Ativista por mais de 20 anos e membro do parlamento europeu, Arnaud Apoteker defende que a força das manifestações levanta o debate sobre os riscos dos transgênicos em toda a sociedade

Professor da USP, Marcos Silveira Buckeridge defende o papel protagonista que o país pode assumir na pesquisa com OGMs para criar um futuro próprio, e não navegar naquele criado pelos outros

Em 2013, a legislação que libera o cultivo de organismos geneticamente modificados no Brasil completou dez anos. No entanto, antes disso, o País já sofria com a invasão da então soja ilegal, conhecida também como “Soja Maradona”, que entrava pelo Sul a partir da fronteira com a Argentina. A comercialização da soja transgênica foi liberada a partir da Medida Provisória nº 113/2003. A decisão veio ao encontro da necessidade de estabelecer um controle do mercado e de limitar os abusos da tecnologia, mas ainda hoje gera polêmica. Ambientalistas, ativistas, pesquisadores e professores não chegaram a um acordo sobre quais são os reais riscos e vantagens de utilização dos organismos geneticamente modificados (OGMs). O cultivo de transgênicos no Brasil e no mundo ainda carece de desmistificação.

Leonardo Melgarejo avalia a entrada e permanência das sementes transgênicas no Rio Grande do Sul e seus impactos na agricultura nacional

No dia 13 de junho de 2003 a Lei 10.688 institucionalizou o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGMs) no País. A decisão ainda hoje é polêmica. Ativistas alertam para a permissividade e os riscos da transgenia; já os defensores acreditam que as leis restritivas impedem o Brasil de ser protagonista no uso da tecnologia. Dez anos depois, a revista IHU On-Line convida pesquisadores e pesquisadoras, professores e professoras para debater a questão que continua extremamente atual.