Edição 422 | 10 Junho 2013

Torcidas Queer e a homofobia nos estádios de futebol

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Márcia Junges

“Há homofobia nos estádios de futebol. Ela é tão marcada que a própria imprensa esportiva nem mesmo a entende como algo violento ou como um acontecimento digno de ser narrado”, disse Gustavo Andrada Bandeira em entrevista às Notícias do Dia da IHU On-Line em 02-05-2013.

Autor da dissertação Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol, o pedagogo analisa o comportamento masculino nos estádios de futebol, onde a sexualidade “aparece o tempo todo em diferentes expressões das torcidas, dos atletas e, eventualmente, até da imprensa”. Segundo ele, existe uma constante “necessidade de manifestação da heterossexualidade que se dá especialmente a partir dos xingamentos homofóbicos que podem ser ditos contra todo e qualquer ator do espetáculo: jogadores adversários, jogadores da própria equipe, árbitros, profissionais da imprensa e, o alvo principal, o torcedor adversário”.

Bandeira comenta o surgimento das torcidas queer nos estádios de futebol, a exemplo das gaúchas QUEERlorado e Grêmio Queer. A seu ver, elas estão vinculadas a “uma série de ações, especialmente as afirmativas, dos movimentos sociais e, claro, a potencialidade das redes sociais que alteram os lugares tradicionais de autoria e permitem uma exposição de correntes distintas de pensamento”. Apesar de repercutirem nas redes sociais, “ainda não é possível saber como os torcedores nos estádios se manifestarão em relação às chamadas torcidas queer, uma vez que as curtas experiências de torcidas que pregavam a diversidade sexual datam da década de 1970 e foram todas extintas”, pondera.

Gustavo Andrada Bandeira possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e mestrado em Educação pela mesma instituição. É técnico em assuntos educacionais da Escola de Administração da UFRGS, onde leciona no curso de Especialização em Jornalismo Esportivo.

Nesta quinta-feira, 13-06-2013, Gustavo discute a temática das torcidas queer no IHU ideias, das 17h30min às 19h, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Acesse mais informações em http://bit.ly/195tCCg.


Leia mais...

A IHU On-Line já publicou outras entrevistas sobre teoria queer e homoafetividade. Confira:

* “O natural não é ser homem ou mulher”. Entrevista especial com Margareth Rago, disponível em http://bit.ly/13KZHJG

* Via(da)gens teológicas. Itinerários de uma teologia queer no Brasil. Entrevista especial com André Musskopf, disponível em http://bit.ly/R24T9H

* Uniões homoafetivas. A luta pela cidadania civil e religiosa. Edição 253 da revista IHU On-Line, de 07-04-2008, disponível em http://bit.ly/10puzzO

* Corpo e sexualidade. A contribuição de Michel Foucault. Edição 335 da revista IHU On-Line, de 28-06-2010, disponível em http://bit.ly/ggvqty

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