A revista IHU On-Line traz nesta e nas próximas edições resumos das entrevistas especiais mais acessadas durante o recesso, entre janeiro e março de 2013. Os conteúdos estão disponíveis no sítio IHU On-Line (www.ihu.unisinos.br).

“Os povos indígenas são um estorvo ao modelo nacional desenvolvimentista da esquerda latino-americana e brasileira no poder. Esses povos não cabem no projeto da atual esquerda. Mais ainda, são vistos como obstáculo e amarra ao livre desenvolvimento das forças produtivas portadoras do crescimento econômico”. O comentário é de Cesar Sanson, docente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em artigo para a IHU On-Line. Trata-se de síntese da Conjuntura da Semana publicada no sítio do IHU em 22-04-2013 . Eis o artigo.

Coordenador do Instituto de Estudos e Pesquisas Feministas da Universidade de Ottawa, no Canadá, Richard Poulin discute a exploração de mulheres em escala mundial

Esqueça tudo o que você aprendeu sobre o termo “chão de fábrica”. Esqueça os uniformes, a esteira de produção e o trabalho repetitivo. Jogue fora a ideia de que o chefe, gestor, encarregado, supervisor, coordenador ou líder estará no seu pé vendo o que você faz. Esqueça também a imagem do trabalhador chegando ao seu trabalho batendo o cartão pontualmente às 8h e fazendo o processo inverso às 17h. Descarte também a importância da carteira de trabalho com os anos e anos de experiência, outros anos e anos do trabalhador dedicando seu esforço laboral a uma só empresa e o “isolamento” do trabalho após o cumprimento da carga horária. Ainda que a realidade apareça muitas vezes como o cenário descrito acima, o trabalho na contemporaneidade, sobretudo em função das novas tecnologias, caminha para uma realidade mais leve esteticamente.

Faleceu no último dia 12 de março o sociólogo francês Robert Castel, aos 79 anos, em Vincennes, próximo a Paris, como informou a Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais – EHESS, onde era diretor desde 1990. Castel nasceu em 1933 em Brest (França) em uma família operária. A morte de sua mãe, devido ao câncer, quando tinha 10 anos e o suicídio de seu pai dois anos depois marcaram sua infância. Na Faculdade, Castel foi aluno de Raymond Aron e Pierre Bourdieu, junto ao qual abandonou a filosofia pelas Ciências Sociais. Durante sua trajetória acadêmica, dirigiu o Centro de Estudos dos Movimentos Sociais – CNRS (sigla em francês). Nos anos 1970 começou sua carreira com estudos sobre a psiquiatria e a doença mental, na linha de Michel Foucault e Franco Basaglia. Mas foi sua análise da formação do mundo de trabalho assalariado, as transformações trabalhistas e as políticas sociais o que lhe rendeu amplo reconhecimento. Estudou as consequências do trabalho assalariado sobre as relações sociais e o indivíduo contemporâneo devido ao surgimento de um mundo de precariedade, flexibilização e desemprego.