Edição 498 | 28 Novembro 2016

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A IHU On-Line apresenta seis textos publicados no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU que tiveram destaque ao longo da semana

Estupros coletivos, a barbárie sexual do Brasil

“Implorava para eles pararem, mas foi inútil. Me machucavam ainda mais. Aos poucos, foram chegando mais até que me dei conta de que havia dez homens abusando de mim. Diziam que iriam me matar, que me jogariam num bueiro se gritasse”. A história de Claudia (nome fictício), uma vendedora de roupas de 34 anos e mãe de três filhas, ocupou as páginas de alguns jornais do Rio de Janeiro no fim de outubro. Era a mais recente vítima conhecida de um estupro coletivo, crime que é cometido de norte a sul do país, mas que as mulheres mantêm em silêncio. A reportagem é de María Martín, publicada por El País em 24-11-2016.

O Comum: um ensaio sobre a revolução no século 21

“Os comuns não são ‘produzidos’ ou ‘instituídos’. É por isso que somos muito relutantes em aceitar a noção de ‘bens comuns’. Parece-nos que o raciocínio deveria ser o inverso: todo comum que é instituído é um bem, mas nenhum bem é por si comum. É preciso cuidar para não confundirmos um bem no sentido ético e político (agathon) e um bem no sentido de uma aquisição que pode ser trocada e vendida (ktesis). Todo comum é um bem no sentido ético e político, mas apenas na medida em que não é uma aquisição. Uma vez instituído, um comum não é alienável; a partir de então ele se instala na esfera de coisas que não podem ser apropriadas. Isto significa que ele escapa da lógica proprietária em qualquer de suas formas (privada ou estatal)”, escrevem Pierre Dardot e Christian Laval, em artigo publicado por UniNômade, 24-11-2016.

Descarte inadequado de lixo e entulho em área de recarga compromete Aquífero Guarani

O hábito da população de descartar objetos e materiais em qualquer local, principalmente em rios, lagos, lagoas e mares, pode comprometer o meio ambiente e também a população que vive nas redondezas, como é o caso da Lagoa do Saibro, em Ribeirão Preto. A reportagem foi publicada por Jornal da USP em 24-11-2016.

Igreja Católica em plena guerra civil

O Papa Francisco fechou a Porta Santa, mas a sua mensagem é acompanhada pelo ruído de uma crise subterrânea. Uma guerra civil está em curso na Igreja. Um confronto que toca a autoridade do pontífice e o seu programa reformador. Estão em jogo visões opostas sobre o papel da Igreja, o “pecado”, a salvação das almas. E, como em todas as guerras civis, o conflito não contempla compromissos.

A reportagem é de Marco Politi, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano, 21-11-2016.

A ecologia deles e a nossa. A profecia de Gorz

"Há mais de 40 anos, o filósofo André Gorz alertava: o capitalismo tentaria capturar causas ambientais. Antídoto: a ideia radical de que uma boa vida não está ligada a privilégios, mas à construção do Comum", escreve Razmig Keucheyan, professor de sociologia na Universidade de Bordeaux (Centre Émile Durkheim), autor do livro La nature est un champ de bataille: Essai d'écologie politique, 2014 (em tradução livre, A natureza como campo de batalha. Ensaio de ecologia política), em artigo publicado por OutrasPalavras em 24-11-2016. A tradução é de Inês Castilho.

“A esquerda está desmaiada, mas não foi a nocaute. A partida não acabou”. Entrevista com Boaventura de Sousa Santos

Visto como uma estrela entre os intelectuais da esquerda, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos acredita que a Proposta de Emenda Constitucional do Teto de Gastos (a PEC 55 no Senado), que tramita no Legislativo brasileiro e foi editada pelo governo Michel Temer, é um sinal claro da elite político-econômica para a população de baixa renda: “As classes mais pobres não podem esperar nada do Estado nos próximos 20 anos”.

Estudioso da situação social e política brasileira, Santos frequenta o Brasil desde a década de 1970. Foi um dos fundadores do Fórum Social Mundial. Sua última passagem pelo país foi no fim outubro, para lançar sua obra A difícil democracia (editora Boitempo).

Em entrevista publicada no El País em 21-11-2016, o sociólogo português prevê que Lula será preso e diz que sociedade brasileira ainda está atordoada com o impeachment de Dilma.

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