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IHU Online
“'Ter saúde', de fato, não tem a ver com ‘não adoecer’, mas com as nossas condições de enfrentamento do próprio adoecimento, se e quando ele ocorrer”, afirma Victor Valla, na entrevista publicada nesta edição da IHU On-Line, que busca entender melhor a Saúde Coletiva como proposta integral e transdisciplinar de cuidado. Discutimos o tema precisamente no momento em que hospitais do País, especialmente no Nordeste, vivem semanas de caos. Não é por nada que a Profa. Dra. Stela Meneghel, do PPG de Saúde Coletiva da Unisinos, denuncia que, “desde o momento da formulação do SUS, as elites interessadas na manutenção de privilégios e do modelo assistencial privado de saúde iniciaram um boicote”. Segundo ela, “o desafio que temos pela frente, certamente, é o de fazer funcionar o SUS (‘a ousadia de fazer cumprir a lei!’)”.
Maria Cecília Minayo, da Fundação Oswaldo Cruz; Jairnilson Paim, sanitarista baiano; Kenneth Camargo, da UERJ; Túlio Batista Franco, da Universidade Federal Fluminense; e Madel Luz, além dos nomes citados anteriormente, participam desta edição. O cuidado exige arranjos multi, inter e transdisciplinares. Como evitar que se retroceda a modelos monodisciplinares? Eis uma grande preocupação da área de Saúde Coletiva e, segundo Kenneth Camargo, da comissão que tem feito a avaliação da pós-graduação brasileira em Saúde Coletiva.
Entender a Saúde Coletiva como um campo eminentemente interdisciplinar é abordado, de maneira sistemática, no Ciclo Cinema e Saúde Coletiva – Cuidado e Cuidador: os vários sentidos dessa relação, e também em diferentes entrevistas publicadas nas Notícias do Dia, na página eletrônica do IHU, www.unisinos.br/ihu. Para citar as mais recentes, Thomas Josué Silva, professor da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, logo após o último congresso da Abrasco, falou sobre o tema, como também o médico argentino Hugo Spinelli.
Agradecemos, de maneira muito especial, às professoras Maria Teresa Bustamante, coordenadora do PPG de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Juiz de Fora, e Stela Meneghel, do PPG de Saúde Coletiva da Unisinos, que foram nossas assessoras no desenvolvimento deste tema de capa.
Attico Chassot, refletindo sobre os cada vez mais imperceptíveis limites entre o humano e o não-humano, provocativamente pergunta: “Levante o dedo quem tem zero de ciborgue”. Ele proferirá a conferência, nesta quarta-feira, no Ciclo sobre os desafios da física para o século XXI, que antecede o Simpósio Internacional Uma sociedade pós-humana? Possibilidades e limites das nanotecnologias, a ser realizado de 26 a 29 de maio de 2008, na Unisinos.
Participam também desta edição Édison Gastaldo e Roberlei Panasiewicz. O primeiro reflete sobre a contribuição do antropólogo Louis Dumont (1911-1998) para a compreensão da ideologia individualista. Gastaldo, do PPG em Ciências Sociais da Unisinos, abordará o tema, nesta quarta-feira, no Ciclo de Estudos Fundamentos Antropológicos da Economia. Para o segundo, “o pluralismo religioso é um novo paradigma teológico, pois estimula a teologia cristã a repensar seus tratados teológicos”. Roberlei Panasiewicz, teólogo, é professor da PUC-Minas. Por sua vez, Guilherme Delgado, analisa a recente crise financeira internacional, e Laurício Neumann reflete sobre os impasses e contradições da educação universitária.
A todas e todos uma ótima leitura e uma excelente semana!