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Thamiris Magalhães
Origem – Nasci no dia 14-01-1955, em Santa Cruz do Sul-RS. Meu pai mora sozinho em Venâncio Aires-RS e tem 88 anos. Sou o quinto de 12 filhos, sendo que a mais velha é falecida. Os irmãos estão todos espalhados pelo estado e fora dele. Hoje, moro em Sapucaia do Sul-RS, sou casado com a Erondina e tenho dois filhos, o Elessandro, 34 anos e a Solange, 31 anos. Tenho a quinta série do primário.
Autodefinição – Sou tranquilo, competente, por isso estou até hoje na Unisinos. Respeito e honestidade são duas palavras que trago de berço e que coloco para dentro do trabalho.
Trajetória profissional – Trabalhei em empresas de construção como pedreiro. Acidentei-me e saí da construção. Nessa ocasião é que fui para a indústria, na área de produção de lã, onde trabalhei oito anos. Depois, vim para a Unisinos. Estou aqui desde 1996, ou seja, há 16 anos. Primeiramente entrei para a manutenção civil. Quando o setor foi terceirizado, tinha certa estabilidade. Então, fui para a antiga sede trabalhar na manutenção, onde trabalhei por dois anos, isso em 2002. Depois, retornei para o campus principal, onde estou novamente desde 2004, desta vez trabalhando na maquetaria.
Maquetaria – Na maquetaria atendemos e auxiliamos o aluno que vem fazer maquete. Ele desenha, a gente corta e ajuda o discente a montar, quando dá tempo. Todos os cursos vêm aqui, pelo menos uma vez no ano, menos Administração e Direito, mas a maior frequência são alunos do curso de Arquitetura. O segredo na maquetaria é saber conversar com o acadêmico, ouvir o que ele pede e atendê-lo bem. O bom atendimento é a nossa meta. Hoje, para trabalhar aqui, exige-se que seja um marceneiro. Na minha época isso não era exigido. Mas quando vim para cá tive que fazer um teste. O dia a dia foi o que fez, de fato, eu aprender a trabalhar na maquetaria.
Papel relevante – Todos os alunos da Arquitetura, antes de se formar, passam por aqui. Salvo engano, há apenas um semestre em que os estudantes desse curso não precisam passar por aqui. No restante, é obrigatória a presença deles na maquetaria. Aqui é um laboratório. Os alunos, nesse sentido, são obrigados a passar por aqui de qualquer jeito. Ou seja, temos um papel muito importante na formação destes estudantes, porque aqui é a prática deles: o outro lado da teoria que eles têm na sala de aula.
Gratificação – E o legal é isto: poder ajudar o aluno. Sinto-me feliz e realizado. E eles também. Além disso, criamos uma amizade grande com eles. Outra coisa que acho muito legal é o reconhecimento dos alunos fora da Universidade. Outro dia, estava em Porto Alegre e ouvi um grito: “seu João!” Quando olhei para trás, vi que era um aluno. Então, onde vamos encontramos alguém que nos reconhece. E isso é muito legal. Trabalhar com os alunos é gratificante.
Lazer – Nesses últimos tempos, gosto muito de ficar em casa, principalmente porque acabei de fazer uma cirurgia. Então, gosto de chegar à minha casa e descansar.
Livro – Tem um que estou lendo pela segunda vez: é O livro de Mórmon – outro testemunho de Jesus Cristo.
Religião – Católica.
Filme – Os de ação.
Sonho – Hoje, meu sonho é vir minha aposentadoria para ficar mais tranquilo.
Unisinos – A Unisinos é como se fosse minha casa. É de onde tiro meu sustento.
Homenagens – Fui homenageado três vezes pelos alunos em formaturas, como um funcionário que foi importante para eles em suas jornadas acadêmicas, que os ajudaram em algum momento de sua vida nesta Universidade. Geralmente são alunos do curso de Arquitetura. É feita uma votação entre os funcionários, e o mais votado é o escolhido. No dia da formatura, sento-me à mesa junto com o Reitor e professores homenageados. E é bem legal. Esse é o nosso prêmio. Além disso, vários alunos que se formam retornam aqui, e isso é gratificante.
Lembrança – Guardo várias lembranças de antigos alunos. Mas uma que me marcou foi de um ex-aluno, cadeirante, que queria cancelar o curso, e não o fez porque o coordenador do curso de Arquitetura, professor Adalberto Heck Vilmar Mayer, deu força para ele. E, para minha surpresa, no dia da formatura, ele estava lá, com a mãezinha dele. Aquilo para mim foi emocionante e minha maior surpresa. Ele contar sua história junto do professor Adalberto, de Arquitetura, que foi o coordenador homenageado e a pessoa que muito o apoiou. Aquilo me marcou muito.