Edição 477 | 16 Novembro 2015

Resistência Viva. A luta de Zumbi e Dandara continua

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Redação

Em novembro se evidencia mais intensamente a memória das lutas afro-brasileiras. Desde as primeiras mobilizações por liberdade nas batalhas travadas nos diversos quilombos espalhados pelo país, até os embates mais recentes, que têm ocorrido nos “outros” espaços que a população negra pouco a pouco vem conquistando e que historicamente não lhe são atribuídos. O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, marca essa história de conquistas da qual são ícones Zumbi e Dandara, guerreiros líderes da resistência no Quilombo de Palmares, que se mantêm vivos em todos aqueles que lutam por uma sociedade com mais equidade e menos discriminação. A revista IHU On-Line desta semana debate este tema a partir do olhar de diversos pensadores envolvidos com esta causa.
Foto da Capa: arte sobre ilustração de Wikipédia

Excepcionalmente esta edição conta com uma novidade. Junto às entrevistas serão publicadas as fotos de cada entrevistado com uma pergunta, ao mesmo tempo simples e complexa: Quem é você? A ideia é apresentar algumas pistas do “lugar de fala” dessas pessoas, de como elas se veem no mundo e a partir de que lentes o observam.

Contribuem para as discussões o doutor em Ciências da Comunicação pela Unisinos e professor da Ulbra, Deivison Campos, que analisa as origens do 20 Novembro a partir da trajetória do Grupo Palmares, propositor da data. O pesquisador também apresenta em uma entrevista inédita e exclusiva as impressões de Oliveira Silveira, poeta e um dos fundadores desta mobilização histórica, falecido em 2009.

O antropólogo e professor da USP Kabengele Munanga, pensa os mecanismos de funcionamento do racismo no Brasil, que segundo suas análises, são fortemente baseados nas diferenças fenotípicas.

José Antônio dos Santos, doutor em História pela PUC-RS, aborda o papel da imprensa negra nas lutas dos negros. “A população negra sempre tomou a iniciativa de participar das discussões e criar seus próprios canais de representação política e cultural”, frisa.

Movimentos afro-latino-americanos: unidos pela diáspora e contra a opressão é o tema da entrevista com Laura Cecilia López, professora dos Programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva e em Ciências Sociais da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos.

O tema da entrevista do doutor em Teologia Volney J. Berkenbrock é a experiência religiosa do Candomblé e seu diálogo com o Catolicismo. Para o teólogo essas duas tradições religiosas se afetam mutuamente na tarefa de encontrar o sentido da vida.

Alexandre Ciconello, advogado e assessor de direitos humanos da Anistia Internacional, fala sobre a vulnerabilidade da população negra quanto à violência no Brasil e destaca que os estereótipos racistas são fatores que intensificam esse problema.

O sociólogo e integrante do Instituto do Desenvolvimento da Diáspora Africana no Brasil, Alex André Vargem aponta que os fluxos migratórios contemporâneos resgatam a noção de Atlântico Negro, porém com elementos que revelam estagnações e retrocessos.

Simone Vieira da Cruz, psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela Unisinos e integrante da Associação Cultural de Mulheres Negras, fala das dificuldades de ser mulher negra na atualidade, em uma sociedade racista e machista.

Também nesta edição podem ser conferidas as seguintes entrevistas:

Fernanda Frizzo Bragato, professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Direito da Unisinos, reflete sobre a violação dos direitos humanos dos povos indígenas brasileiros.

Os desafios à preservação da saúde do trabalhador na atualidade é o tema da entrevista de Elsa Cristine Bevian, doutora em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Na mesma linha, a psicóloga e doutora em Psicologia Social e Institucional, Carla Garcia Bottega discute a saúde mental no mundo do trabalho.

A filosofia Ubuntu é debatida na entrevista do filósofo congolês Jean Bosco Kakozi Kashindi.

O legado da Reforma Luterana é analisado pelo doutor em Filosofia pela Unicamp, Márcio Gimenes de Paula.

O teólogo leigo italiano, Andrea Grillo avalia que o Sínodo dos bispos traz sinais de uma Igreja que sai de si e olha o mundo.

A todas e a todos uma boa leitura e uma ótima semana!

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