Edição 273 | 15 Setembro 2008

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Infinitas formas de grande Beleza, como a evolução forjou a grande quantidade de criaturas que habitam nosso planeta (Sean B. Carroll. Editora Jorge Zahar: 2005, 303p.) é o livro que li recentemente. Que relações existem entre o olho das moscas e o olho humano? Como uma única célula, no início da formação do embrião, se transforma nos trilhões de células que compõem os organismos quando nascem? E como cada uma destas trilhões de células sabe o que deve fazer e em que órgão se transformar? A embriologia moderna está se aproximando da resposta para estas inquietantes questões, que perseguia os naturalistas desde o século XVI. E não foram necessários só equipamentos mais modernos, mas sim um modo novo de pensar, unindo conhecimentos da biologia e da paleontologia, em uma nova especialidade, a biologia da evolução e do desenvolvimento – ou Evodevo, sigla como é conhecida. O livro de Sean Carroll tem como objetivo, numa linguagem acessível, explicar em que consiste esta nova visão da diversidade da vida e que processos governam a construção de um novo ser, durante seu desenvolvimento embrionário. Por que é importante? Por mostrar que estamos próximos das mais antigas formas de vida, ao termos um kit de ferramentas básicas, responsáveis por nossa formação, os chamados genes estruturais, ou genes Hox, uma “ matéria escura” do genoma, segundo o autor. Um exemplo prático? São estes genes que decidem onde serão colocadas as listas pretas da zebra (ou se ela será meio branca, meio listada) e as pintas nas onças. E, também, se nasceremos com 5 ou 6 dedos, como a Daniela Ciccarelli (embora ela desminta este caráter; em se tratando dela, ninguém parece estar muito preocupado com este ínfimo detalhe). São, por isto, em grande parte responsáveis pelos novos designs da vida, que a evolução se encarregará de dizer se serão aprovados ou não.”

Tânia Dutra é doutora em Paleobotânica, professora do PPGeologia da Unisinos (Centro 6), onde coordena o Núcleo de Inovação Tecnológica.

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