Edição 360 | 09 Mai 2011

Mater et Magistra, 50 anos: Os desafios do Ensino Social da Igreja hoje

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IHU On-Line

No dia 15 de maio de 1961, o Papa João XXIII publicou a encíclica Mater et Magistra (em português: Mãe e Mestra), sobre a “evolução da questão social à luz da doutrina cristã”. Marco importante da história do ensino social da Igreja, o documento atualizou as orientações de encíclicas sociais anteriores, tendo sido publicada no 70º aniversário da encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII, considerada a primeira encíclica social da Igreja. Por outro lado, a análise de João XXIII tornou-se base para vários documentos posteriores do magistério da Igreja sobre questões sociais, passando por Paulo VI e João Paulo II, até chegar a Bento XVI, com a sua Caritas in Veritate, de 2009.

Esta edição da IHU On-Line, em parceria com o Escritório da Fundação Ética Mundial no Brasil, busca, assim, rememorar o contexto histórico e eclesial ao qual João XXIII se dirigia e analisar os principais temas do seu documento, apontando também limites do ensino social da Igreja e novas questões sociais que o interpelam hoje.

A reflexão sobre essas temáticas conta com a entrevista do historiador da Igreja José Oscar Beozzo, para quem a Mater et Magistra fomentou o crescente engajamento da Igreja nas questões social. Já o economista italiano Stefano Zamagni explica que o exercício do dom é o pressuposto indispensável para que Estado e mercado possam funcionar, tendo como objetivo o bem comum. Para o advogado mineiro Patrus Ananias, a encíclica de João XXIII propõe uma síntese entre comunismo e capitalismo, uma alternativa de equilíbrio entre os dois modelos. Riccardo Petrella, economista e cientista político italiano, defende que os “bens comuns” são centrais à realização do Bem Comum: são o principal instrumento do ser e do viver juntos. Nesse sentido, a Doutrina Social da Igreja busca também o equilíbrio entre o “princípio da reciprocidade” e o “princípio da gratuidade”, segundo o jesuíta peruano Ricardo Antoncich. Segundo o frei dominicano Carlos Josaphat, a encíclica de João XXIII foi ainda um salto qualitativo, pois nela é oferecida uma síntese da ética social. E, diante dos desafios sociais contemporâneos, a teóloga Ana María Formoso defende a necessidade de uma nova sensibilidade diante dos problemas sociais. Por outro lado, o teólogo jesuíta espanhol Ildefonso Camacho Laraña destaca que, “se a Doutrina Social da Igreja quiser permanecer viva, precisa se renovar continuamente”.

O jornalista Eduardo Silveira de Menezes colabora com o artigo Os donos da mídia e a resistência necessária. O Prof. Dr. Luiz Rohden, filósofo, adianta aspectos do debate que acontece dia 10-05-2011, na Unisinos, no Simpósio margens da palavra: veredas filosófico-literárias no Brasil. Já o sociólogo Rudá Ricci estará em Porto Alegre, em 12-05-2011, participando do 5º Seminário Nacional de Políticas Sociais. Inspirado no evento, ele disse à IHU On-Line que o salário mínimo é a melhor política social brasileira.

Prestes a completar 80 anos e dono de uma energia e disposição invejáveis, o arquiteto Francisco Whitaker relembrou sua trajetória em uma longa entrevista concedida pessoalmente à IHU On-Line. O jovem advogado e professor da Unisinos, Guilherme de Azevedo, conta aspectos de sua trajetória profissional e pessoal.

A todos e todas, uma ótima semana e excelente leitura!

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