Edição 264 | 30 Junho 2008

Editorial

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

IHU Online

A crise gaúcha. Algumas reflexões críticas

A crise política que assola o estado do Rio Grande do Sul inspira o tema de capa desta edição da revista IHU On-Line. A erosão da ética republicano-castilhista, como afirma o cientista social Mário Maestri, equipara as práticas políticas gaúchas às do resto do Brasil, onde se “faz política para enriquecer, legal ou, mais e mais, ilegalmente”. Já para o jornalista Tau Golin, o gaúcho paga o preço do “descompasso entre a realidade e o seu imaginário cultural”.

Maria Izabel Noll, coordenadora do PPG em Ciência Política da UFRGS, constata que, além do esgotamento da matriz econômica do Rio Grande do Sul, assentada na agropecuária de exportação, o fato novo é que a atual governadora se elegeu através de um partido que não possui tradição no Rio Grande do Sul, um partido pequeno, e que necessitou de uma ampla base de sustentação de outros partidos para formar um governo. “A tradicional oposição PMDB X PT fortalecida ao longo dos anos 1990 constituía governos articulados em torno de sólida base partidária. Isso não foi possível com o atual governo.” A fragilidade da organização partidária é analisada por Raul Pont, sociólogo e deputado estadual pelo PT-RS.

O músico e escritor pelotense Vitor Ramil reflete sobre a identidade gaúcha a partir da “estética do frio”, enquanto Márcia Lopes Duarte, professora na Unisinos, descreve a crise gaúcha tendo presente a obra de Simões Lopes Neto.

Carlos Steil, antropólogo, professor na UFRGS, traça o perfil religioso do Rio Grande do Sul, e Édison Gastaldo, também antropólogo e professor na Unisinos, escreve sobre a intensa relação dos gaúchos com o futebol. Pois, como afirma Luis Fernando Verissimo, em entrevista publicada também nesta edição, “temos uma longa tradição de divisões apaixonadas e o futebol reflete esse nosso pendor. Que, felizmente, não inclui mais degolar o inimigo, embora às vezes dê vontade”.

Nesta edição, igualmente, João Batista Libânio, teólogo, fala sobre o significado e o impacto da Conferência do Episcopado Latino-Americano realizada em Puebla, no ano de 1979. Libânio será o conferencista da segunda etapa do curso de extensão De Medellín a Aparecida: marcos, trajetórias e perspectivas da Igreja Latino-Americana, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, e que se realiza nesta sexta-feira, dia 4 de julho, na Unisinos. No evento será também exibido e debatido o documentário Ato de fé, de Alexandre Rampazzo.

A todas e todos uma ótima semana e uma excelente leitura!

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição