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Redação
A presença da mulher na Igreja: retórica sem mudanças significativas
Entrevista com Ivone Gebara, doutora em Filosofia pela Universidade Católica de São Paulo e em Ciências Religiosas pela Université Catholique du Louvain, na Bélgica
Publicada no dia 09-09-2014
A teologia feminista adotada por Ivone Gebara parte da aproximação “das dores e das perguntas das pessoas sem ter uma resposta arrumada e doutrinária” e “das situações reais onde as pessoas se encontram”. É assim que a teóloga católica, da ordem das irmãs de Nossa Senhora - Cônegas de Santo Agostinho, narra sua aproximação com o feminismo e como foi “levada a perceber” o quanto sua “maneira de fazer teologia não incluía os sofrimentos e sonhos das mulheres”. Por conta disso, foi necessário pensar uma teologia feminista. Para Ivone, “há uma grande diferença entre o fazer teológico feminista e o fazer teológico tradicional afirmado como atual teologia oficial da Igreja”. Segundo ela, apesar de a “afirmação comum”, “Deus é Deus”, refletir “o pensamento de muita gente”, há “múltiplas significações da palavra Deus”.
“As empresas não votam, mas são elas que elegem”
Entrevista com Gil Castello Branco, economista, fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas
Publicada no dia 10-09-2014
O ciclo eleitoral completo, com base nas últimas eleições presidenciais e municipais, demonstra que o valor gasto nas campanhas políticas gira em torno de 10 bilhões de reais, afirma o economista Gil Castello Branco à IHU On-Line. “As eleições não só são caras, como estão cada vez mais caras, fazendo com que o poder econômico se torne, a cada eleição, mais significativo”, pontua. Para ele, o financiamento privado de campanha revela que “os empresários, cada vez mais, não doam, mas investem, ou seja, repassam recursos com a expectativa de ganhos futuros. Não é apenas por espírito democrático que eles fazem doações, inclusive, a candidatos adversários. Eles doam apenas com o intuito de manter uma boa relação com qualquer um dos candidatos que seja eleito”.
O deserto eleitoral. ‘O que é um programa de esquerda hoje em dia?’
Entrevista com Francisco de Oliveira, cientista social e professor aposentado do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo – USP
Publicada no dia 11-09-2014
“Até chegarem as eleições, mais de um ano depois, o que poderia ser consequência das manifestações de junho já se apagou”, afirma o cientista social Francisco de Oliveira à IHU On-Line, ao avaliar possíveis impactos das manifestações de rua na escolha do candidato à Presidência da República deste ano. Para ele, os protestos foram efusivos, mas não se viu nem nos partidos nem nos candidatos consequências das manifestações. “É lamentável, porque mostra que a política circula em áreas distantes das manifestações populares.” Para ele, as manifestações não terão impacto na disputa eleitoral por serem efêmeras e terem pouca duração, “o que é normal, porque não têm folego para atravessar meses de um deserto eleitoral”. E reitera: “Elas estão apenas na memória de pessoas como eu e você que gostamos de política, mas na maior parte da população, isso já passou. Até os candidatos já se esqueceram das manifestações”.
Teologia índia: "O Reino de Deus passa também pela construção de utopias ou sonhos de futuro”
Entrevista com Eleazar López Fernández, teólogo e filósofo mexicano, do Centro Nacional de Ayuda a las Misiones Indígenas – CENAMI
Publicada no dia 12-09-2014
Um dos primeiros teólogos indígenas a trabalhar com a teologia índia na América Latina, Eleazar López Fernández analisa a repercussão desta teologia no continente e sua relação com o cristianismo. Segundo ele, em entrevista à IHU On-Line, a teologia indígena “distingue-se de outras vertentes teológicas cristãs porque tem sua raiz e origem antes e fora do cristianismo, e pode prosseguir seu caminho sem relação com a fé cristã”. Hernández destaca ainda o papel político, econômico e social a ser desempenhado pela teologia índia, como “uma proposta que os indígenas fazem para o resto da sociedade e das Igrejas, assinalando que a cosmovisão e os valores dos povos podem ser uma alternativa de vida para toda a humanidade”.