FECHAR
Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).
É na adolescência que se dão as primeiras transformações que constituem uma verdadeira ebulição na vida do ser humano, momento também de muita expectativa, vontade de assumir o mundo com protagonismo, mas também de medo e apreensões. Imaginemos isso tudo em um momento como o que estamos vivendo, onde as transformações são das mais diferentes ordens e se dão a todo instante e sob vários aspectos. Ainda assim, mesmo com a pressão e a angústia de nosso tempo, as novas gerações ainda se sentem provocadas a transformar.
E essas novas gerações assumem um protagonismo, como da jovem sueca Greta Thunberg, que levanta multidões de jovens pelo mundo a fora com a bandeira da luta contra as mudanças climáticas.
Afinal, quem são esses jovens e como compreender essas novas gerações?
A questão perpassa os debates do Ciclo de Estudos As Juventudes do Brasil – Mutações de (im) Possibilidades e do evento Juventudes e Redes Sociais, que ocorrem agora em maio, numa promoção do Instituto Humanitas Unisinos – IHU e inspira a presente edição da revista IHU On-Line.
O pesquisador e professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Serviço Social da PUC – RS, Giovane Scherer, destaca que é nos jovens que se intensificam as transformações sociais. Para ele, olhar para os conflitos das novas gerações é uma forma de apreender os desafios a que todos somos submetidos num mundo em constantes transformações.
Sociólogo e professor na Universidade Federal Fluminense – UFF, Daniel Hirata chama atenção para a complicada equação entre trabalho e crime no universo juvenil. Assim, propõe o resgate de um olhar complexo em torno das condições sociais que levam adolescentes a entrar no mundo da ilegalidade, superando uma narrativa judicialesca que os classifica como “menores infratores”.
Para Miriam Abramovay, professora, pesquisadora, coordenadora da Área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais – Flacso- Brasil, também é preciso superar o que chama de adultocentrismo. Para ela, é preciso mobilizar os adolescentes a participação, mas desde a perspectiva deles. Do contrário, é só reiterar e aumentar as distâncias entre gerações.
E para dar voz a essas novas gerações e romper com essa visão do adulto sobre os jovens, Karina Penha, estudante de Biologia e desde muito cedo envolvida na militância pelas causas ambientais, revela as alegrias e angústias de ser jovem e ativista no século XXI.
Se todas as esferas da vida se transformam na adolescência e juventude, qual a incidências das chamadas novas tecnologias sobre essas mudanças? É o que analisa a pesquisadora, mestre e doutora em Comunicação Amanda Antunes, a partir do espaço das redes que reúne influenciadores e ativistas de uma ordem de militância.
Maria Isabel Mendes de Almeida, docente do curso de mestrado em Sociologia e Política na PUC-Rio, também rompe com o lugar comum. Para ela, pela incidência das novas tecnologias, não se pode afirmar que os jovens leem menos, pois o mundo digital construiu novos jovens e novas leituras de mundo.
Esse novo jeito de ser e estar no mundo também é o centro da análise de Renata Thomaz, professora no Departamento de Estudos Culturais e Mídia, na Universidade Federal Fluminense. A partir dos estudos sobre os Youtubers, observa como ferramentas digitais reconfiguram não só a forma como as novas gerações apreendem o que as circunda, mas também como compartilham experiências.
A edição 536 da IHU On-Line ainda traz o comentário de João Ladeira, doutor em Comunicação e professor da Universidade Federal do Paraná, sobre o filme Vidas Duplas (2019) e a entrevista com Itamar Soares Veiga, professor de Filosofia na Universidade de Caxias do Sul – UCS, que observa: “precisamos de tecnologia para realizar processamento, então a tecnologia deve ser compreendida como um dos dispositivos de controle em geral”.
A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!