Edição 258 | 19 Mai 2008

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“Estou lendo O mundo acabou (Editora Globo, 2006, 306 páginas), de Alberto Villas. Francamente, eu não sou uma saudosista. Gosto das invenções do mundo moderno, não sei viver sem um computador e até acho que não posso dispensar meu celular. Decididamente, não acho que o mundo acabou na época de minha adolescência...  Entretanto, eu tenho uma história, e a velocidade das invenções deste mundo moderno deixa-a muito longe. Recuperá-la com a leitura de O mundo acabou é uma delícia, ainda que muitas das coisas recordadas sejam de uma geração anterior à minha. Mas, se eu não usei calças Far-West (no meu tempo era Lee), gostava de tomar Crush e andava, muito orgulhosa, na Rural Willis de meu pai. Li muita fotonovela (é, isso existia), em revistas como Grande Hotel e Capricho, assisti à televisão em preto e branco e, com grande dificuldade de ajuste de imagem, fui à matinê. Vi até filme de cowboy... Tudo isto está na leitura deliciosa de Alberto Villas, que nos faz voltar no tempo, com pitadas de humor e pouca nostalgia. Na verdade, reencontra-se, na voz deste mineiro, a memória emocional da geração que nasceu entre os anos 1950 e 1960.

Ana Maria de Mattos Guimarães - doutora em Lingüística Aplicada, coordenadora do PPG em Lingüística Aplicada da Unisinos

“Estou lendo O vulto das torres (Companhia das Letras, 2007, 506 páginas), livro escrito pelo jornalista Lawrence Wright, da revista New Yorker. Ele pesquisou durante cinco anos para tentar entender o 11/9 e, para isto, reuniu muitas histórias que iluminam as conturbadas relações entre Oriente Médio e Ocidente. A construção do texto parte de quatro personagens: dois de cada lado, com ênfase em Osama Bin Laden, o anti-herói, e John O`Neil, o herói não-reconhecido. O jornalismo investigativo que Wright pratica vai fundo na coleta de informações mas, também, na articulação entre elas. E, assim, ficamos sabendo a vida em pormenor do Bin Laden, a eficiência da organização Al-Qaeda e a incompetência, por excesso de confiança, dos serviços de inteligência americana. Para os que apreciam boa leitura sobre o que acontece no mundo este é um livro recomendado. Mas, para os que exercem a profissão de jornalista, é uma leitura indispensável. O livro recebeu o prêmio Pulitzer 2007 de não-ficção. Ao terminar a leitura a gente lamenta que não seja ficção”.

Christa Berger - jornalista, doutora em Ciências da Comunicação, e professora do PPG em Ciências da Comunicação da Unisinos

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