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Redação
Há 400 anos faleceu Matteo Ricci, italiano de Macerata, que lançou uma ponte do Ocidente com a China.
Pouco conhecido no Brasil, a vida e a obra deste jesuíta foi motivo de incontáveis eventos realizados em várias partes do mundo, especialmente na Europa e na Ásia.
A IHU On-Line desta semana, na vigília da celebração de outro quarto centenário, o das Reduções Jesuítas na América do Sul, entrevistou pesquisadores especializados nos estudos da obra de Ricci.
De acordo com o historiador italiano Eugenio Menegon, da Boston University, EUA, Ricci promoveu um verdadeiro encontro entre Oriente e Ocidente, respeitando os pressupostos chineses e contestando outros, europeus. Gianni Criveller, italiano radicado em Hong Kong, analisa o legado de Ricci na busca da relação entre fé e ciência e do diálogo inter-religioso. O teólogo e filósofo italiano Filippo Mignini lança a hipótese de Ricci como um precursor da globalização, tendo em vista sua perspectiva missionária “universal e universalizante”. O belga Nicolas Standaert contribui com um artigo no qual analisa como os chineses e sua cultura modelaram Matteo Ricci.
Para o advogado chinês Qian Xiangyang, estudioso do pensamento de Ricci, sua missão teve sucesso no Império do Meio porque não subestimou o país e sua cultura, e pautou-se pela amizade e não violência. Complementando o debate, o brasileiro Roberto Mesquita Ribeiro, diretor do Centro de Estudos Chineses da Companhia de Jesus em Pequim, observa que as contribuições de Ricci à ciência e sua atenção à amizade são heranças fundamentais para a Igreja em nossos dias. Também contribui com o debate Antoni Üçerler, da Universidade de São Francisco, EUA.
Completam esta edição três outras entrevistas e dois artigos. Luiz Fernando Medeiros Rodrigues, professor na Unisinos, analisa os aspectos etnográficos do filme Hábito Negro e reflete sobre a relação estabelecida entre indígenas e jesuítas. Um discurso teológico que dá razão à esperança é o tema do teólogo sueco e luterano Olle Kristenson, refletindo sobre a contribuição da obra de Gustavo Gutiérrez quase 40 anos depois do lançamento da sua obra Teologia da Libertação. Perspectivas.
A relação mídia/eleições/religião é analisada por Antônio Fausto Neto, professor do PPG em Comunicação da Unisinos.
Por sua vez, a mestranda em Comunicação Ana Maria Oliveira Rosa escreve o artigo Padrão nipo-brasileiro de TV digital: expansão e incertezas e Castor Bartolomé Ruiz, professor e pesquisador do PPG em Filosofia da Unisinos, comenta o livro Direito à justiça, memória e reparação: a condição humana nos estados de exceção.
A todas e todos uma ótima leitura e uma excelente semana!