Edição 446 | 16 Junho 2014

Karl Rahner. A busca de Deus a partir da contemporaneidade

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Redação

No ano em que se completam os 110 anos de nascimento do teólogo jesuíta Karl Rahner e 30 anos da sua morte, a IHU On-Line celebra sua memória revisitando sua obra no contexto dos 50 anos da realização do Concílio Vaticano II e de um pontificado que se pauta programaticamente neste evento eclesial onde o teólogo alemão, com outros, teve papel relevante.

Autor de clássicos como Geist in Welt (O Espírito do mundo), de 1939, Hörer des Wortes (O ouvinte da palavra), de 1941, Schriften zur Theologie (Escritos de Teologia), com 16 volumes escritos entre 1954-1984, Grundkurs des Glaubens (Curso Fundamental da Fé), de 1976, Rahner participou como assessor do Concílio Vaticano II e foi um dos grandes teólogos cristãos do século XX.

Mario de França Miranda, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, constata que  experiência da graça forma o núcleo da teologia rahneriana. E, além de ser um cristão “inquieto” ao se sentir “atingido em sua fé pelas transformações socioculturais de seu tempo”, o jesuíta “previu claramente o advento de uma sociedade secularizada e fechada à Transcendência”.

O teólogo alemão Albert Raffelt, da Universidade de Freiburg, Alemanha, acentua que a autocomunicação de Deus está no centro da teologia de Karl Rhaner. Coube a ele superar “estreitamentos ecumênicos” e chamar a “atenção da teologia católica para a problemática dos outros caminhos religiosos”.

Para Herbert Vorgrimler, teólogo docente na Universidade de Münster, Alemanha, “o tema da busca de Deus e dos problemas de Deus é o tema que permeia e move a vida e o pensamento de Rahner, desde sua juventude teológica até sua morte”.

O teólogo italiano Rosino Gibellini, diretor literário da editora italiana Queriniana, reflete que Rahner talvez possa ser considerado “o primeiro teólogo católico moderno, porque ele se deparou, ao longo de seu extenso trabalho, com os desafios da modernidade”.

Juan Carlos Scannone, SJ, o maior teólogo argentino vivo, recorda os anos de convivência e estudo com Karl Rahner, descrevendo a sua importância na América Latina através de discípulos como ele próprio e Ignacio Ellacuría para uma compreensão “aggiornata” e conciliar da teologia.

A questão da liberdade, ou seja, da “autonomia”, está no cerne da compreensão de ser humano em Rahner, pondera Manfredo Araújo de Oliveira, da Universidade Federal do Ceará - UFC. Karl Neufeld, SJ, analisa a presença de noções fundamentais de Rahner e consequências práticas nos documentos do Concílio Vaticano II, como a “revelação como autocomunicação de Deus”. Para Rahner, observa, a modalidade da salvação é a oferta.

Segundo o mestrando em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Edisley Batista, o cristianismo, a partir do pensamento de Rahner, é entendido como um aperfeiçoamento da religiosidade dos sujeitos.

Duas entrevistas e um artigo completam a edição.

Adam Kotsko, teólogo e professor assistente de Ciências Humanas no Shimer College, em Chicago, Estados Unidos, comentando o livro “A monstruosidade de Cristo. Paradoxo ou dialética”, de Slavoj Zizek e John Milbank, recentemente  traduzido para o português.

Rodrigo Guimarães Nunes, doutor em Filosofia pelo Goldsmiths College, Universidade de Londres e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio, aborda o mal-estar no Brasil para além do evento da Copa.

O professor doutor e pesquisador do PPG em Filosofia da Unisinos, Castor Ruiz, escreve o artigo O poder pastoral, a economia política e a genealogia do Estado moderno.

A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!

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