Edição 207 | 04 Dezembro 2006

Edison Trevisan Steffanello

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“A oportunidade de trabalhar com os alunos é a melhor parte de trabalhar na Unisinos”, é o que declara Edson Trevisan Stefanello, supervisor técnico da TV Unisinos. Nasceu em Cruz Alta, mas começou a vida em Porto Alegre, aos 20 anos, trabalhando em produtoras de vídeo e na RBS. Na Unisinos, encontrou seu trabalho e também sua vocação: Relações Públicas. Tanta é a dedicação com os alunos que Edson é neste ano funcionário homenageado dos formandos em Jornalismo. Conheça um pouco mais deste funcionário e aluno da Unisinos na entrevista a seguir.

Origens - Nasci em Cruz Alta. Tenho 37 anos.

Família - Meus pais moram ainda em Cruz Alta, e tenho cinco irmãos mais velhos. Sou casado há 10 anos, tenho uma filha, Laurinha, que é a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida. Moro em Porto Alegre. Sou muito apegado a família. Com 22 anos, fui tentar a vida em Porto Alegre. Já tinha quatro irmãos que moravam lá.

Infância - Tive uma infância simples, com algumas dificuldades, mas nunca me faltou nada.
Hoje consigo entender a importância dos meus pais na minha vida. Sempre me dei bem com os meus irmãos. Quando saí de cruz Alta parecia ter deixado um pedaço de mim. É muito difícil sair de uma cidade do interior e vir para capital, buscar um espaço profissional, mas hoje só vou para a minha cidade natal para passear. Deixei grandes amigos lá. Hoje já me sinto um porto-alegrense, mas nunca esquecendo as raízes.

Estudos - Cursei os ensinos Fundamental e Médio em escolas públicas de Cruz Alta. Agora estudo Relações Públicas na Unisinos. Gosto muito do curso que escolhi. Estou satisfeito.

Trabalho - Além do quartel, e ter tentado ser jogador de futebol no Guarani de Cruz Alta, minha primeira experiência de trabalho foi como funcionário das Lojas Quero-Quero. Tive também um trailer de lanches durante dois anos. Quando fui para Porto Alegre, trabalhei na Vídeo Tok e como freelancer na RBS Vídeo e na Estação Elétrica Filme e Vídeo, depois voltei para a RBS .

Carreira - Comecei a trabalhar com edição de vídeo por meio de meu ex-cunhado que trabalhava na RBS de Cruz Alta, e veio transferido para Porto Alegre, e montou uma produtora chamada Vídeo Tok. Ele me apresentou para várias pessoas do ramo e vieram as oportunidades. Trabalhei como editor, produtor e coordenador de operações. Conheci a Unisinos pó meio de um amigo que também trabalhou na Estação Elétrica e foi um dos primeiros funcionários da TV Unisinos, o Daniel Bernardes, fiz alguns trabalhos com o Alexandre Kieling que, na época, era o diretor da TV Unisinos, que conheci quando trabalhava na Estação Elétrica. Gostei muito do projeto da TV Unisinos. Nessa época, trabalhei ainda durante três anos na RBS e na Unisinos ao mesmo tempo, até ser promovido na Unisinos e acabei ficando na Universidade onde estou até hoje. Sinceramente, olhando para trás eu me sinto um vencedor e tenho certeza que muitas coisas ainda melhores acontecerão.

Mudanças - Fui para Porto Alegre em busca de emprego e de um futuro. Cruz Alta é uma cidade agrícola, tem muitos quartéis, mas não tem muitas oportunidades, mas mesmo assim gosto muito de lá. Tenho uma história que ficou por lá.

Alunos - A oportunidade de trabalhar com os alunos é a melhor parte de trabalhar na Unisinos. Eu sou muito feliz no que eu faço. Trabalhei um período como editor, com todos os cursos e depois assumi a supervisão. Trabalhar com os alunos é muito importante para mim. Este ano sou funcionário homenageado pelos formandos do curso de Jornalismo, e no ano passado, fui pelo curso de Realização Audiovisual. Algumas pessoas dizem que sou muito “bonzinho” com os alunos, mas eu acho isso importante para o meu trabalho dentro da Universidade. O melhor cliente é o aluno.

Relações Públicas - Durante muito tempo trabalhei com jornalistas e publicitários e vi que esses cursos não eram o que eu queria. Acho que o melhor se encaixa comigo é trabalhar diretamente com as pessoas. Com esse curso, além de eu obter uma formação, faço uma coisa de que eu gosto. Mesmo depois de formado, pretendo continuar trabalhando na área de TV.

Lembrança - Tenho muito contato com os alunos do curso de Jornalismo. Trabalhando com um aluno de Estágio em TV, recebi um e-mail dele pedindo alguns equipamentos. Pediu o microfone “com a bolinha na ponta”, o outro “que tem um monte de cabelos” e “o que se pendura no pescoço”. Fiquei meio assustado. Como que um aluno que já está tão avançado no curso não sabe ainda o nome dos equipamentos mais básicos? Então respondi dizendo os nomes corretos dos equipamentos. Ele respondeu dizendo que só estava me testando.

TV Unisinos - Formamos uma família muito forte no começo da TV Unisinos. Passamos por vários momentos difíceis, como toda a Universidade, com muitas mudanças, além da perda de colegas por redução de custos e ajustes importantes. Mas tento sempre animar as pessoas que ficaram e continuar indo em frente. O projeto existe é ainda com alguns ajustes poderemos vencer e provar cada vez mais nossa capacidade. Temos uma equipe excelente, que tem condições de trabalhar em qualquer lugar. Criamos um vínculo muito forte. São pessoas maravilhosas, cada um com suas peculiaridades. Sei o que cada um tem a oferecer e como pode .

Casamento - Não sou casado no papel. Conheci minha esposa em Cruz Alta, quando ela era uma menina de 11 anos e eu 16, mas nunca namoramos, tínhamos amigos em comum. Em 1994, fui visitar meus pais na cidade e a vi passar de bicicleta, então fui atrás dela e começamos a conversar. Trocamos endereços e começamos a corresponder-nos. Ela foi a Porto Alegre fazer vestibular e passou, e logo foi morar lá, foi quando nosso relacionamento começou e dura até hoje. Dele resultou minha filha, a Laura. Crescemos muito juntos.

Dificuldade - Nossa filha nasceu com 6 meses, pesando 970 gramas. Trabalhava há três dias na Unisinos e ganhei licença para cuidar da minha filha. Minha esposa teve problemas na gestação, e minha filha teve que nascer antes do tempo. A Laura ficou 63 dias na UTI neonatal do Hospital Moinhos de Vento, e eu fiquei todas as noites lá com ela. Temos um vínculo muito forte. Hoje, com seis anos, ela está muito bem. Passei por altos e baixos em meu relacionamento com minha esposa, mas acabamos nos unindo muito apesar de tudo.

Horas Livres - Gostava muito de jogar futebol com os meus amigos. Tenho um grupo de amigos que se reúnem às quintas-feiras para fazer churrasco e jogar futebol. Parei de jogar há mais de um ano por um problema físico e também em razão dos estudos, mas não de participar dos churrascos, pretendo voltar na próxima temporada.

Música - Sou eclético. O ambiente onde estou é que define que estilo de música eu vou escutar no momento. Uma banda que gosto muito é Legião Urbana.

Viagens - Gosto de acampar e pescar. Tenho receio de estar na estrada. É uma das poucas coisas que me assusta. Entretanto, quase todo mês vou visitar meus pais em Cruz Alta.

Livro - Tenho um grande defeito: não leio muito. Mas gostei muito do Poeta e o Carteiro, do Pablo Neruda, e A Gula, do Luís Fernando Veríssimo. Esse último eu gostaria de transformar em vídeo.

Futuro - Tenho muitas idéias de trabalho, mas primeiro quero me formar. Também penso muito com a minha esposa em adotar uma criança, se tiver condições financeiras é claro. Quero continuar no meu trabalho, sempre trabalhando com os alunos, ajudando-os a serem profissionais e pessoas melhores, pois o mercado de comunicação que os esperam não é nada fácil.

Política - O atual presidente mereceu ser reeleito pelo que fez. Aqui dentro da Universidade vejo reflexo disso, com mais pessoas humildes estudando, que não teriam condições antes. Isso faz parte do trabalho dele. Projetos como o bolsa família são válidos, porque só ajudam as pessoas. Quanto aos escândalos, acho que ele deveria ter sido mais duro, deveria ter resolvido. O resultado das eleições para governador do Estado eu ainda não consigo entender.

Unisinos - Jamais imaginei que trabalharia em uma universidade. A Unisinos contribuiu muito para minha vida, ensinou-me muitas coisas. Eu sinto que posso aprender e contribuir para a Universidade ainda mais. Só tenho a agradecer à Universidade pela oportunidade que tive, hoje não me imagino trabalhando fora daqui.

Instituto Humanitas - Acompanho um pouco de longe o trabalho do Instituto, mas ouço falar muito dele. Toda a instituição de ensino deve ter esse espaço de discussão, proporcionando a reflexão. Se dermos uma oportunidade para as pessoas discutirem suas idéias, estamos formando pessoas melhores, ajudando-as a crescer.

 

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