Edição 502 | 10 Abril 2017

Editorial - Sociabilidade 2.0 - Relações humanas nas redes digitais

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

Rede social é algo que se estabelece no instante em que o ser humano passa a viver em grupo. Essas relações vão se transformando com o desenvolvimento da humanidade. Tal perspectiva desconstrói a ideia de que o mundo digital trouxe novidade para as relações entre as pessoas a partir das redes sociais digitais. Com a internet, o que passa a haver é uma explosão “de possibilidades de modos de estar junto”, como define o professor Fábio Malini, da Universidade Federal do Espírito Santo, um dos entrevistados dessa edição da IHU On-Line. Para ele, o interessante dessa perspectiva em rede é a possibilidade de infindáveis articulações sem a dependência de intermediários, sejam mídias ou organizações, pois, por exemplo, “não há mais a necessidade de um sindicato para produzir uma mobilização”.

Na presente edição da revista IHU On-Line, além de Malini, pesquisadores e pesquisadoras debatem as redes sociais na internet e suas sociabilidades.

Henrique Antoun, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, reconhece as infindáveis possibilidades de relações a partir da internet. Entretanto, chama atenção para o tipo de trabalho gerado a partir das redes digitais, que trazem liberdade, mas que a todo instante tenta se cooptar esse trabalho imaterial pela lógica do capital.

Felipe de Oliveira, doutor em Ciências da Comunicação, observa que a enxurrada de informação produzida pelas redes sociais digitais atualiza o papel da imprensa. Para o pesquisador, apesar da complexidade diante de fluxos comunicacionais do ambiente digital, é a imprensa que deve assumir o papel de curadoria da informação. A IHU On-Line, por meio da reportagem de Ricardo Machado, também tenta compreender, nesse contexto, as chamadas notícias falsas e a frágil bolha da verdade.

Eduardo Alves, do Observatório de Favelas, analisa a potência criativa das periferias, que é amplificada pelas várias possibilidades que se abrem a partir da polifônica narrativa web. Para Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia, o uso das redes sociais depende tanto do que as pessoas querem fazer com elas quanto das suas características inerentes e, por isso, compreende que nada é efêmero, discreto ou apagável no universo digital.

Adriana Amaral, professora da Unisinos, propõe que se observe esse mundo digital não de forma descolada do mundo off-line. Por isso, acredita que redes sociais digitais não criam, mas potencializam relações e identidades já existentes. Raquel Recuero, professora da Universidade Federal de Pelotas, foca o olhar nos efeitos que essa potencialização das relações nas redes digitais causa. Segundo ela, há formação de uma modalidade de esfera pública, criando bolhas que restringem circulação de opiniões e ideias.

Também podem ser lidas nesta edição as entrevistas com o jornalista Fábio Zanini, que descreve a política externa do Brasil, especialmente nos governos do presidente Lula, com a mestra em Ciências da Religião Rita de Cassia Scocca Luckner, que analisa a obra Incidente em Antares, de Erico Verissimo, desde uma perspectiva teológica, e com João Ladeira, que analisa a TV por  streaming.


A todas e a todos, uma boa leitura e uma excelente semana com os melhores votos de uma Feliz Páscoa da Ressurreição.

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição