Edição 517 | 18 Dezembro 2017

Calendário de eventos do IHU abordará violência, política, economia nacional e Revolução 4.0

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João Vitor Santos

Primeira conferência de 2018 será em março e trará a temática de agressões contra as mulheres

O XVIII Simpósio Internacional IHU – A virada profética de Francisco. Possibilidades e limites para o futuro da Igreja no mundo contemporâneo, ocorre em maio, mas o calendário de eventos do Instituto Humanitas Unisinos – IHU abre em já em março. O primeiro evento será o Ciclo de Estudos e Debates: Violências no Mundo Contemporâneo Interfaces, Resistências e Enfrentamentos. Como tradicionalmente faz, o IHU prepara suas atividades referentes à Páscoa tendo como base o tema da Campanha da Fraternidade, que nesse ano é Fraternidade e Superação da Violência. “Nesse movimento de transformação social, tem emergido uma sociabilidade que vai se concretizando em ações cotidianas violentas. A cordialidade parece ceder lugar à intolerância”, observa o professor da PUC Minas, Robson Sávio Reis Souza, um dos colaboradores na redação do texto base da Campanha, em entrevista reproduzida na seção Notícias do Dia no sítio do IHU .

A primeira conferência desse Ciclo será no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Assim, aliando as temáticas femininas e as questões relacionadas à violência, a Profa. Dra. Luciana Boiteux, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, proferirá a palestra Mulheres: violências, resistências e enfrentamentos. A atividade inicia às 17h30min, abrindo também o calendário do IHU Ideias, tradicional espaço reservado pelo IHU sempre ao final da tarde de quinta-feira para o debate de temas emergentes. À noite, a partir das 19h30min, Luciana promove uma segunda palestra: A (des)construção da violência de gênero. Desafios e perspectivas. “A violência do feminicídio é estrutural e não apenas individual ou patológica, pois o que move esse ódio é acima de tudo a manutenção da dominação masculina”, destaca a professora, em artigo publicado nas Notícias do Dia de 5-1-2017, no sítio do IHU .

O Ciclo de Estudos e Debates: Violências no Mundo Contemporâneo Interfaces, Resistências e Enfrentamentos segue até maio e ainda percorrerá as questões de violência contra povos originais, crianças, jovens, além de discutir estratégias e alternativas para o enfrentamento desses mais variados tipos de violência. A programação completa pode ser acessar no site do IHU, através do endereço ihu.unisinos.br/eventos.

Novo ciclo sobre a Revolução 4.0

Um dos temas que pautou a agenda de eventos e as publicações do IHU em 2017 foi a chamada Revolução 4.0, ou a 4ª Revolução Industrial. Em 2018, o Instituto promove um segundo ciclo para debater o tema. É o 2º Ciclo de Estudos Revolução 4.0 – Impactos nos modos de produzir e viver. Nesse ano, o foco é compreender impactos desta revolução nos campos da cultura, biopolítica, trabalho, formação, distribuição de renda, relação sociedade/estado, dentre outros. “Enfim, alguns relevantes impactos da Revolução 4.0 no nosso ser em comum, no nosso ser em sociedade”, explica o Lucas Henrique da Luz, professor da Escola de Gestão e Negócios da Unisinos, e, como colaborador do IHU, um dos organizadores do Ciclo.

A primeira palestra será com o Prof. Dr. Cesar Alexandre de Souza, da Universidade de São Paulo – USP, no dia 15 de março, uma quinta-feira, às 19h30min. O professor abordará o tema Inteligência artificial e o futuro do trabalho. Ainda em março, no dia 21, o Prof. Dr. Fábio do Prado, do Centro Universitário FEI, de São Bernardo do Campo, em São Paulo, abordará A formação profissional no contexto da revolução 4.0. “Finalmente começamos a falar e a discutir mais sobre a relação entre economia, cultura e tecnologia, e menos sobre o capital financeiro. A nova geração robótica implica justamente a palavra ‘revolução’ e assume um desafio difícil de governar e entender”, destaca o professor Prof. Dr. Massimo Canevacci, também da USP, em entrevista concedida à IHU On-Line . Ele também participará desse 2º Ciclo de Estudos Revolução 4.0, proferindo a palestra Smart cities, cultura digital e renovação política. Contradições e possibilidades da revolução 4.0, no dia 10 de abril.

Política e economia nacional

A conjuntura nacional é outro tema que pauta as reflexões do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Nesse ano, além das publicações, o tema é central em pelo menos três eventos: o 3º Ciclo de Estudos A esquerda e a Reinvenção da Política no Brasil contemporâneo – Limites e perspectivas; A reinvenção política no Brasil contemporâneo à luz das experiências latino–americanas; e o Ciclo de Palestras Trajetória da Política Econômica Brasileira 2003–2017. Crescimento, crise e novas possibilidades.

O 3º Ciclo de Estudos acontece de março a maio e, embora centrado na realidade brasileira, também vai abordar questões relacionadas a esquerda no mundo. Afinal, como destacada o historiador e sociólogo José Maurício Domingues em entrevista à IHU On-Line , “sem dúvida a esquerda enfrenta hoje no mundo todo uma situação muito complexa. Não tem projeto claro de futuro”.

Esse Ciclo tem relação direta com a atividade A reinvenção política no Brasil contemporâneo à luz das experiências latino–americanas, que ocorre nos dias 28 e 30 de maio. Ao longo de todo o primeiro dia, ocorre uma verdadeira imersão, com quatro conferências sobre o tema. A primeira delas é com o Prof. Dr. Eduardo Gudynas, do Centro Latino–Americano de Ecologia Social – CLAES. Em março desse ano, ele concedeu uma entrevista à IHU On-Line , em que destaca que, na América Latina, as noções de esquerda e de progressismo não ocupam o mesmo espectro. Segundo Gudynas, embora o Partido dos Trabalhadores no Brasil, o kirchnerismo na Argentina, os bolivarianos na Bolívia, no Equador e na Venezuela, e a Frente Ampla, no Uruguai tenham suas raízes comum na esquerda, esses governos “são um tipo de esquema político diferente da esquerda que lhes deu origem”. “A ideia do progressismo de se converter numa nova esquerda que fosse efetiva para proteger as classes populares e o meio ambiente não se concretizou”, completa.

Além de Gudynas, ainda participam do evento o Prof. Dr. Raúl Zibechi, do Uruguai, Prof. Dr. Pablo Miguez, da Universidade de Buenos Aires – UBA , Prof. Dr. Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo – USP, Diego Viana, Doutorando no programa Diversitas da FFLCH–USP e no Laboratoire du Changement Social et Politique (LCSP) da Universidade Paris Diderot (Paris VII), Prof. Dr. Ricardo de Medeiros Carneiro, da Universidade de Campinas – Unicamp e Profa. Dra. Tatiana Roque, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Já o Ciclo de Palestras Trajetória da Política Econômica Brasileira 2003–2017. Crescimento, crise e novas possibilidades inicia em março e se estende até junho. Entre os conferencistas está a Profa. Dra. Laura Carvalho, da Universidade de São Paulo – USP, que abordará o tema Estratégias para a economia brasileira e a sua trajetória macroeconômica de 2003–2017. "Na macroeconomia, restrições orçamentárias não são estáticas nem absolutas. Triste é ver um déficit dessa dimensão tão mal empregado. As escolhas de um governo preocupado apenas em manter-se no poder conspiram contra alternativas sustentáveis de enfrentamento da crise que hoje tanto aflige as famílias brasileiras", escreve Laura Carvalho, em artigo reproduzido nas Notícias do Dia de 15-7-2016, no sítio do IHU .

A desigualdade e suas faces no Brasil

A desigualdade é algo que pode assumir diversas faces e, no Brasil de nosso tempo, ainda é atualizada por estado de crises que vão do econômico ao político, passando pelo social. Mas, afinal, o que é e como é possível apreender as manifestações das desigualdades brasileiras? Essa é apenas umas das inúmeras questões que devem inspirar o Ciclo de Debates Desigualdades no Contexto Econômico Brasileiro. “Especialmente quanto à desigualdade de renda no Brasil, há tanto estudos que demonstram que ela reduziu quanto que ela ficou estável e não diminuiu na última década”, destaca Gilberto Faggion, professor da Escola de Gestão e Negócios da Unisinos e colaborar do IHU. O professor ainda explica que “o Ciclo se insere, na discussão desses e outros resultados, buscando entender desde as causas até as consequências das desigualdades, tendo como horizonte possibilidades de sua superação num País tão desigual com o nosso”.

Entre as conferencistas desse evento está Profa. Dra. Marta Arretche, da Universidade de São Paulo – USP, que tratará do tema Trajetória da desigualdade econômica no Brasil contemporâneo e possibilidades de superação. A sua palestra será em 2 de abril, às 19h30min.

Muitas das atividades do Ciclo de Debates Desigualdades no Contexto Econômico Brasileiro são partilhadas com outro evento do IHU que terá duas novas edições em 2018, no primeiro e no segundo semestres. É A Contemporaneidade em debate - Intérpretes e obras, que busca referências ao debate em livros publicados, apresentando não somente a obra, mas indicando também uma leitura possível ao volume. É o caso da conferência da Dra. Clitia Martins, da Fundação de Economia e Estatística – FEE/RS e membro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, que apresentará sua leitura , que apresentará sua leitura do livro Prosperidade sem Crescimento. Vida Boa em um Planeta Finito (São Paulo: Planeta Sustentável, 2013), de Tim Jackson. A atividade será numa quarta-feira, dia 4 de abril.

Mas as leituras não são somente focadas numa área. São transdisciplinares. No primeiro semestre, por exemplo, serão revisitadas ainda as obras Roberto Esposito, La máquina de la teología política y el lugar del pensamiento (Buenos Aires: Amorrutu, 2015); de Bruce Albert e Davi Kopenawa, A Queda do Céu. Palavras de um Xamã Yanomami (São Paulo: Companhia das Letras, 2015); entre outras.■

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