Edição 371 | 29 Agosto 2011

Cristina Trisch

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Thamiris Magalhães

Cristina Trisch, 31 anos, nasceu e mora em São Leopoldo. Há 11 anos trabalhando na secretaria das Ciências da Comunicação da Unisinos, Cristina, em entrevista à IHU On-Line, lembra da infância, família e dos valores que adquiriu dos pais e que pretende repassá-los aos filhos. Emocionada, ela lembra momentos vividos com a família e que a marcaram para sempre.

Quem sou eu - Têm duas palavras que me definem muito bem: o caráter e a família. Acredito que essas duas coisas estão juntas em tudo o que eu faço e em todas as decisões que tomo. Além disso, sempre reflito muito e penso na minha família antes de tomar uma decisão.
Tenho muito bom coração. Não consigo deixar de ajudar as pessoas. Talvez elas nem peçam a minha ajuda, mesmo assim procuro sempre colaborar. Acho que essa é uma das minhas características mais fortes. Eu acredito que outra característica minha é a confiança, sou muito fiel com as minhas amizades e relacionamentos. Também gosto de sentir confiança nos outros, dessa forma me sinto mais segura. Acredito que a confiança é um fator muito importante.

Origens
- Meus pais nasceram em Itati-RS, lugar que ainda visitamos bastante, pois minha avó paterna mora lá. Moro com meus pais Nadir e Zulma em São Leopoldo. Tenho uma irmã, Simone, e um irmão Marino, dos quais tenho muita admiração e carinho.

Formação - Comecei o curso de graduação na Unisinos em 1999. Optei pelo curso de Secretariado Executivo Bilíngue. Final de 1999, início de 2000, surgiu uma oportunidade de estágio na Unisinos, na secretaria das Ciências da Comunicação. Participei da seleção e comecei a trabalhar como estagiária. Era o final do ano 2000; fui contratada e estou lá até hoje. Formei-me bacharel em 2006, e concluo esse ano o MBA em Gestão Empresarial, pela Unisinos.

Trabalho - Já trabalhei na Receita Federal e na prefeitura de São Leopoldo. Mas, com a vida acadêmica e depois do curso na Unisinos, continuei na universidade. Gosto muito do meu trabalho na secretaria das Ciências da Comunicação. O trabalho aí é realizado de forma compartilhada, apoiando todos os níveis acadêmicos: graduação, extensão, pós-graduação e especialização. Ou seja, trabalhamos em um único espaço físico, de maneira compartilhada, para que sempre fiquem atendidos todos os níveis acadêmicos.

Lazer - Gosto muito de passear, viajar e ouvir música. Gosto muito de ouvir In the arms of the angel, de Sarah McLachlan. Trabalho 40 horas na Unisinos. A rotina do trabalho e estudo muitas vezes não nos deixa “olhar para os lados”. Adoro o que eu faço, mas às vezes sinto falta de fazer algo mais, e faço: dou catequese. Sou catequista na Comunidade Católica São Judas Tadeu e tenho encontros de catequese com as crianças todos os domingos pela manhã, depois da missa. Os momentos de oração e reflexão fazem com que eu me sinta muito bem.

Livros
- Gosto de poemas. Adoro os poemas do Mário Quintana. Livros eu leio dos mais variados. Interesso-me por livros de ficção, romance e os que fazem referência ao espiritismo também.

Filme -
Gosto muito de dois filmes que assisti há algum tempo: Sete Vidas e Diário de uma paixão.

Política no Brasil - Desconfio um pouco da política no Brasil. Penso que é muito difícil ser honesto em um “mundo” onde os políticos têm muitas chances de não sê-lo. Atualmente, acredito que estamos tendo alguns resultados positivos. Porém ainda duvido muito da política e dos políticos.

Religião - Minha família tem um histórico muito bonito em termos de religião. Meu pai sempre fez trabalhos na igreja, sendo ministro da palavra. Minha mãe sempre apoiou isso. Então, desde pequeno, a gente convive com grupos de liturgia. Quando eu fiz o crisma, surgiu um convite de um padre, muito amigo nosso, Pe. Orestes, já falecido, para que eu começasse a dar catequese.
A religião é muito importante na minha vida. Em casa, temos o hábito até hoje de rezar antes das refeições. Quando meus irmãos e eu éramos crianças, rezávamos todas as noites. Ninguém ia para cama sem rezar. Meus pais tinham esse ritual de reunir os filhos e fazer uma oração, agradecer pelo dia. Eu considero isso muito importante. Acredito que ainda existem coisas boas no mundo, porque as pessoas, independentemente de religião, ainda têm fé.

Trabalho voluntário - Essa atividade de catequista é um trabalho voluntário, pois a Igreja não tem fins lucrativos e o que ela consegue recolher é usado para manter o prédio, coisas assim. Esse trabalho me faz bem. A troca de experiências que as crianças me proporcionam é muito gratificante. Faço isso desde os 16 anos.

Unisinos - Unisinos é reinvenção. Tenho uma relação bastante afetiva com ela. Na verdade, muitas coisas boas eu conquistei aqui dentro. Sempre tive um espaço muito bom no meu trabalho. Com os colegas de trabalho, coordenadores, professores e alunos sempre tive uma relação muito boa. Aprendo muito com eles, todos os dias.
Tenho uma opinião que, independentemente do tempo que a gente trabalha em um lugar, o que importa é a motivação, a vontade de querer fazer as coisas diferentes e o quanto você contribui para a instituição e o trabalho que realiza. Acredito que consegui contribuir com muitas coisas boas na Unisinos e da mesma forma adquiri muitas coisas boas aqui também. Além disso, conheci muitas pessoas importantes na minha vida, como o meu namorado Mateus, que trabalhou aqui. A gente se conheceu em 2000, aqui na Unisinos, mas éramos apenas amigos. E, em 2006, ele já não trabalhava mais na instituição; nos reencontramos por acaso e continuamos mantendo contato, até que em 2008 começamos a namorar. Então, a Unisinos contribuiu com isso também. Conhecemos um ao outro há 11 anos e namoramos há 3 anos e meio. Temos objetivos profissionais e pessoais, com muita vontade de construir uma família juntos.

IHU - Sempre acompanho as entrevistas do IHU Repórter. Acho que essas entrevistas com professores e funcionários são uma forma de conhecermos um pouco mais do colega de trabalho. Muitas vezes conversamos e trocamos informações por telefone e e-mails e acabamos não conhecendo quem está do outro lado. O IHU nos dá essa possibilidade. Além disso, sempre recebemos a revista na secretaria e eu acompanho online também.

Sonho - Meu sonho é construir minha família e conseguir passar valores a ela. Valores que eu recebi dos meus pais, como respeito, solidariedade e luta por ideais. As famílias estão muito desestruturadas, e isso é ruim, pois a família é a base, o início de uma vida. Outro sonho que sempre tive e que realizei este ano foi conhecer a Europa. Meu namorado teve a possibilidade de viajar pela empresa e eu aproveitei a oportunidade. Fiz uma viagem bem legal. Conheci vários países, como Suíça, Alemanha, França, Itália. E o melhor: conheci o Vaticano, que era um sonho meu! Como o tio do Mateus, Pe. João Roque é reitor no Colégio Pio Brasileiro de Roma, conseguimos fazer um passeio histórico pelo Vaticano, inclusive vimos o Papa!

Valores - Meu pai e minha mãe são casados há 36 anos. E eles prezam muito a união da família, prezam a família amiga. Eu e os meus irmãos somos muito unidos. Cada um tem as suas tarefas, o seu trabalho, a sua individualidade, mas ninguém esquece a família. Sempre estamos juntos no café da manhã, final de semana e no almoço de domingo. Esses são alguns valores que tenho e que passarei a meus filhos.

Lembranças - Meus pais têm uma história muito bonita. São pessoas humildes. Minha mãe trabalha no Hospital Centenário e o meu pai é aposentado, mas ainda trabalha numa empresa metalúrgica. Eles vieram do interior sem recursos financeiros. Nunca passaram fome, mas quando casaram, colocaram um fogão, uma cama e uma pia em cima de caminhão e vieram para São Leopoldo. Não sabiam muito bem o que encontrariam por aqui, mas tinham o objetivo de construir uma casa e uma vida! Então, há alguns dias nos reunimos na sala de casa e buscamos algumas fotos antigas. Meu pai gosta muito de rever essas coisas. Ele diz que é importante recordarmos o passado. Num dos álbuns encontramos fotos da primeira casa deles, que era muito humilde. Fizemos a comparação com a casa e o lar que eles têm hoje e percebemos o quanto eles foram guerreiros. Com honestidade e humildade conseguiram chegar, ou melhor, superar o objetivo.

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