Edição 522 | 21 Mai 2018

A virada profética de Francisco

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Uma “Igreja em saída” e os desafios do mundo contemporâneo

Os cincos anos do pontificado de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, são o tema do XVIII Simpósio Internacional IHU. A virada profética de Francisco. Possibilidades e limites para o futuro da Igreja no mundo contemporâneo, realizado entre os 21 e 24 de maio de 2018, na Unisinos – campus Porto Alegre.

A revista IHU On-Line desta semana reúne diversos especialistas em temas relacionados com as religiões e as igrejas no mundo contemporâneo.

Para o jornalista, intelectual e político italiano Raniero La Valle o Papa não tem promovido apenas uma virada profética, mas também messiânica, no sentido de que retoma os princípios do próprio Cristo, o Messias.

O teólogo alemão Peter Hünermann aponta que, além de forte pastoralidade, Francisco tem um senso de sinodalidade. Essa ação dessacraliza o pontificado e divide com as conferências episcopais e os próprios fiéis a escolha dos caminhos para a Igreja nesse tempo.

Tina Beattie, professora na Universidade de Roehampton, em Londres, e diretora do Digby Stuart Research Centre for Religion, Society and Human Flourishing, analisa como Francisco tem ouvido e buscado entender mulheres e comunidade LGBT+ que, antes, eram silenciadas pela Cúria Romana.

O historiador jesuíta John O’Malley analisa os desafios do atual pontificado à luz do Concílio Vaticano II.

José María Castillo, teólogo espanhol que, além de defensor do “estilo Bergoglio”, é lido por Franciso, diz que a novidade desse Papa é ser “mais humano” e, com isso, leva a uma essencial revelação de Deus através da figura terrena de Jesus de Nazaré.

Para o titular de História Contemporânea na Scuola Normale Superiore de Pisa, na Itália, Daniele Menozzi, o Papa operacionaliza suas ações centrado no Evangelho, que tem no seu núcleo o conceito de misericórdia. É esse o elo que coloca a Igreja em perspectiva ao mundo no qual se inscreve.

Gianni Valente, jornalista e historiador italiano, observa como Francisco vai à igreja primitiva e sua inspiração no Jesus transformador. Assim, analisa como a ideia de “Igreja em saída” impulsiona à tarefa de “desfazer nós” também no cenário político internacional.

Agbonkhianmeghe Orobator, nigeriano, presidente da Conferência dos Superiores Maiores Jesuítas de África e Madagáscar - Jesam, destaca o pontífice pastor. Segundo ele, esse ponto alto de Francisco é que contribui para perceber as diferenças do mundo, especialmente de lugares particulares como a África.

Por fim, o teólogo e historiador José Oscar Beozzo analisa como Francisco e sua perspectiva pastoral têm sido recebidos ao longo desses cinco anos, especialmente na Igreja no Brasil.

Completam a edição as entrevistas com Clítia Helena Backx Martins, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e com Joana Salém , pesquisadora na University of California - UCI, Irvine

e o artigo de Anselmo Otavio, professor de Relações Internacionais da Unisinos.

A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!

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