Edição 359 | 02 Mai 2011

Depoimento

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Márcia Junges

“Desde os 19 anos tive a experiência da maternidade. Posso assim dizer que a maternidade está entranhada em minha existência desde ‘adulto jovem’. Não saberia comparar e te dizer qual o sentido de existir com a maternidade e existir sem a maternidade!” A declaração é da filósofa Anna Carolina Krebs Pereira Regner, no depoimento que concedeu, por e-mail, à IHU On-Line. Segundo ela, o que realmente importa é seus filhos serem o que são: “Diante disso, o sentimento que me invade é de muita gratidão”. O apoio do marido e de pessoas ligadas à família foi fundamental, sobretudo no período em que Anna Carolina tinha os filhos pequenos, e tinha que se desdobrar entre a universidade e a maternidade. Graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Anna Carolina é mestre em Filosofia, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. Doutorou-se em Educação pela UFRGS e é pós-doutora pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Leciona nos cursos de graduação e pós-graduação em Filosofia da Unisinos. Confira o depoimento.

“Tenho 3 filhos: Luciana, com 43 anos, Andrea, com 39 anos, casada com Telmo Tassinari, e Lúcio, casado com Vanessa, com 31 anos. As duas filhas são médicas, trabalham e residem em Porto Alegre e o filho é publicitário, trabalhando e residindo, no momento, em Berlim. Tenho uma neta de dois anos, Helena, filha de Andrea e Telmo. Ser mãe é a minha maior alegria e minha maior contribuição à vida. É difícil quantificar ou hierarquizar as maiores alegrias em ser mãe. Sempre que sinto um filho feliz, esta é a maior alegria!

Desde os 19 anos tive a experiência da maternidade. Posso assim dizer que a maternidade está entranhada em minha existência desde ‘adulto jovem’. Não saberia comparar e dizer qual o sentido de existir com a maternidade e existir sem a maternidade! O que posso dizer é que acho que fui uma mãe mais tranquila, menos preocupada em fazer o que os livros mandam e mais segura em minhas decisões quando fui mãe ‘mais velha’. Continuo achando que minha maior virtude é aprender com os meus erros!

Sempre conciliei e tentei atender a todas as ‘vidas’ (profissional e pessoal) do melhor jeito que pude. Nem sempre devo ter tido sucesso, mas fiz o melhor que me era possível fazer na grande maioria das vezes. O pessoal não reclamou muito! E sempre contei com o grande apoio de meu marido e com o fato de que meus filhos são gente muito boa!”


Desafios e gratidão

“O desafio de desempenhar diversas funções como mãe, esposa, profissional é manter o equilíbrio, entregando-se completamente a cada uma delas. Multiplicar ao invés de dividir! Nem sempre é possível e alguma coisa fica prejudicada. Tenho, porém, tranquilidade quanto a dizer que fui/sou uma boa mãe. Abdiquei de algumas noites de sono para estudar e preparara aulas, mas valeu a pena. Contei também com a ajuda de pessoas carinhosas para com meus filhos e com o incentivo de meu marido.

O que uma mãe ou um pai ensinam aos filhos está muito mais no exemplo do que em admoestações. Se lhes ensinei de fato alguma coisa, é algo a ser visto em suas práticas de vida. O que posso dizer é que estou plenamente satisfeita com o que vejo, mas não sei dizer qual o meu papel no caso. É muito variável. E também não me preocupa muito saber qual foi minha participação. O que me importa é eles serem o que são. Diante disso, o sentimento que me invade é de muita gratidão”.

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