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Redação
Sobre o livro
Histoire de la folie à l'âge classique (No Brasil: História da Loucura. São Paulo: Perspectiva, 1978), de Michel Foucault, é um estudo das ideias, práticas, instituições, arte e literatura concernentes à loucura na história do mundo ocidental. Esta foi a primeira grande obra de Foucault, escrita enquanto ele era diretor da Maison de France na Suécia.
Sobre Michel Foucault
Paul-Michel Foucault (15-10-1926, Poitiers, França – 25-06-1984, Paris, França).
Nascido em uma família tradicional de médicos, mudou-se para Paris em 1945 e antes de conseguir ingressar na École Normale da rue dŽUlm, foi aluno do filósofo Jean Hyppolite, que lhe apresentou à obra de Hegel.
Em 1946 conseguiu entrar na École Normale. Seu temperamento fechado o fez uma pessoa solitária, agressiva e irônica. Em 1948, após uma tentativa de suicídio, iniciou um tratamento psiquiátrico. Em contato com a psicologia, a psiquiatria e a psicanálise, leu Platão, Hegel, Marx, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Freud, Bachelard, Lacan e outros, aprofundando-se em Kant, embora criticasse a noção do sujeito enquanto mediador e referência de todas as coisas, já que, para ele, o homem é produto das práticas discursivas.
Dois anos depois, Foucault se licenciou em Filosofia na Sorbone e no ano seguinte formou-se em Psicologia. Em 1950 entrou para o Partido Comunista Francês, mas afastou-se devido a divergências doutrinárias.
No ano de 1952 cursou o Instituto de Psychologie e obteve diploma de Psicologia Patológica. No mesmo ano tornou-se assistente na Universidade de Lille. Foucault lecionou psicologia e filosofia em diversas universidades, na Alemanha, na Suécia, na Tunísia, nos Estados Unidos e em outras. Escreveu para diversos jornais e trabalhou durante muito tempo como psicólogo em hospitais psiquiátricos e prisões.
Viajou o mundo fazendo conferências. Em 1955, mudou-se para Suécia, onde conheceu Dumézil. Este contato foi importante para a evolução do pensamento de Foucault. Conviveu com intelectuais importantes como Jean-Paul Sartre, Jean Genet, Canguilhem, Gilles Deleuze, Merlau-Ponty, Henri Ey, Lacan, Binswanger, etc.
Aos 28 anos publicou Doença Mental e Psicologia (1954), mas foi com História da Loucura (1961), sua tese de doutorado na Sorbone, que ele se firmou como filósofo, embora preferisse ser chamado de "arqueólogo", dedicado à reconstituição do que mais profundo existe numa cultura - arqueólogo do silêncio imposto ao louco, da visão médica (O Nascimento da Clínica, 1963), das ciências humanas (As Palavras e as Coisas, 1966), do saber em geral (A Arqueologia do Saber, 1969).
Esteve no Brasil em 1965 para conferência a convite de Gerard Lebrun, seu aluno na rue d'Ulm em 1954. Em 1971 ele assumiu a cadeira de Jean Hyppolite na disciplina História dos Sistemas de Pensamento. A aula inaugural foi "a Ordem do discurso".
A obra seguinte, Vigiar e Punir, é um amplo estudo sobre a disciplina na sociedade moderna, para ele, "uma técnica de produção de corpos dóceis". Foucault analisou os processos disciplinares empregados nas prisões, considerando-os exemplos da imposição, às pessoas, e padrões "normais" de conduta estabelecida pelas ciências sociais. A partir desse trabalho, explicitou-se a noção de que as formas de pensamento são também relações de poder, que implicam a coerção e imposição.
Deixou inacabado seu mais ambicioso projeto, História da Sexualidade, que pretendia mostrar como a sociedade ocidental faz do sexo um instrumento de poder, não por meio da repressão, mas da expressão. O primeiro dos seis volumes anunciados foi publicado em 1976 sob o título A Vontade de Saber.
Em 1984, pouco antes de morrer, publicou outros dois volumes: O Uso dos Prazeres, que analisa a sexualidade na Grécia Antiga e O Cuidado de Si, que trata da Roma Antiga. Foucault teve vários contatos com diversos movimentos políticos. Engajou-se nas disputas políticas nas Guerras do Irã e da Turquia. O Japão é também um local de discussão para Foucault. Várias vezes esteve no Brasil, onde realizou conferências e firmou amizades. Foi no Brasil que pronunciou as importantes conferências sobre "A Verdade e as Formas Jurídicas", na PUC do Rio de Janeiro.
Em 25 junho de 1984, em função de complicadores provocados pela AIDS, Foucault morreu aos 57 anos, em plena produção intelectual.