Edição 393 | 21 Mai 2012

O bode expiatório. O desejo e a violência

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IHU On-Line

A atualidade e a importância da obra de René Girard é o tema em discussão na revista IHU On-Line desta semana. Pensador radicado nos Estados Unidos, professor emérito da Universidade de Stanford, a sua obra, atualmente sendo amplamente divulgada pela Biblioteca René Girard, uma realização da editora E Realizações e da Fundação Imitatio, é conhecida pela teoria mimética. O pensamento de Girard permite, sem dúvida, pensar com acuidade e pertinência aspectos fundamentais da contemporaneidade.

O abade belga Dominique Janthial analisa Girard como leitor do profeta Isaías, e pontua de que modo a economia liberal apresenta uma exacerbação do desejo mimético, fonte da violência social. Janthial leciona na Faculdade da Companhia de Jesus (Instituto de Estudos Teológicos), em Bruxelas.

James Alison, teólogo católico, sacerdote e escritor, debate a possibilidade de uma fé para além do ressentimento, a partir das concepções desse filósofo francês. Ao nos desvelar o mecanismo do bode expiatório, Girard nos oferece a possibilidade de fazer uma autocrítica institucional constante, afirma Alison.

Stéphane Vinolo, docente na Pontifícia Universidade Católica do Equador, afirma que a mundialização dos medos e temores é sinal de crises miméticas, e provoca ao dizer que o desejo mimético é “infelizmente” atual.

O teólogo inglês Michael Kirwan, jesuíta, do Heythrop College, em Londres, examina o impacto da obra girardiana na teologia e na ciência da religião. Ele argumenta que é preciso manter viva a memória do que são os bodes expiatórios para escaparmos de “padrões de ressentimento e agressão mascarados como santidade”.

Gabriel Andrade, autor da biografia intelectual de Girard, fala no desafio em ser girardiano atualmente. Para o pesquisador da Universidade de Zulia, na Venezuela, Girard possui uma obra coerente, mas pode ser “acusado” daquilo que Popper dizia sobre Freud: a necessidade de explicar em excesso.

William Johnsen, professor de inglês na Michigan State University, examina o elo entre violência e modernismo a partir dos escritores Ibsen, Joyce e Woolf.

O filósofo francês Jean-Pierre Dupuy contribui com um artigo intitulado Crer é não crer. As crenças religiosas, a violência e o sagrado.

Completam esta edição as seguintes entrevistas e artigos.

Elton Vitoriano Ribeiro, professor da FAJE, comenta a publicação da tese de doutorado do filósofo Henrique Cláudio de Lima Vaz seis décadas após sua apresentação. O livro Contemplação e dialética nos diálogos platônicos acaba de se publicado pelas Edições Loyola.

O economista e professor da Unicamp Ricardo Antunes debate a terceirização como porta de entrada para a precarização do trabalho.

Francisco de Oliveira, sociólogo e professor emérito da USP comentando o atual desenvolvimentismo diz que “o capitalismo brasileiro suga a todos os recursos disponíveis e não se deterá para redistribuir renda”.

O filósofo espanhol e professor da Unisinos, Castor Bartolomé Ruiz é autor do artigo O trabalho e a biopolítica na perspectiva de Hannah Arendt.

O secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, que estará nesta semana na Unisinos, falando da  Rio+20, diz “que não vai ser um grande sucesso. Mas espero que se avance alguma coisa em direção a um mundo um pouco mais equilibrado”.

Dieter Wartchow, professor no Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH, da UFRGS, que também estará na Unisinos, nesta semana, debate o tema do acesso à água na perspectiva da Rio+20.

O professor de Economia da Unisinos Fernando Maccari Lara, por sua vez, faz uma análise do filme Margin Call – O Dia Antes do Fim, debatido no último dia 15-052012, no IHU.

Edson Bemvenuti, professor de Educação Física, narra os 40 anos da sua trajetória na Unisinos.

A todas e a todos uma ótima leitura e uma excelente semana!

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