Edição 297 | 15 Junho 2009

IHU Repórter - Camila Padilha da Silva

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

Graziela Wolfart

Aos 29 anos, a estudante de Direito e secretária responsável pela recepção do Instituto Humanitas Unisinos, Camila Padilha da Silva, conta na edição desta semana a sua história de vida para a IHU On-Line. Conheça um pouco mais desta moça alegre, que gosta de estar na companhia da família e dos amigos, adora sair para dançar e tem facilidade para fazer amizades. Além disso, Camila tem muitos sonhos e busca a felicidade ao renascer todos os dias. “Tenho muita fé nas pessoas e acredito que o mundo pode ser melhor do que é hoje”, afirma ela. Confira

Origens – Nasci em Porto Alegre, mas fui registrada em São Leopoldo e sempre morei aqui. Portanto, me considero uma cidadã leopoldense. Nós morávamos com meus avós paternos em São Leopoldo, até eu completar dois anos de idade. Daí meus pais se separaram, e eu e minha mãe fomos morar com meus avós maternos, sempre aqui na cidade. Vivemos assim até hoje.

Infância – Minha infância foi muito boa. Mesmo meus pais estando separados, nós sempre tivemos uma boa relação com a família dele, sempre mantivemos contato. Tenho uma irmã mais nova apenas por parte de pai. Não temos muito contato, mas nos falamos de vez em quando, pois meu pai mora em Franca, São Paulo, com a atual família, há mais de 15 anos.

Apoio de filha – Minha mãe trabalhava na indústria calçadista, como recepcionista de uma fábrica. No entanto, ela teve de parar de trabalhar cedo e se aposentou por invalidez, porque descobriu, aos 32 anos, ser portadora de esclerose múltipla no nervo óptico. Isso faz com que ela tenha a visão debilitada. Ela enxerga aproximadamente 20% da visão normal. Nunca pode sair sozinha, precisa sempre de um acompanhante, por isso vou seguidamente com ela ao Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. Mas ela trata bem disso, com medicação toda a semana. Apesar de estar controlada, a gente convive permanentemente com uma angústia, porque é uma doença degenerativa e que pode atingir outras partes do corpo. Minha mãe é um exemplo de vida, de muita garra, de força, porque ela tem de lutar todos os dias contra essa doença.

Um amor de neta – Eu sempre digo que tenho duas mães e dois pais, pois cresci ao lado dos meus avós. Eu tenho meu pai, mas, como ele sempre morou longe, quem me deu a base para a vida, quem me ensinou os valores que me regem, e o que tenho de melhor em mim até hoje foi o meu avô. Minha ligação com ele era muito forte. Essa semana fez dois anos que ele faleceu. Meus avós ajudaram a minha mãe no momento em que ela mais precisou e estamos juntos até hoje, sempre unidos, uns ajudando os outros. Eles sempre me ensinaram a ser humilde e a lidar com todos da mesma maneira, sem fazer diferença, tratando a todos com educação.  

Formação – Minha primeira lembrança escolar foi quando cursei o Jardim na Escola Jesus Menino, aqui em São Leopoldo. Foi uma parte muito boa da minha infância. Eu tinha aulas de judô, comia as comidinhas e era meu avô quem me levava. Da primeira à quinta série do ensino fundamental, estudei na Escola Maria Gusmão Brito, e da sexta à oitava série fui para o Visconde de São Leopoldo. Cursei o ensino médio no Instituto Rio Branco, aqui na cidade, onde fiz técnico em processamento de dados. E, em 2001, entrei na faculdade de Direito, aqui na Unisinos. Pretendo concluir o curso dentro de dois anos e penso em fazer um mestrado, para quem sabe até dar aulas ou participar de pesquisas aqui na universidade.

Trajetória profissional – Meu primeiro emprego foi como estagiária em um escritório de contabilidade. Mais tarde, trabalhei em uma loja de fotocópias. Depois, por um bom tempo, trabalhei na área administrativa de corretoras de seguros. Durante quatro anos, mandei o meu currículo para a Unisinos, pois era meu sonho trabalhar aqui, não só por entender que era interessante trabalhar em uma universidade, mas porque eu sabia que os funcionários recebem bolsa para fazer a faculdade. E eu queria muito ter um curso superior. Depois de muita insistência, fui chamada para uma vaga temporária, para cobrir a licença maternidade de uma das secretárias do Instituto Humanitas Unisinos. Eu aceitei, pois sabia que era uma oportunidade de mostrar o meu trabalho. Eu não pude mesmo continuar no IHU depois desse período. Então, consegui ser efetivada como funcionária da Unisinos em uma vaga que surgiu nesse período, mas no setor da Proenpe, que na época era a pró-reitoria de ensino e pesquisa. No entanto, nunca desisti de voltar para o IHU. Continuei mantendo o contato com as pessoas daqui e consegui voltar quando abriu uma vaga para a recepção do Instituto, onde estou até hoje, cumprindo também funções da secretaria do IHU.

Nas horas livres – Gosto de estar com a minha família, de tomar chimarrão, de sair para dançar, de conversar com meus amigos, escutar música, ir ao cinema, de ler e de curtir minha cachorrinha, a Kity. 

Sonhos – Meu grande sonho é me realizar profissionalmente, atuando no Direito associado à questão social. Quero poder ajudar as pessoas com meu trabalho. Quem sabe não posso ser uma defensora pública? Acho que o Direito, o Serviço Social e a Psicologia são áreas que caminham juntas. Sonho em trabalhar na minha área não pensando apenas no retorno financeiro, mas na satisfação pessoal também. Também quero casar, ser mãe, construir uma família. 

Momento feliz e triste – Entre os momentos mais felizes da minha vida, gosto de lembrar o dia em que fui efetivada como funcionária da Unisinos e quando desfilei na Sapucaí, no Carnaval de 2007, realizando um sonho antigo. Quando coloquei meu pé na avenida e senti o som da batucada, foi inexplicável. Também realizei de quebra o sonho de conhecer o Rio de Janeiro. Foi muito bom. E o momento mais triste da minha vida foi quando meu avô faleceu.

Literatura – Quando não estou lendo para a faculdade, busco a literatura espírita e de autoajuda. Gosto dos livros da Zibia Gasparetto.

Vivência de fé – Tenho muita fé em Deus. Acredito que Ele está presente em tudo o que acontece na nossa vida. Meu avô era católico, me levava no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, onde está o túmulo do Pe. Reus, aqui em São Leopoldo. Sou batizada e fiz a primeira comunhão na Igreja Católica. Mas hoje minha crença é mais voltada para a doutrina espírita, o que herdo da família do meu pai. Os encontros da doutrina espírita sempre me acrescentaram mais do que as missas. Gosto das orações católicas, vejo muita espiritualidade nelas. Mas compartilho da crença espírita de vida após a morte. Acredito que não viemos a este mundo por acaso e que todos temos nosso tempo aqui determinado.  

Política – No momento, estou muito decepcionada com a política brasileira. Mas não anulo meu voto, porque acho que é um direito que devemos exercer como cidadãos. Se votando temos esse cenário aí, não votando é pior. A esperança é a última que morre. Mas hoje me sinto traída pelas pessoas em quem depositei a confiança de me representar. 

Unisinos – É uma grande fonte de conhecimento, de aprendizagem. Aqui as pessoas vêm buscar seus sonhos e os alcançam. O espaço do câmpus é maravilhoso e favorece o convívio. Aqui se aprende não apenas na sala de aula, mas em todos os lugares, até no momento do cafezinho ou do exercício físico. 

Instituto Humanitas Unisinos – Trabalhar no IHU é um desafio, pois aprendemos todos os dias, temos de estar sempre atentos às novas tendências. O Instituto é um lugar de muita sabedoria, de troca de ideias, onde está sempre se discutindo coisas novas e sempre correndo na frente. Temos permanentemente a sensação de que é preciso estar sempre na frente. Quem chega ao IHU me vê primeiro. Então, acabo traçando um perfil da visão inicial que as pessoas têm do Instituto. E posso afirmar que a grande maioria se aproxima do IHU por causa da revista IHU On-Line. Muitos vêm também pelas outras publicações, pelos eventos ou pelo atendimento espiritual. Mas a primeira imagem é de que o IHU faz a revista. Essa seria a “cara” do Instituto, pelo que percebo aqui. 

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição