Edição 498 | 28 Novembro 2016

“Raízes do Brasil” – 80 anos. Perguntas sobre a nossa sanidade e saúde democráticas

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Os 80 anos da publica¬ção de Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, propiciam o momento de voltar a ler, a partir do atual momento político, econômico e social do Brasil, esta obra importante para, juntamente com outras, interpretar o país.

Na presente edição da revista IHU On-Line, contribuem Lilia Moritz Schwarcz, professora na Universidade de São Paulo – USP e na Universidade de Princeton, e Pedro Meira Monteiro, também da Universidade de Princeton, que organizam a edição co¬memorativa de Raízes do Brasil, e o diplomata Luiz Feldman, autor do livro Clássico por amadureci-mento: estudos sobre Raízes do Brasil.

Além deles, outros professores e pesquisadores trazem suas percepções. É o caso de Luís Augusto Fischer, doutor, mestre e graduado em Letras e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, que, por sua vez, identifica no livro bons palpites para se entender o Brasil, mas alerta para os riscos de o ter como mapa para ler a atual situação do país.

O cientista social Robert Wegner observa como o homem cordial segue firme e forte no Brasil, numa sociedade hierárquica e que resiste a encarar a combater as desigualdades. Para ele, o exemplo mais claro é o recente episódio envolvendo a figura de Geddel Vieira Lima.

Luiz Werneck Vianna, professor-pesquisador na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio, analisa os conceitos de cordialidade e civilidade, presentes na obra de Holanda, e os atualiza nas perspectivas da trajetória do Partido dos Trabalhadores – PT e da Operação Lava Jato.

Para o economista Carlos Lessa, ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e ex-presidente do BNDES, só é possível superar estado de crises a partir do processo de autorreconhecimento, seja como indivíduo, seja como nação. Para ele, o mérito de Raízes do Brasil está justamente em fazer o país se enxergar no espelho.

A obra de Sérgio de Holanda também inspira o campo da psicanálise. Essa é a entrada de Paulo Gleich, bacharel em Jornalismo e Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, no livro. Para ele, a obra ajuda a pensar o país na atualidade e a localizar problemas e questões a serem ampliadas através de outras leituras e diálogos. Já os psicanalistas Lucia Serrano Pereira e Robson de Freitas Pereira avaliam a importância dessa reflexão de Holanda para subsidiar a escuta psicanalítica.

Também podem ser lidas as entrevistas dos pesquisadores em Comunicação Pedro Gilberto Gomes, da Unisinos, e Elson Faxina, da Universidade Federal do Paraná, sobre a incidência do processo de midiatização na sociedade contemporânea, e de Jorge Euzébio Assumpção, professor do curso de História da Unisinos, que reflete a respeito da omissão que se dá sobre o povo negro na historiografia do Rio Grande do Sul.

Diego Pautasso, professor de Relações Internacionais da Unisinos, e os acadêmicos de RI Augusto Colório e Vitória Galle, assinam o artigo Eurasianismo: identidade e diplomacia na Rússia.

A todas e a todos, uma boa leitura e uma excelente semana.

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