Edição 205 | 20 Novembro 2006

Comunicação na fase da multiplicidade da oferta

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IHU Online

Sala de Leitura

O próximo Sala de Leitura, marcado para 27-11-2006, traz o professor do Programa de Pós-Graduação da Unisinos, Valério Cruz Brittos, apresentando o livro Comunicação na fase da multiplicidade da oferta. Porto Alegre: Nova Prova, 2006, por ele organizado. Anote e participe: o evento acontece na Sala 1G119, das 17h30min às 19h, com entrada franca. Brittos concedeu uma breve entrevista por e-mail à IHU On-Line.

Brittos é graduado em Jornalismo e Direito pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL) e especialista em Ciência Política pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). É mestre em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a tese Capitalismo contemporâneo, mercado brasileiro de televisão por assinatura e expansão.

Atualmente, pesquisa sobre televisão, mercado e sociedade: televisão e política pública no Governo Lula. É editor do periódico acadêmico Eptic On line-Revista Electrónica Internacional de Economía Política de las Tecnologías de la Información y de la Comunicación (www.eptic.com.br) e presidente do Capítulo Brasil da Unión Latina de Economia Política de la Información, la Comunicación y la Cultura (ULEPICC-BR). De sua produção bibliográfica, destacamos Recepção e TV a cabo: a força da cultura local. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2001, Comunicação, informação e espaço público: exclusão no mundo globalizado. Rio de Janeiro: Papel & Virtual, 2002, por ele organizado, e Rede Globo: 40 anos de poder e hegemonia. São Paulo: Paulus, 2005, organizado em parceria com o pesquisador César Ricardo Siqueira Bolaño.

O fazer comunicação

Valério apresentou o primeiro livro citado no evento Sala de Leitura, do IHU, em 20-06-2005, sobre o qual escreveu um artigo, publicado na edição 146 da revista IHU On-Line, dessa mesma data. Ele apresentou também o IHU Idéias de 30-10-2003, com o tema Produção regulamentação: as barreiras da televisão. Sobre ele, concedeu a entrevista TV digital mais governo Lula pode resultar em democratização, publicada na 81ª edição do IHU On-Line, de 27-10-2004. Em 18-11-2005 apresentou o livro Comunicação, hegemonia e contra-hegemonia, organizado por Valério, Othon Jambeiro e Álvaro Benevenuto Jr.   

IHU On-Line - Qual a principal idéia do livro Comunicação da fase da multiplicidade da oferta? Quais os desafios que a obra propõe?

Valério Cruz Brittos
- A idéia central do livro é a denominada Fase da Multiplicidade da Oferta da comunicação contemporânea, ou seja, um período histórico específico, em que há uma ampliação acelerada da quantidade de bens simbólicos, colocada à disposição do consumidor. Trata-se de uma noção que desenvolvi inicialmente para trabalhar a televisão brasileira e, neste segundo momento, estamos todos enfrentando o desafio de pensarmos como se trata de um processo verificado em cada uma das mídias. Nos diversos capítulos, são debatidas especificidades desta Fase da Multiplicidade da Oferta. Isso passa pela proposição de que uma série de elementos caracteriza o fazer comunicação, distinguindo-o de outros momentos anteriores. Cabe destacar que é uma ampliação essencialmente mercadológica, ou seja, organizações midiáticas estruturadas conforme a racionalidade capitalista, que desenvolvem e distribuem produtos segundo as lógicas de mercado, o que não impede a presença de experiências alternativas.

IHU On-Line - Quais são as ofertas a que o senhor se refere?

Valério Cruz Brittos
- As ofertas referidas são de produtos midiáticos à disposição do consumidor. São de programas de TV, de rádio, de espaços jornalísticos generalizados, de filmes, de música em geral, de sítios na internet, de jogos e muito mais. Com isso, há um acirramento da disputa intramídia, dentro de cada meio, mas também intermídia, pois, num dado momento, televisão, cinema e internet, por exemplo, estão todos competindo pela atenção do receptor. Em boa medida, são ofertas pagas diretamente, não obstante o financiamento via publicidade esteja muito presente, notadamente quanto aos conteúdos ligados ao entretenimento fácil. Essa dinâmica tem aumentado o fosso entre os que têm acesso à informação e os que não dispõem dela. Nota-se o fenômeno do pagamento direto especialmente no que se refere à informação diferenciada, ganhando evidência maior relativamente à relevante. Não se pode descolar essas manifestações da reconfiguração capitalista e da implantação das políticas neoliberais, ligando-se aos movimentos de segmentação da produção e pulverização do consumo, insegurança urbana, crise do Estado e revalorização do papel do sujeito.

 

 

 

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