Edição 477 | 16 Novembro 2015

A luta por dignidade e contra a invisibilidade

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Leslie Chaves

Os coletivos de ocupação urbana reivindicam o direito à moradia digna e atenção do poder público

Estão se intensificando as lutas por espaço nas metrópoles, que são cada vez mais amplas, mas ao mesmo tempo restritas, uma vez que o acesso da população não é livre a todas as áreas. Tal limitação se dá pelo custo do transporte público, que é caro e em geral de má qualidade, pela redução de áreas de convivência abertas ao acesso de todos e pela remoção de comunidades para áreas afastadas do centro da cidade em nome do “progresso”. Todos esses elementos de restrição têm a mesma raiz: a lógica capitalista, que se baseia no lucro e na propriedade privada e está aos poucos construindo um modelo privatizado de cidade, que se divide em guetos regidos pela especulação imobiliária, pela exclusão e acentuação das desigualdades sociais.

Esse foi o foco da roda de debates com integrantes de coletivos de ocupações urbanas na tarde da quinta-feira, dia 05-11-2015, na sala Ignacio Ellacuría e Companheiros. A atividade Movimentos sociais de resistência: coletivos de ocupação urbana. Relatos de experiências encerrou o 2º Ciclo de Estudos Metrópoles, Políticas Públicas e Tecnologias de Governo. Territórios, governamento da vida e o comum. Participaram Guilherme Schroder, integrante da Ocupação Pandorga, Lorena Castillo, do Coletivo Ateneu Libertário a Batalha da Varzea, Darci Campos dos Santos, da Vila Gaúcha, e Orley Maria da Silveira, da Vila União, ambas comunidades de uma área do Morro Santa Teresa em Porto Alegre.

“Nós somos invisíveis para o poder público”, aponta Darci Campos dos Santos ao compartilhar sua experiência de luta por regularização fundiária. Morador há mais de 30 anos do Morro Santa Teresa, ele conta que as mobilizações se intensificaram após uma ação de despejo recebida pelos cerca de 20 mil moradores da área de 74 hectares localizada na região. “Em 2010 recebemos a ordem de despejo por causa do PL 388 e começamos uma luta muito difícil, quase desistimos. O governo queria vender a área para a iniciativa privada e alegava que não havia ninguém vivendo lá. Mas sabemos que há pessoas morando neste espaço do Morro há pelo menos 60 anos. Então nos mobilizamos e começamos a bater na porta dos deputados e dizer que nós existimos e reivindicamos nosso direito à moradia”, conta.

Leia reportagem completa clicando aqui.

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