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João Vitor Santos
Marinês de Fátima, 45 anos
Diarista
Uma das primeiras dificuldades quando começou a pandemia foi a questão do transporte. Como eu trabalhava em Porto Alegre e preciso usar ônibus, trem e ônibus de novo, foi bem complicado, porque os horários foram bastante reduzidos. Pessoalmente eu tomo meus cuidados, usando máscara, álcool em gel, trocava a roupa e fazia a higiene das mãos. O trem era também um problema, porque estava sempre superlotado, mas no ônibus as pessoas iam sentadas, sem ninguém de pé, normalmente ocupando somente um banco. Nas casas onde trabalho, as pessoas mantêm um certo distanciamento e todas usam máscara.
No começo da pandemia, em 2020, eu fiquei 45 dias sem trabalhar, mas continuei recebendo pagamento das pessoas que eu limpava a casa. Mas se eu não recebesse esse dinheiro não teria nenhuma outra opção de sustento. É claro que se eu precisasse trabalhar em outra coisa, eu trabalharia, daria um jeito, mas a minha renda é deste trabalho.
Na minha casa moramos eu e meu esposo. Nós dois trabalhamos fora, ele também em Porto Alegre, na área de manutenção do Barra Shopping, mas ele continuou trabalhando normalmente. Claro que ficamos inseguros, porque, como disse, o trem tinha muita gente e é muito lotado. Na plataforma, tem distanciamento, mas dentro do trem não tem o que fazer. Sendo bem honesta, eu não queria ter ficado aquele tempo sem trabalhar no começo da pandemia, mas foi preciso, porque estava muito complicado.