Edição 477 | 16 Novembro 2015

Origens do 20 de Novembro: Grupo Palmares e sua estratégia subversiva

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Leslie Chaves

Para Deivison Campos, a reivindicação de novos lugares sociais para os afro-brasileiros a partir da herança cultural e identitária negra foi a principal tática de insurgência do grupo

Em busca de suas raízes identitárias e geográficas, em 1971 um grupo de jovens negros se reúne para formar o Grupo Palmares, mobilização considerada um dos marcos da constituição dos movimentos sociais negros modernos e do processo de reorganização dessas mobilizações depois do Golpe Militar no Brasil. De acordo com o pesquisador Deivison Campos, o sentimento diaspórico dos integrantes provocado pela perda de seu espaço foi o contexto inicial dessa mobilização. “A desconstituição dos territórios negros tradicionais de Porto Alegre, Colônia Africana e Ilhota principalmente, e o deslocamento da população para regiões mais periféricas da cidade nos anos 1960, que costumo chamar de pequena diáspora, criou as condições para o surgimento do grupo. A consequência mais direta foi que o sentido de pertencimento perdeu sua relação espacial. Tendo se tornado essencialmente simbólico, demandou a construção de um discurso identitário”, explica, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line

O legado deixado pelo Grupo Palmares para a trajetória de lutas dos movimentos sociais negros e para a construção da identidade brasileira e dos afrodescendentes é evidenciado na proposição do Dia da Consciência Negra. Segundo Campos, o grupo adota a data da morte de Zumbi, 20 de Novembro, como forma de valorizar cultural, histórica e politicamente o papel dos afro-brasileiros na sociedade. Os referenciais negros são os que balizam as lutas por melhores espaços na sociedade. Ação que evidencia o caráter subversivo de atuação do grupo, segundo o pesquisador. “A subversão pode ser observada nas proposições de transformação de atuação e sociais do grupo e nas estratégias utilizadas para isso. As referências de origem, coletividade, resistência e movimento vão constituir os princípios para a construção de uma identidade afro-referenciada. Esses elementos vão balizar não só essa identidade, mas as ações do movimento social a partir de então. Nacionalizado como Dia da Consciência Negra, a partir de 1978, com a criação do Movimento Negro Unificado, tornou-se referência para as principais manifestações populares contra o racismo a partir de então”, ressalta.

Deivison Campos é graduado em Jornalismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, especialista em História Contemporânea pela Faculdade Porto-Alegrense – Fapa, mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS e doutor em Ciências da Comunicação pela Unisinos. Atualmente, é professor e coordenador do curso de Jornalismo e integrante da coordenação do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena - Neabi da Universidade Luterana do Brasil - Ulbra. Também é líder da área de Comunicação, Linguagens e Mídias da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros – ABPN, e membro convidado da Comissão de Direitos Humanos Sobral Pinto, da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB/RS, para atuar na Subcomissão da Verdade Sobre a Escravidão Negra.

 

Confira a entrevista.

 

IHU On-Line – De que maneira e com que proposta é construído o Grupo Palmares? Como foi articulado em plena vigência do regime militar no país? 

Deivison Campos - A desconstituição dos territórios negros tradicionais de Porto Alegre, Colônia Africana e Ilhota principalmente, e o deslocamento da população para regiões mais periféricas da cidade nos anos 1960, que costumo chamar de pequena diáspora, criou as condições para o surgimento do grupo. A consequência mais direta foi que o sentido de pertencimento perdeu sua relação espacial. Tendo se tornado essencialmente simbólico, demandou a construção de um discurso identitário. Esse discurso vai ser construído por um dos grupos de jovens negros que se reuniam no Centro da cidade, tornado um território transitório por onde muitos passavam a caminho de casa na volta do trabalho. Esses encontros possibilitaram que ideias fossem fomentadas e circulassem entre aqueles grupos. 

O questionamento ao 13 de Maio como um dia a ser comemorado foi o motivador da formação de um grupo de estudos para a proposição de uma outra data. A figura de Zumbi vinha sendo utilizada, desde a década de 1920, como símbolo de Liberdade por grupos de esquerda. Esse uso tornou-se corrente no período ditatorial, como na peça teatral Arena, Conta Zumbi , de 1967. O grupo de jovens negros adota a data da morte de Zumbi, 20 de Novembro, e vai ressignificar o seu uso em 1971. Inicialmente, o grupo adota estratégias culturais de valorização de indivíduos negros marginalizados pela história oficial. Torna-se, no entanto, um símbolo de resistência e coletividade, origem do nome Palmares. A proposta torna-se o fato político que vai potencializar o discurso identitário que vinha sendo fomentado pelo movimento Black , principalmente no Rio, traduzindo movimentos negros de África, Consciência Negra, e da Diáspora, Black Power, principalmente. Também possibilitará a construção de uma agenda política para o movimento social a partir de então, a substituição de uma narrativa de liberdade concedida para a de uma liberdade conquistada. A evocação à Palmares, proposta pelo grupo para ocorrer em 20 de novembro, denominado então Dia do Negro, foi confundida em sua primeira edição, 1971, com uma peça de teatro. Por isso, foram chamados à Polícia Federal para prestar esclarecimentos. Usando a estratégia sincrética, através de atividades culturais, a proposta do 20 foi nacionalizada a partir de 1973 e adotada em 1978, pelo Movimento Negro Unificado, em sua institucionalização, como o Dia da Consciência Negra.  

 

IHU On-Line – Como a proposta do Grupo Palmares foi recebida no país naquela época? 

Deivison Campos - O surgimento da proposta está ligado ao acesso de um maior número de jovens negros, mesmo que proporcionalmente insignificante, no mercado de trabalho com formação superior. A falta de oportunidades leva à discussão sobre o lugar do negro na sociedade brasileira até então silenciada pelo mito da democracia racial. O branqueamento social, fortalecido pela ideia de mestiçagem, não mais atendia as demandas dos grupos letrados — categoria de Clóvis Moura . Trata-se, portanto de um projeto potente de desnaturalização do lugar social ocupado historicamente pelo negro no Brasil, mas inicialmente restrito em seu alcance. Certamente, com os fluxos do que Gilroy  chama de esfera pública alternativa, negros de outras cidades e estados tinham alguma informação sobre o que estava acontecendo em Porto Alegre. 

As reportagens publicadas no Jornal do Brasil em maio de 1973 e novembro de 1974 foram determinantes para a nacionalização e o aumento da repercussão da proposta. A repercussão social se dará efetivamente com a Marcha dos 300 anos de Zumbi em 1995, 24 anos depois da evocação. É possível dizer, no entanto, que os órgãos do Regime Militar  mantiveram, conforme documentos, o acompanhamento permanente da atuação dos diferentes grupos negros pelo temor do surgimento de organizações como os Panteras Negras . Essa perspectiva não se restringia aos militares. 

Na edição de 19 de novembro de 1971 do Correio do Povo, lê-se a primeira evocação midiática ao 20 de Novembro e, ao mesmo tempo, uma repercussão com Gilberto Freyre , que descartava a possibilidade de radicalização dos negros brasileiros pelo fato de, segundo ele, o país sempre ter mantido a harmonia entre as raças. Entre os negros organizados, há articulações importantes em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Bahia. O 20 de Novembro vai ser o fato político para a construção de um novo discurso de identidade, aproveitando as estratégias de autoestima dos movimentos musicais Black, que começaram pelo Rio, mas expandiram-se para diversos estados. 

 

IHU On-Line - Como o Grupo Palmares se posicionava no cenário dos movimentos sociais negros no Brasil em um período de arrefecimento da militância no contexto da ditadura? 

Deivison Campos - O Grupo Palmares é o marco da constituição do chamado Movimento Negro Moderno e do processo de reorganização do movimento social depois do Golpe Militar. Essa proeminência se dá pelo fato de o grupo ter surgido em 1971, com uma proposta que confronta questões estruturais, como o lugar do negro na sociedade, e conjunturais, como o discurso unificador de identidade dos militares, num período de repressão violenta e desarticulação de qualquer tipo de associação. O viés culturalista adotado pelo grupo e a opção por atuar na esfera legal possível evitou a perseguição direta pelo regime, apesar de receberem muitos “avisos”. A valorização de negros marginalizados pela história e de práticas e manifestações culturais de matriz afro num primeiro momento facilitou a atuação do grupo. O uso do desejo de setores da imprensa de falar em liberdade, a imagem de Zumbi tinha este apelo, também foi uma estratégia importante de interlocução com outros grupos. 

O desenvolvimento da atuação, coincidindo com o processo de abertura, vai aprofundar e ampliar a pauta de atuação e reivindicações socioeconômicas do Palmares. Mesmo sem a possibilidade de uma interlocução com grupos internacionais e as restrições de diálogo com as nacionais, Maria Paula Nascimento Araújo mostra numa pesquisa — publicada no livro A utopia fragmentada: as novas esquerdas no Brasil e no mundo na década de 1970 (Rio de Janeiro: FGV, 2001), como a ação do grupo está ligada aos movimentos pela diferença da chamada Nova Esquerda que surgem com o esvaziamento do projeto da grande revolução comunista, após as denúncias contra Stalin  nos anos 1960. Os grupos negros nacionais, articulados em torno da cultura, acabam por assumir o fato político oferecido pelo Palmares. O 20 de Novembro vai significar a substituição de uma concepção de liberdade concedida, portanto de subalternidade, por uma postura de liberdade conquistada. 

 

IHU On-Line – Existem pontos que diferenciam o Grupo Palmares de outros movimentos daquela época e de hoje? Quais? De que maneira?

Deivison Campos - O surgimento do Palmares coincide com a desarticulação total dos movimentos sociais pela perseguição e confronto desencadeados pelo AI-5  e a opção pela luta armada por alguns setores da resistência ao regime. As principais diferenças, portanto, relacionam-se com a opção em manter-se dentro da esfera legal de atuação, propor o reconhecimento da diversidade e denunciar a diferença racial constituinte da sociedade brasileira e, ainda, tratar-se de uma proposta de construção de identidade de uma imensa parcela da população marginalizada. Ao mesmo tempo, a demanda apresentada pelo grupo propõe reformulações profundas na organização social, considerando que a desigualdade racial foi silenciada a fim de manter os privilégios da população branca. A ideia da valorização da cultura e da história dos negros no Brasil como estratégia de atuação está na base dos documentos e atuação do grupo. 

 

IHU On-Line – Em sua pesquisa você aponta que o Grupo Palmares subverteu a esfera política e social. De que maneira se dá essa subversão? Que papel ela desempenha na construção da identidade étnica negra e nas lutas dos movimentos sociais negros?

Deivison Campos - As relações raciais no Brasil são, até a atualidade, pautadas pela negação do racismo como constituinte da cultura e mesmo do projeto de Nação brasileira. A denúncia dessa situação foi pauta permanente dos grupos anteriores que encontraram na aproximação com a cultura euro-brasileira a estratégia de inserção social. Palmares representa a negação dessa estratégia e a negociação do acesso a novos lugares sociais a partir de uma identidade negra, portanto subverte o que está posto em termos de socialização. Essa valorização da diversidade, por outro lado, vai de encontro ao discurso unificador de identidade e cultura brasileira, defendido pelo Regime Militar. As denúncias de diferenças de oportunidades e marginalização socioeconômica também confrontam a imagem do país em pleno desenvolvimento — Milagre Econômico , propagado no período. A principal subversão proposta encontra-se, no entanto, na transformação do modelo de sociedade. Produzida a partir do período republicano, manteve os privilégios de uma elite branca e que se viu não somente denunciada, mas questionada inicialmente pelo Grupo Palmares, seguido de diferentes grupos durante os anos 70. Os principais documentos do Palmares estão publicados em jornais, de propriedade dessas elites econômicas. O grupo aproveitou a disposição de se falar em liberdade para pautar a questão étnico-racial. O abandono do 13 de Maio, Dia das Raças, pelo 20 de Novembro, inicialmente Dia do Negro e depois Dia da Consciência Negra, também afronta lógicas impostas pela história oficial. 

A subversão apontada, portanto, pode ser observada nas proposições de transformação de atuação e sociais do grupo e nas estratégias utilizadas para isso. As referências de origem, coletividade, resistência e movimento vão constituir os princípios para a construção de uma identidade afro-referenciada. Esses elementos vão balizar não só essa identidade, mas as ações do movimento social a partir de então. Nacionalizado como Dia da Consciência Negra, a partir de 1978, com a criação do Movimento Negro Unificado, tornou-se referência para as principais manifestações populares contra o racismo a partir de então.

 

IHU On-Line - A proposta do Grupo Palmares dialogava com os movimentos sociais negros internacionais? De que maneira? 

Deivison Campos - Esse diálogo se deu mais a partir de rastros do que por um diálogo efetivo. Luther King , cujas ideias circulavam principalmente através de revistas, pregava a resistência pacífica e na esfera legal, por exemplo, o que se aproxima das premissas do grupo. Ângela Davis  foi uma referência importante, pois o nome é recorrente nas falas dos antigos participantes do Palmares. Com ela, o estilo e propostas do movimento Black Power  foram traduzidos pelos jovens negros. Esse processo já vinha acontecendo pelo movimento musical Black. Nas festas, os DJs usavam o microfone para falar mensagens de autoestima, o Black is Beautiful . Por outro lado, havia informações sobre as linhas do pan-africanismo  e, principalmente, das guerras de descolonização da África, a efetivação do Black Power. Todos esses elementos subsidiaram as discussões, ações e documentos produzidos pelo Palmares. No entanto não havia fluxos formais devido às restrições tecnológicas e ao contexto repressor do período.

 

IHU On-Line – O que representa para a sociedade em geral, para a militância e construção da identidade étnica negra o deslocamento da ideia do “13 de Maio” para o “20 de Novembro” como data evocativa das lutas dos movimentos sociais negros?

Deivison Campos - Florestan Fernandes  apontou nos anos 1950 que os movimentos negros deveriam atualizar as relações raciais do Brasil e principalmente fazer com que a sociedade assuma integralmente o regime democrático. Ao desencadear a construção de uma identidade negra e uma agenda política, essa mudança efetivou uma atualização do debate. Por outro lado, a adoção da postura resistente provoca um permanente tensionamento dos lugares sociais e exigências por oportunidades. A Marcha dos 300 anos de Zumbi, diretamente influenciada por esse deslocamento, desencadeou o processo de reconhecimento oficial pelo Estado brasileiro da existência do racismo e deu início aos grupos de trabalho que levaram ao estabelecimento de políticas específicas e afirmativas . No que se refere à identidade, além do branqueamento como única estratégia de promoção social, o período significado pelo 13 manteve a maioria da população em situação de subalternidade e negação. O reconhecimento da história de resistência negra ao processo escravista e de marginalização levou à adoção de novos referenciais de identidade. A ressignificação da palavra negro, em detrimento da expressão a pessoa de cor, simboliza essa nova postura. Quanto ao movimento negro, criou o fato político que se impõe como referência para todas as ações e discursos.

 

IHU On-Line – O que representa a figura de Oliveira Silveira no Grupo Palmares? E para o contexto das lutas dos movimentos sociais negros?

Deivison Campos - Oliveira Silveira foi a continuidade, o fio condutor do Palmares. Ele esteve no quarteto que criou o grupo e manteve-se até sua extinção em 78 e na tentativa de reorganização nos anos 80. Através dos livros, que lhe revelaram a Negritude e a literatura feita na África, resgatou e ressignificou a experiência Palmarina. Costumava dizer que o grupo buscava uma valorização da coletividade e, por isso, optaram pelo nome do quilombo e não de seus líderes e heróis, fugindo da individualidade que se impunha na sociedade racista. Por isso, representa o articulador, alguém que conseguiu congregar pessoas interessadas em construir uma sociedade melhor. Oliveira também foi o narrador dessa história. Registrou em seus livros e em seus arquivos pessoais não só a trajetória do grupo, mas de várias outras manifestações culturais negras. Para o movimento social, pelo fato de ter persistido no Palmares, tornou-se o Griô  que restaurou socialmente uma história silenciada. Mais do que viver o Grupo Palmares, viveu Palmares.

 

IHU On-Line - De que modo você avalia os processos que chegaram até a instituição do “Dia Nacional da Consciência Negra”, a partir da lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011? E o fato de não ter sido instituído feriado na data em Porto Alegre?

Deivison Campos - A lei significou somente o reconhecimento de uma data estabelecida pelo movimento social negro. Ao mesmo tempo que se trata de uma das conquistas alcançadas pelo movimento social, demonstra a dificuldade em se reconhecer a história da população negra. A aprovação aconteceu 40 anos depois de sua primeira evocação e 33 anos depois de sua nacionalização; ou seja, aprovaram-se até mesmo as questionadas políticas afirmativas antes desse reconhecimento. 

Originalmente denominado Dia do Negro, em 1971, pelos integrantes do Palmares, a data foi tornada Dia da Consciência Negra em 1978. O conceito de consciência negra foi formulado por Steve Biko  também nos anos 70 na África do Sul, em meio ao regime de Apartheid . Contém em si a proposição do conhecimento e valorização da história dos povos negros que respaldem uma identidade. A construção dessa data passa pelos protestos organizados em 1988, 100 anos da Abolição, e 1995, 300 anos de Zumbi. 

A negativa do feriado em Porto Alegre deve-se menos à legislação e mais à permanência do entendimento de que se vive uma democracia racial e pelo histórico abandono das populações negras pelo poder público. Por outro lado, atende aos interesses econômicos principalmente do comércio que pressiona para que não seja aprovado mais um dia de fechamento. Numa perspectiva política, nos últimos anos, o poder público tem pulverizado atividades no dia 20 a fim de que a marcha, sempre o principal evento das manifestações de protesto, tenha uma concentração menor de pessoas. É um conjunto de fatores que buscam, em última análise, manter o status quo e evitar que as transformações estruturais necessárias aconteçam. 

 

Deivison Campos 

Sou pai, marido e cientista. Estudar me deu todas as oportunidades e possibilidades na vida, pois nasci numa comunidade pobre, negra e que desapareceu como um dia foi pela urbanização de Porto Alegre. Busco continuamente tornar-me um ser humano melhor e isso passa por adquirir conhecimento crítico para poder intervir positivamente em questões que me afetam e cercam. O Jornalismo me fornece a visada pela qual olho o mundo. Há décadas, milito por uma sociedade mais justa e humana stricto sensu, com ênfase nas relações étnico-raciais. As pessoas me interessam profundamente, mas prezo as relações francas e espontâneas. Por acreditar que se ensina a ser humano pelo exemplo, me entrego e busco fazer o melhor que eu posso em tudo o que me envolvo. Acho que tem importado a quem se interessa que é quem interessa. Meu principal projeto é minha família e tenho investido tudo nisso. As vivências negras também ocupam um lugar importante em minha vida, principalmente os batuques sagrados e profanos. Atualmente, me interessa aprender a viver mais o momento.

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