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Redação
Entrevista com Sérgio Besserman Vianna, economista e autor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Publicada no dia 22-08-2014
“A dicotomia meio ambiente de um lado, e crescimento econômico, combate à pobreza, combate à desigualdade do outro é anacrônica, é algo para ficar no século passado”, pontua o economista Sérgio Besserman Vianna. Segundo ele, neste século está “cada vez mais claro que só poderemos ter perspectivas de crescimento econômico se formos capazes de evitar a continuidade da degradação da natureza do planeta”. O economista enfatiza que as incertezas acerca de como a “humanidade vai reagir principalmente frente às mudanças climáticas” está “paralisando investimentos” e dificultando o cálculo da taxa de retorno de projetos de longo prazo.
As hidrelétricas e o processo de intervenção na Amazônia
Entrevista com André Villas-Bôas, coordenador do Instituto Socioambiental – ISA
Publicada no dia 21-08-2014
“Qual modelo de desenvolvimento e ocupação que nós queremos na Amazônia? A construção das hidrelétricas que estão sendo feitas corresponde ao modelo que se deseja?”, questiona André Villas-Bôas em entrevista à IHU On-Line. Na avaliação dele, é um equívoco “achar que as hidrelétricas não são uma força de atração de um conjunto de investimentos que acabam modelando a forma que estamos ocupando a Amazônia”. Entre os empreendimentos questionados na Amazônia, Villas-Bôas destaca a construção da hidrelétrica de Belo Monte, que está com 50% das obras concluídas, e a hidrelétrica de Tapajós, que ainda está no projeto. Diante do processo de deliberação acerca desses empreendimentos, o indigenista chama a atenção para a necessidade de que a Convenção 169 da OIT seja vista como “uma oportunidade para se entender amiúde quais as preocupações dos povos indígenas em relação aos impactos desses empreendimentos sobre eles”, já que a consulta pública não tem o poder de interferir nas decisões políticas.
Porto Alegre. Com pequenas e grandes obras, a cidade é um lugar de disputa permanente
Entrevista com Lucimar Siqueira, geógrafa, integrante da equipe do Observatório das Metrópoles Núcleo Porto Alegre
Publicada no dia 20-08-2014
A avaliação da organização espacial das cidades e das mudanças urbanas que estão acontecendo “passa por compreender as articulações entre um conjunto de ações promovidas pelo setor imobiliário, planos e programas tanto de caráter nacional quanto municipal, e ações do Executivo e do Legislativo”, frisa a geógrafa Lucimar Siqueira. Integrante do núcleo gaúcho do Observatório das Metrópoles, a pesquisadora acompanha as principais transformações em relação à moradia e à infraestrutura na cidade de Porto Alegre, as quais estão diretamente relacionadas ao Programa Minha Casa, Minha Vida, ao Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. Segundo ela, mais de 50 mil famílias que residem na capital gaúcha, com renda de até três salários mínimos, estão cadastradas no Programa Minha Casa, Minha Vida, o qual ainda apresenta problemas em relação à localização.
Entrevista com Jacqueline Pitanguy, socióloga e ex-professora da PUC-Rio
Publicada no dia 19-08-2014
Os dados do Instituto de Segurança Pública – ISP do Rio de Janeiro demonstram que o número de estupros contra mulheres vem crescendo exponencialmente desde 2008, ao menos no estado carioca. Contudo, as informações podem ser interpretadas de outra maneira, como adverte a socióloga Jacqueline Pitanguy: “Quando temos um número crescente de registros de violência, não necessariamente é porque a violência está aumentando; tem de se considerar também que é porque as mulheres estão registrando, estão rompendo aquele muro de silêncio”. Na entrevista concedida à IHU On-Line, ela enfatiza os limites das estatísticas que registram casos de violência contra a mulher e assinala a necessidade de haver pesquisas nacionais recorrentes, que permitam comparações de casos e a elaboração de um panorama sobre a violência contra as mulheres, já que “estatísticas nacionais, com séries históricas, não existem”.
Biogás como solução para os resíduos sólidos
Entrevista com Joachim Werner Zang, doutor em Ciências Naturais e professor de Química Tecnológica e do Mestrado em Tecnologias de Processos Sustentáveis do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - IFG
Publicada no dia 18-08-2014
Apesar do potencial energético para produzir biogás, o Brasil ainda investe pouco nesta fonte energética. Os motivos são claros: “o desconhecimento da tecnologia e a falta de necessidade”, já que 70% da energia produzida no país é oriunda de hidrelétricas, explica o pesquisador. Zang esclarece que o biogás, implantado na Alemanha há 20 anos, seria uma solução adequada não só como fonte de energia, mas para resolver outro problema ambiental brasileiro: a quantidade de lixo produzido e mal armazenado. Ele menciona que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, “o país produz mais ou menos 300 milhões de toneladas de resíduos da agroindústria por ano e cem milhões de toneladas de lixo orgânico domiciliar”. Esse total de 400 milhões de toneladas de resíduos orgânicos, assinala, “poderia ser aproveitado, desde que separado devidamente de outros materiais”.