Edição 548 | 07 Junho 2021

Mulheres na pandemia. A complexa teia de desigualdades e o desafio de sobreviver ao caos

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

A crise sanitária global impactou de modo profundo e decisivo a vida de todas as pessoas, sem exceção. Mas há um grupo social sobre o qual as dificuldades recaíram e recaem de maneira mais substancial: as mulheres. Quando se levam em conta as diferentes desigualdades – sociais, econômicas, de gênero etc –, o que já é ruim torna-se ainda pior. Esta edição da revista IHU On-Line traz à tona parte desta complexa realidade, reunindo entrevistas e depoimentos de mulheres de Norte a Sul do país.

Para Sandra F. Bezerra Gemma, professora na Universidade de Campinas - Unicamp, e seus orientandos, Flavia Traldi de Lima e Gustavo Tank Bergström, o fluxo contínuo de trabalho das mulheres na pandemia produz desgaste físico e sofrimento psíquico.

Fernanda Bestetti de Vasconcellos, pesquisadora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, adverte que o contexto pandêmico acirra não somente as situações de violência doméstica, mas também as desigualdades. “Acredito que programas de renda básica universal sejam de grande importância, principalmente em contextos de desigualdade social e econômica tão grandes como o brasileiro”, pontua.

Flávia Melo, professora na Universidade Federal do Amazonas - Ufam, classifica o atual contexto enfrentado pelas mulheres como uma dupla pandemia, a sanitária e a de violência. “Há conjuntos de informações que nos mostram como é importante olhar para a relação entre a militarização da Amazônia e a violência contra mulheres indígenas, mas não apenas”, frisa.

Luana Simões Pinheiro, doutora e mestra em Sociologia pela Universidade de Brasília - UnB, faz um retrato de como a pobreza e a desigualdade de gênero afetam a possibilidade de “participação na vida política, em particular na política institucional, bem como menores possibilidades de acesso a bens e serviços de lazer, educação e cultura”.

Segundo Flávia Biroli, professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília - UnB, no centro dos inúmeros desafios que temos vivido estão as mulheres como “principais vítimas do que tem sido descrito como múltiplas crises, colocando em destaque o caráter de gênero e seus efeitos”.

A edição conta ainda com o depoimento de seis mulheres – Gislaine da Silva, Daíse Moraes, Fernanda Bragatto, Luísa Molina, Marinês de Fátima e Jaqueline dos Santos Rodrigues – com diferentes perfis, que têm vivido a pandemia de maneiras diferentes, com desafios e superações distintas.

Duas reportagens complementam a edição. A primeira delas é um compilado de dados sobre o impacto da pandemia nas mulheres, trabalho feito pelo Observasinos; a segunda versa sobre o natal solidário na Ocupação Steigleder, organizado pela Jaqueline, que também dá um depoimento à aluna de jornalismo da Unisinos Thariany Mendelski.

Na seção Minha tese em quatro perguntas, a pesquisadora e professora Helânia Pinheiro apresenta sua investigação junto a uma comunidade Pataxó. Confira ainda as publicações de Rogério L. Zanini, Castor M.M. Bartolomé Ruiz e Alexandre Alves.

A todas e a todos desejamos uma boa leitura!

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição