelas quais a vontade de poder assume forma evidente. Então, transvaloração dos valores não ocorre por meio de uma simples superação da moral do ressentimento e dos seus valores, na direção de crueldade e felicidade primogênita dos "senhores", mas deve, ao invés, acontecer por meio da reconquista no contexto da civilização de todos os instintos vitais, que a própria civilização, em seu percurso histórico, reprimiu. É, em outras palavras, uma transvaloração que ocorrerá em virtude daquele dionisíaco "sim à vida", grande tema da última filosofia de Nietzsche.

IHU On-Line – Qual é a importância dos conceitos "moral dos senhores” e "moral dos escravos" no contexto deste livro?
Luca Crescenzi – São dois conceitos centrais do livro, a partir dos quais Nietzsche apresenta a formação genealógica de dois sistemas de valores contrapostos. É interessante lembrar o que Nietzsche diz no aforisma 260 do livro Além do Bem e do Mal (São Paulo: Companhia de Bolso, 2005): "As diferenciações dos valores morais surgiram ou no meio de uma raça dominante, que em seu sentimento de bem-estar adquiria consciência da própria diferença com aquela dominada — ou em meio aos dominados, aos escravos, aos subordinados de todos os níveis". Esta é a contraposição que estrutura toda a Genealogia da Moral. Cada uma das ordens de valor moral é produzida no meio de um povo, de uma "raça", ou de uma classe, com a finalidade de delimitar-se daquilo que se considera pior, desprezível ou vil e, ao mesmo tempo, impor-se sobre isso. Se, no entanto, é claro que a moral dos senhores tenha sido definida em relação à realidade de quem sofria uma condição inferior, muito mais complexo é, em vez disso, esclarecer como se formou a moral de quem, definhando em estado de minoridade, tenha considerado necessário distinguir-se de quem gozava de uma condição superior, conseguindo finalmente impor-se. Toda a terceira parte da Genealogia é dedicada à explicação desse segundo fenômeno.

IHU On-Line – É correto dizer que há em Nietzsche uma conexão íntima entre vontade de poder e ideal ascético?
Luca Crescenzi – Sempre dentro dos limites que o conceito de "vontade de poder" conhece na Genealogia da Moral, da qual falei antes, pode-se certamente individuar uma clara conexão entre vontade de poder e ideal ascético. Há, inclusive, conexão em dois sentidos: o ideal ascético é uma expressão, ao mesmo tempo, residual e radical da vontade de poder. Isto aparece claramente sobretudo no parágrafo 11 da terceira dissertação, quando Nietzsche analisa a figura do "padre ascético", isto é, o representante e o propagandista do ideal ascético. Ele, observa Nietzsche, "é uma autocontradição", e o é enquanto animado por um ressentimento sem paralelo, decorrente da "vontade de poder" que – conforme escreveu explicitamente na famosa fórmula – "quer dominar, não sobre algo da vida, mas a própria vida". A ascese, deste modo, configura-se como empobrecimento e diminuição da vida em função do domínio sobre a própria vida. Se tomarmos de Montinari a definição da vontade de poder como a própria vida, a contradição é evidente: o padre ascético exerce a máxima vontade de poder (domínio sobre a inteira esfera da vida), através de rejeição e condenação do instinto vital, ou, para dizer de novo com Nietzsche, “ele tenta usar a força para obstruir as fontes da força”. Ele é, em resumo, como disse antes, expressão residual da vontade de poder, porque nele o instinto vital reduz-se ao mínimo e, ao mesmo tempo, é sua expressão radical, uma vez que aspira à dominação total.

IHU On-Line – Em que sentido se pode dizer que Genealogia da Moral é uma das bases sobre as quais Nietzsche baseia a construção e o emergir de outras formas de vida, fora do parâmetro da moral tradicional?
Luca Crescenzi – Na Genealogia da Moral em si, Nietzsche não formula o projeto de uma nova vida ou de novas possíveis formas de vida: seria muito ingênuo pensar que Nietzsche acredite na necessidade de voltar para o instinto de crueldade e opressão dos dominantes. Pelo contrário, insiste também em enfatizar o poder também salvífico que os ideais ascéticos tiveram para uma humanidade de outra forma condenada, em grande parte, a uma existência de puro sofrimento e submissão. Porém, é verdade que a Genealogia lança luz sobre os nexos que conectam a crítica da moral nietzschiana à visão de uma existência livre da subordinação à autoridade de um deus, libertada da busca de verdades absolutas, restituída a uma naturalidade que o processo de civilização reprimiu completamente, em geral, a preconceitos da moral, da razão e da metafísica. Deste ponto de vista, as páginas sobre as estratégias que o padre ascético adota para "corromper a saúde da alma", nos últimos parágrafos da terceira dissertação, são perfeitamente comparáveis com muitas páginas de Zaratustra.

IHU On-Line – Em última análise, poderíamos dizer que a Genealogia da Moral problematiza a Modernidade como um tod, e funciona como uma ruptura?
Luca Crescenzi – Certo, pode-se dizer, desde que identifiquemos Modernidade e decadência. O objeto da Genealogia é a crítica da moral enquanto baseada no empobrecimento dos instintos, no enfraquecimento da vida e da força vital, na negação do que é forte, saudável, belo, ativo. Estas são todas características da decadência, condição predominante na humanidade moderna, o estado que qualifica a modernidade. Além disso, Nietzsche não considera a décadence essencialmente como realidade histórica, mas como condição fisiológica e psicológica do homem que, no tipo moderno, mostra-se de maneira mais evidente. A Genealogia interpreta esta condição de enfraquecimento como efeito de um processo que tem raízes muito distantes, e se consolida no momento em que fraqueza, doença, sofrimento são afirmados como valores positivos ou, até mesmo, como fundamentos da moral. Neste sentido, a Genealogia não fornece receitas para superar a décadence (que, para Nietzsche, não é uma condição superável por um simples ato da vontade), mas é uma contribuição para a consciência a respeito da necessidade de mudar a escala com a qual se mede valor e antivalor.

IHU On-Line – Por que é importante considerar Além do Bem e do Mal no contexto em que foi escrito, e da tentativa de esclarecimento de Nietzsche com Genealogia da Moral?
Luca Crescenzi – O próprio Nietzsche, em Ecce Homo (São Paulo: Companhia das Letras, 2008) e em algumas de suas cartas, declara que Além do Bem e do Mal e Genealogia da Moral, juntos ao Crepúsculo dos ídolos (São Paulo: Companhia das Letras, 2006), formam o início do trabalho de transvaloração de valores, ou seja, da filosofia do "não" à modernidade e seus ídolos – ciência, arte, política –, e são duas obras estreitamente relacionadas. Certamente isto é verdade e deve-se ter presente. Mas, na verdade, a Genealogia da Moral nasce no interior de uma reflexão unitária da qual brotam não só as duas obras de 1886-1887, mas também o quinto livro de A Gaia Ciência (São Paulo: Companhia das Letras, 2006), as introduções para as segundas edições das obras anteriores a 1886, algumas partes do Zaratustra e os cadernos de notas do biênio 1886-1887. Todos estes textos tratam problemas semelhantes e se complementam um ao outro, muitas vezes se sobrepondo, mas – é importante dizer – sem jamais se contradizer, ao contrário, enfrentando determinadas questões a partir de diferentes pontos de vista, também em resposta às solicitações derivadas das leituras feitas naqueles anos.

IHU On-Line – Que questões fundamentais permeiam a ética e a política da Genealogia?
Luca Crescenzi – Trata-se de uma questão muito ampla, sobre a qual, não por acaso, há muito tempo e, até hoje, há discussão muito viva. Eu diria que os dois centros de crítica moral de Nietzsche na Genealogia é, sem dúvida, a análise do ressentimento e a crítica dos ideais ascéticos como o fundamento dos valores morais sobre os quais a sociedade ocidental se constituiu. Mas a dedução de temas políticos destes pressupostos não é tão óbvia. Entre as diferentes leituras da filosofia política de Nietzsche, duas se contendem, há muitos anos, sobre o primado: aquela que atribui a Nietzsche visões profundamente iliberais (que a Genealogia da Moral, com sua crítica ao igualitarismo e sua visão aristocrática da soberania, parece confirmar), e aquela que considera Nietzsche, basicamente, como um pensador apolítico. Não entrarei nessa discussão, que apaixona especialmente os estudiosos anglo-americanos, e que, acredito, deveria ser mais aprofundada em direções também diferentes das indicadas. No entanto, já acenei antes ao significado que a crítica da moral do ressentimento tinha para a crítica nietzschiana à "pequena" política de Bismarck , e ao significado que pode ter hoje para um mundo amplamente ritmado por fenômenos de populismo, que encontra no ressentimento das massas uma das matrizes mais profundas. Mais do que interrogar-se sobre motivos políticos detectáveis na obra de Nietzsche, não seria interessante perguntar-se que categorias da crítica nietzschiana da moral seriam ferramentas de análise ainda atuais, ou talvez, sempre mais atuais?

IHU On-Line – Gostaria de acrescentar algo?
Luca Crescenzi – Há um tema no início do prefácio da Genealogia que considero muito importante. Aparentemente trata-se de uma simples jogada retórica de Nietzsche, que se apresenta como “procurador do conhecimento, isto é, como filósofo, e deste modo, por assim dizer, “assina” seu livro. Mas é uma assinatura singular e muito socrática, porque o filósofo se apresenta como alguém que “não se reconhece naquele que procura o conhecimento”. O filósofo é desconhecido por si mesmo, mas é desconhecido por si mesmo precisamente como filósofo e, portanto, é um caçador de conhecimento, privado da necessidade de responder a si mesmo sobre aquilo que descobre. Em outras palavras, não sente o dever de trazer à luz a "sua" verdade, pois não conhece seu próprio eu mais de quanto não conhece "a" verdade, podendo fazer experimentos, trazendo à luz verdades sempre novas e diferentes, mesmo que isso signifique negar pontos de vista previamente apoiados e defendidos por ele mesmo. Este é um tema importante do último Nietzsche, que põe em questão a natureza do filósofo e sua relação com a verdade “cambiante” da qual fala Zaratustra. Um tema aparentemente ausente da Genealogia, mas que, em vez disso, aparece exatamente no início do livro, como a mais necessária premissa para tudo o que se segue: porque mesmo a crítica mais aguda da moral não é mais uma estação daquela procura de conhecimento que os filósofos perseguem sem preocupação consigo mesmo. ■

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