Edição 201 | 23 Outubro 2006

Editorial

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IHU Online

O Brasil que a gente quer e o segundo turno

A última edição da revista IHU On-Line antes do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil traz uma discussão sobre os rumos políticos, sociais e econômicos do País nos próximos anos.
Considerando a política e a economia brasileiras, IHU On-Line entrevistou diversos intelectuais para debaterem as perspectivas políticas, sociais e econômicas do Brasil nos próximos anos. Dessa maneira, retomamos a discussão sobre um projeto de desenvolvimento nacional.

Para a cientista social Miriam Limoeiro Cardoso, professora emérita da UFRJ,  “atualmente há pouca discussão política e ideológica de idéias sobre o Brasil. Falta política à política”. Limoeiro acredita que, na atual campanha política, “não há propriamente debate entre projetos para o País. Nenhum dos dois candidatos tem a coragem política de explicitar o projeto que seu eventual governo tentaria viabilizar, até para não inviabilizar sua eleição. Mas há diferenças importantes entre Lula e Alckmin”.

O cientista social Jairo Nicolau, do IUPERJ, acredita que os partidos brasileiros estão fragilizados e que é preciso fortalecê-los. Ele aposta em outras reformas de participação da sociedade na política, afirmando que “a riqueza de uma democracia se deve, em larga medida, à riqueza do envolvimento dos cidadãos com a política para além do partido, da eleição”.

Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES, disse, em entrevista à presente edição da IHU On-Line, que temos uma política suicida “que combina juros altos com taxas de câmbio valorizadas”. Lessa afirma: “A minha aflição é que nem o Alckmin, nem o Lula vão mudar. Eu não estou esperançoso, estou muito angustiado”.

Já João Sicsú, professor no Instituto de Economia da UFRJ, diz que “o Brasil está num movimento de volta para o passado” e atribui isso aos governantes, “pois isto foi uma decisão política”. Usando uma metáfora, Sicsú afirma: “O Alckmin vai nos colocar no abismo, Lula nos colocou à beira dele. Da beira do abismo ainda é possível escapar, de dentro dele é muito mais difícil”.
Também foi entrevistado o economista Reinaldo Gonçalves, que considera o governo Lula um fracasso rotundo e afirma que “temos hoje um Brasil sem rumo e sem prumo, do ponto de vista de estratégia e de política econômica com uma gestão macroeconômica catastrófica, com resultados medíocres”.

A entrevista de Ricardo Bielschowsky, economista da Cepal e professor da UFRJ, analisa a contribuição da Cepal para a compreensão do subdesenvolvimento e das estratégias para superá-lo.
Nesta edição também trazemos uma entrevista exclusiva sobre o último teorema de Fermat, com o professor Rogério Steffenon, coordenador do curso de graduação em Matemática da Unisinos, que ministrará uma palestra com o mesmo tema na próxima quarta-feira, no II Ciclo de Estudos Desafios da Física para o Século XXI: um diálogo desde a Filosofia. Também na próxima quarta-feira, dia 25-10-2006, acontecerá mais uma edição do I Ciclo de Estudos sobre a Formação Social Sul-Riograndense, quando a professora Prof.ª Dr.ª Ana Inez Klein apresentará a obra Revoluções cisplatinas. A República Riograndense, de Alfredo Varela.

Uma ótima semana e uma excelente leitura a todas e todos!

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