Edição 450 | 11 Agosto 2014

As particularidades da história construída em cada aldeia

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Andriolli Costa e Luciano Gallas

“Os grandes processos são cheios de especificidades e localismos. A história social, hoje, tem valorizado quaisquer indícios de experiência humana”, avaliam Paulo Moreira e Maria Cristina Martins

Na micro-história, “o que ocorre é uma redução da escala de observação, uma espécie de zoom (como numa máquina fotográfica), que provoca uma aproximação com o objeto de análise. Esta aproximação ou redução da escala de observação permite uma descrição mais densa do que se pretende entender, e daí denuncia-se a influência recebida da antropologia e de sua descrição etnográfica. Nada mais errado do que dizer que a micro-história ‘olha a história através do buraco da fechadura’, ou seja, só se interessa pelo detalhe, pelo ínfimo por ele mesmo. Assim como os antropólogos, para os micro-historiadores ‘o lócus do estudo não é o objeto do estudo’, ou seja, não se pretende estudar as aldeias, mas nas aldeias. Parte-se de um problema amplo de análise e opta-se por resolvê-lo em uma investigação pontual, que permite inclusive um cruzamento de fontes diversas. Na execução desta investigação, acaba-se, certamente, testando explicações macro já existentes, que nunca contemplaram variações específicas, locais. Aqueles que fizeram a graduação na década de 1980 lembrarão que os trabalhos de conclusão versavam sobre temas macro, como a implantação do modo de produção capitalista no Brasil ou na América latina. Eram visões baseadas em perspectivas macroestruturais (um tanto megalomaníacas) e que acabavam trazendo poucas variações ao que já se sabia. Nos últimos anos, os alunos têm investigado instituições hospitalares, cemitérios, trajetórias individuais, e com esta redução da escala de observação têm percebido que os grandes processos são cheios de especificidades e localismos. A história social, hoje, tem valorizado quaisquer indícios de experiência humana. Como escreveu o historiador Marc Bloch: ‘O historiador é como o ogro da lenda. Onde fareja carne humana sabe que ali está a sua caça’”, declaram Paulo Moreira e Maria Cristina Martins nesta entrevista conjunta concedida por e-mail à IHU On-Line.

Paulo Roberto Staudt Moreira é professor adjunto da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Possui mestrado e doutorado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e pós-doutoramento pela Universidade Federal Fluminense - UFF, além de ser graduado em História pela Unisinos, onde também exerceu o cargo de coordenador do Programa de Pós-graduação em História entre 2010 e 2014. 

Maria Cristina Bohn Martins é coordenadora do grupo de pesquisas Jesuítas nas Américas e membro do grupo de pesquisas História das Américas: fontes e historiografia. Possui licenciatura plena em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, instituição pela qual também obteve o mestrado em História da Ibero-América. É doutora em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Atualmente, é professora titular da Unisinos, vinculada ao curso de graduação em História e ao Programa de Pós-Graduação em História da universidade. 

Confira a entrevista.

 

IHU On-Line - O que é a micro-história? Como ela se articula com a perspectiva da “História vista de Baixo”? 

Paulo Moreira & Maria Cristina Martins - A micro-história não é propriamente uma escola historiográfica, mas uma das respostas dadas pela história para as crises políticas, ecológicas e teóricas sofridas no final da década de 1970. A crise do marxismo estruturalista, o desmoronamento dos países do Leste Europeu, os ventos fragmentadores da pós-modernidade, o esgotamento do investimento feito em análises exclusivamente quantitativas, tudo isto afetou as academias europeias e causou uma espécie de imobilismo. Supõe-se que a situação política e econômica periférica da Itália, especificamente, tenha permitido que alguns de seus intelectuais bebessem em influências diversas e compusessem uma proposta ou exercício historiográfico.

Entre as influências que estes historiadores italianos sofreram, destacamos a terceira geração da Escola dos Annales  e o seu investimento em temas e categorias marginais, além dos (neo)marxistas ingleses, principalmente E. P. Thompson . Historiadores sociais como E. P. Thompson, Natalie Davis  e Carlo Ginzburg  aprofundaram o conhecimento sobre as classes populares ou trabalhadoras, enfocando a história sob o ângulo destes agentes — ou seja, valorizaram os populares “à luz de sua própria experiência e de suas reações a essa experiência” . Os costumes destes agentes — noção que segundo Thompson aproxima-se da de Cultura — devem ser analisados dentro de contextos históricos específicos, para que se possa entender a sua “racionalidade” (legimitidades, expectativas). Dentro de um jogo de relações sociais, numa arena de exploração e resistência, enfrentamentos e negociações, de elaboração e reelaboração de aliados, é que se pode tentar entender o significado destas práticas sociais para os diferentes grupos envolvidos . Talvez seja interessante lembrar o que escreveu este heterodoxo marxista inglês [Thompson]: “Precisaríamos de mais estudos sobre as atitudes sociais dos criminosos, soldados e marinheiros e sobre a vida de taberna; e deveríamos olhar as evidências, não com os olhos moralizadores (nem sempre os 'pobres de Cristo' eram agradáveis), mas com olhos para os valores Brechtianos  — o fatalismo, a ironia em face das homilias, do establishment, a tenacidade da autopreservação” .

 

IHU On-Line - Como esta metodologia se relaciona com a perspectiva histórica marxista?

Paulo Moreira & Maria Cristina Martins - Podemos dizer que os mentores deste exercício historiográfico eram oriundos do campo político da esquerda, no qual as ideias marxistas serviam de orientação política e historiográfica. Neste sentido, a microanálise está permeada da percepção do antagonismo social, das diferenciações e hierarquias socioeconômicas e também étnico-raciais. Devemos lembrar a influência que os micro-historiadores sofreram da escola (neo)marxista inglesa, principalmente de Thompson, com a sua ênfase na experiência dos trabalhadores. A experiência dos trabalhadores, nesta perspectiva, não estava apenas limitada ao ambiente da produção, mas também referia-se à religião, aos momentos lúdicos. Por outro lado, como propõem uma visão mais holística da sociedade, os micro-historiadores costumam emprestar aos fenômenos culturais uma importância que não encontramos nas análises marxistas. Contudo, mais uma vez a influência de Thompson é aí marcante...

 

IHU On-Line - Em sua análise, a micro-história pode renunciar o macro?

Paulo Moreira & Maria Cristina Martins - Em nenhum momento a micro-história renuncia à análise macroestrutural. O que ocorre é uma redução da escala de observação, uma espécie de zoom (como numa máquina fotográfica), que provoca uma aproximação com o objeto de análise. Esta aproximação ou redução da escala de observação permite uma descrição mais densa do que se pretende entender, e daí denuncia-se a influência recebida da antropologia e de sua descrição etnográfica. Nada mais errado do que dizer que a micro-história "olha a história através do buraco da fechadura", ou seja, só se interessa pelo detalhe, pelo ínfimo por ele mesmo. Assim como os antropólogos, para os micro-historiadores "o lócus do estudo não é o objeto do estudo", ou seja, não se pretende estudar as aldeias, mas nas aldeias. Parte-se de um problema amplo de análise e opta-se por resolvê-lo em uma investigação pontual, que permite inclusive um cruzamento de fontes diversas. Na execução desta investigação acaba-se, certamente, testando explicações macro já existentes, que nunca contemplaram variações específicas, locais. Aqueles que fizeram a graduação na década de 1980 lembrarão que os trabalhos de conclusão versavam sobre temas macro, como a implantação do modo de produção capitalista no Brasil ou na América latina. Eram visões baseadas em perspectivas macroestruturais (um tanto megalomaníacas) e que acabavam trazendo poucas variações ao que já se sabia. Nos últimos anos, os alunos têm investigado instituições hospitalares, cemitérios, trajetórias individuais, e com esta redução da escala de observação têm percebido que os grandes processos são cheios de especificidades e localismos. A história social, hoje, tem valorizado quaisquer indícios de experiência humana. Como escreveu o historiador Marc Bloch : “O historiador é como o ogro da lenda. Onde fareja carne humana sabe que ali está a sua caça” .

 

IHU On-Line – Quais os riscos de, ao ligar os pontos entre documentos, o pesquisador cometer excessos interpretativos e transformar indícios em provas? 

Paulo Moreira & Maria Cristina Martins - Quem não quiser correr riscos não deve optar pela pesquisa, eles são inerentes a qualquer operação histórica. O historiador referencial, quando se pensa em pistas e indícios, é o italiano Carlo Ginzburg, com o seu brilhante livro O Queijo e os Vermes (São Paulo: Cia. das Letras, 1987) e também com o artigo Sinais, raízes de um paradigma indiciário (capítulo do livro Mitos, emblemas e sinais. Morfologia e história, São Paulo: Cia. das Letras, 1989). Ginzburg é considerado como proponente do que seria uma micro-história cultural, ao contrário de Giovani Levi , que teria optado por uma micro-história social. No livro O Queijo e os Vermes, Ginzburg investiga o caso do moleiro de Friuli [região nordeste da Itália] Domenico Scandella, “queimado por ordem do Santo Ofício, depois de uma vida transcorrida em total anonimato”. O foco de Ginzburg, o seu problema, é entender a cultura popular daquela época sob o impacto da reforma protestante e da invenção da imprensa. Ele descarta o uso do conceito de mentalidades e insiste no de cultura popular, denunciando sua matriz marxista ao dizer: "uma análise de classes é sempre melhor que uma interclassista” (p. 32).

Uma crítica que se fez a este trabalho de Ginzburg é que ele não escolheu entender a posição socioeconômica de um moleiro naquela sociedade, dando assim um contexto mais seguro para se entender aquele indivíduo. Ele teria optado pelos indícios, pelos sinais deixados por este herege numa documentação que tinha a finalidade de reprimi-lo. O que os críticos não quiseram entender é que o indício, para Ginzburg, não é o resto, o único, mas uma porta ou janela por onde se possam acessar aspectos inesperados. É neste sentido que Giznburg faz uma analogia do trabalho do historiador com o do médico que, a partir de “sintomas” (pistas), busca encontrar a doença. Aqueles que criticaram (e criticam) Ginzburg por ele ter escrito um trabalho usando unicamente um caso, esquecem que este historiador vasculha desde a década de 1960 os arquivos da inquisição. Assim, o Queijo e os Vermes será melhor entendido se o localizarmos dentro de um “programa de pesquisa” que tem como foco a cultura e a religião popular na Idade Moderna. Assim, já em 1966 o autor havia publicado na Itália o livro Os andarilhos do bem. Feitiçarias e cultos agrários nos séculos XVI e XVII (São Paulo: Cia. das Letras, 1988), um produto inicial de suas investigações. Foi explorando processos inquisitoriais sobre os benandanti, os quais lhe permitiram cunhar sua hipótese sobre estes “feiticeiros do bem” como expressão de crenças e ritos pré-cristãos, que ele encontrou o material sobre Domenico Scandella. Portanto, o caso excepcional de Menocchio [apelido do moleiro] só foi avaliado como um indício válido de acesso a uma religiosidade popular pouco conhecida depois de anos de exaustiva investigação junto a casos similares.

Segundo Ginzburg, Menocchio não era típico do campesinato da época e seu isolamento da comunidade era considerável, "mas esta singularidade tinha limites bem precisos; da cultura do próprio tempo e da própria classe não se sai a não ser para entrar no delírio e na ausência de comunicação. Assim como a língua, a cultura oferece ao indivíduo um horizonte de possibilidades latentes — uma jaula flexível e invisível dentro da qual se exercita a liberdade condicional de cada um. [...] Em poucas palavras, mesmo um caso-limite (e Menocchio com certeza o é) pode se revelar representativo, seja negativamente — porque ajuda a precisar o que se deva entender, numa situação dada, por ‘estatisticamente mais frequente’ —, seja positivamente — porque permite circunscrever as possibilidades latentes de algo (a cultura popular) que nos chega apenas através de documentos fragmentários e deformados, provenientes quase todos de ‘arquivos da repressão’” (GINZBURG, 1987: p. 28). Os indícios não estão assim dados na natureza dos arquivos, mas são alçados a esta condição valorativa por uma operação histórica sob a responsabilidade de um historiador profundamente conhecedor da sociedade geradora deste sinal e da própria instituição geradora destas fontes.

Os pontos que são ligados  ou as peças que são montadas neste quebra-cabeça historiográfico exigem dedicação, erudição teórico-metodológica, um problema de investigação solidamente montado e o uso comedido e sensível da imaginação histórica, a qual não se refere à dicotomia Verdadeiro X Inventado, “mas na integração, sempre assinalada pontualmente, de ‘realidades’ e ‘possibilidades’” (GINZBURG, 1991: 183).

 

IHU On-Line – Levando em conta a abundância de registros e documentação histórica na Itália, o berço da micro-história, é possível aplicar plenamente a metodologia em pesquisas conduzidas no Brasil ou deve-se incorporar a esta métodos híbridos? 

Paulo Moreira & Maria Cristina Martins - Não é exatamente a pouca quantidade de registros históricos o que nos diferencia da Itália, mas o ainda precaríssimo estado de conservação e organização dos acervos documentais públicos e privados. Fontes imprescindíveis como as eclesiásticas, por exemplo, ainda estão sob a guarda de instituições que dificultam o acesso dos pesquisadores, ao mesmo tempo que não as conservam adequadamente. Em iniciativa conjunta da Associação Nacional de História (núcleo RS), da Associação dos Arquivistas Brasileiros e da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – FAMURS, foi realizado alguns anos atrás um amplo diagnóstico dos arquivos históricos municipais do RS. Não chegavam a cinco os municípios que possuíam setores que podiam ser chamados de Arquivos Históricos. Nos demais, a documentação municipal permanente (aquela cuja preservação serve principalmente para o testemunho e a memória histórica) era depositada em locais conhecidos como arquivo morto, sala embaixo da escada, etc. Ou seja, os cientistas sociais têm que localizar os acervos documentais (se é que eles ainda existem), torcer para que estejam minimamente organizados (ou tratar de arranjá-los) e ainda manter uma vigilância permanente para que eles não sumam em alguma limpeza (reciclagem) promovida por uma nova gestão e a sua específica (ir)racionalidade administrativa.

Além disso, não tivemos, infelizmente, uma geração consolidada e ampla de historiadores, como na Europa, que investissem em análises quantitativas e demográficas. Os historiadores brasileiros se veem na obrigação de localizar as fontes que vão usar, levantá-las, proceder levantamentos quantitativos e, depois, se o tempo do mestrado ou doutorado já não se esgotou, analisá-las qualitativamente. Assim, a microanálise muito se beneficiou dos avanços das metodologias antes restritas aos adeptos da demografia histórica. Como já dissemos, a redução de escala vem acompanhada do uso de fontes heterogêneas e o cruzamento destas fontes, principalmente sob o enfoque da pesquisa nominal (individual ou familiar), faz amplo uso de técnicas informáticas de bancos de dados, etc.

 

IHU On-Line – De que forma essa perspectiva colaborou para mudar o modo como se ensinava História no Brasil? Colaborou para pensar uma história menos eurocêntrica, mais voltada a um pensamento descolonial?

Paulo Moreira & Maria Cristina Martins - A eclosão do fenômeno dos programas de pós-graduação em História no Brasil, a partir da década de 1990, transformou radicalmente a pesquisa histórica. A micro-história foi um dos agentes renovadores deste fecundo ambiente acadêmico.

Processos de acumulação de capitais, principalmente gerados pelas atividades mercantis, alicerçados em redes sociofamiliares com ampla dispersão geográfica, mostraram dinâmicas internas coloniais, operacionalizadas à revelia das autoridades metropolitanas. Fecundas discussões sobre a complexidade do Antigo Regime nos trópicos e do estabelecimento de nobrezas da terra evidenciaram lacunas consideráveis que se esteavam nas visões do exclusivismo metropolitano.

As plurais populações indígenas e os heterogêneos africanos escravizados, trazidos pela violenta diáspora transatlântica, também foram contemplados nesta revisão historiográfica ampla, mostrando atuações autônomas e o amplo diálogo cultural produzido pela interdependência gerada pela colonização e ocupação do Novo Mundo.

No caso do escravismo, por exemplo, tema que vem sendo fortemente renovado pela produção acadêmica recente, a investigação de casos particulares contribuiu para aprofundar estudos sobre esta instituição e, ao mesmo tempo, valorizar aspectos antes pouco considerados, introduzir perspectivas de análise e fazer avançar significativamente o conhecimento. Os historiadores se aproximaram dos sujeitos que foram submetidos ao escravismo, ao invés de centrar todas suas fichas em estudos mais genéricos, por assim dizer. Preterindo questões como o preço ou a produtividade do trabalho escravo, eles se ocuparam em perscrutar seus valores, suas vivências e práticas sociais como escravos. Temos chamado a isto de “agency”, noção que serviu para voltar a atenção dos historiadores para estes sujeitos que poucas vezes eram  vistos como protagonistas de uma história que os oprimia: índios e negros, especialmente.

Para realizar a valorização das experiências destes agentes sociais — negros da terra e africanos escravizados —, foi necessário o desmonte de visões que os limitavam ao papel de vítimas. Isto não implica absolutamente desconhecer a violência a que foram submetidos, nem as injustiças perpetradas contra eles, mas compreender que suas histórias não se resumem a isto. Podemos dizer que vale para os escravos e seus descendentes o mesmo que Manoela Carneiro da Cunha  tão bem disse sobre a história dos índios no Brasil. Embora a visão de que ambos os grupos foram vítimas seja a princípio simpática, ela acaba por induzir a um outro tipo de injustiça, que é o de não reconhecer que índios [ou negros] tenham sido sujeitos de suas histórias. 

Assim, o discurso da vitimização, ao mesmo tempo que é um eficiente meio de denúncia da exploração sofrida, engessa a atuação de milhões de indivíduos ao histórico papel de mártires. Não existe protagonismo ou autonomia em personagens subsumidos ao papel unívoco de sofredores. As milhares de comunidades remanescentes de quilombos que temos atualmente no Brasil têm nos ajudado a compreender as criativas formas com que as populações afrodescendentes lidaram com o que tentaram fazer deles. Estudamos, assim, famílias escravas, relações de compadrio e redes de solidariedade entre elas, a formação de pecúlios para a compra da alforria, entre outros casos, os quais nos evocam um protagonismo, uma agência que tradições anteriores de pesquisa não permitiam encontrar.

 

IHU On-Line - Desejam acrescentar mais alguma coisa?

Paulo Moreira & Maria Cristina Martins - Nada como uma leitura própria para que os leitores possam verificar por si a validade ou não desta perspectiva de análise. Recomendamos, então, os seguintes livros para quem se interessar em aprofundar os seus conhecimentos: 

- GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa/Rio de Janeiro: Difel/Bertrand Brasil, 1989; 

- GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais. Morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989; 

- LEVI, Giovanni. A herança imaterial: trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000; 

- LIMA, Henrique Espada Rodrigues. A micro-história italiana: escalas, indícios e singularidades. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006; 

- MARTINS, M. Cristina Bohn & MOREIRA, Paulo (orgs.). Uma história em escala. A microanálise e a historiografia latino-americana. São Leopoldo: Oikos/Ed. Unisinos, 2012 (Coleção EHILA); 

- REVEL, Jacques (org.). Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getulio Vargas, 1998.

Os livros acima são importantes para se entender a microanálise, mas a leitura do produto final de alguns historiadores que se associam a esta perspectiva analítica é também interessante. Citamos três exemplos, sendo que os dois últimos serão lançados durante o XII Encontro Estadual de História, nas dependências da UNISINOS: 

- WEIMER, Rodrigo. A Gente da Felisberta: Consciência Histórica, história e memória de uma família negra no Litoral Riograndense no Pós-Emancipação. Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense - Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, 2013 [Tese de doutorado]; 

- KARSBURG, Alexandre de Oliveira. O eremita das Américas: a odisseia de um peregrino italiano no século XIX.  Santa Maria: Editora da UFSM, 2014; 

- CARATTI, J. M. O solo da liberdade: as trajetórias da preta Faustina e do pardo Anacleto em tempos do processo abolicionista uruguaio (1842-1862). São Leopoldo: Oikos Editora, 2013 (Coleção EHILA).

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