Evento promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, Cátedra Unesco, Filosofia Unisinos e Programas de Pós-Graduação em Direito e em Saúde Coletiva da UNISINOS quer refletir sobre as práticas de justiça em relação às vítimas
A restauração de um passado se dá através da trama de diversas narrativas. Na História do Brasil, por muito tempo, o período de regime militar, de 1964 a 1985, era contado apenas por uma narrativa. As vítimas tinham sua experiência sufocada. Agora, estas vítimas do regime passam a ter voz. E, na busca pela reparação, o Estado começa um movimento para encarar de frente esse passado rejeitado. É nesse processo que se insere o conceito de justiça de transição. Verdade, memória e restauração são conceitos que passam a ser discutidos desde a perspectiva das vítimas. É nessa ambiência que o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, Cátedra Unesco – Unisinos de Direitos Humanos e violência, governo e governança, curso de Filosofia e Programas de Pós-Graduação em Direito e em Saúde Coletiva da UNISINOS promovem o III Colóquio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU e o VI Colóquio da Cátedra Unesco – Unisinos de Direitos Humanos e violência, governo e governança, sob o tema A justiça, a verdade e a memória na perspectiva das vítimas. A narrativa das testemunhas, estatuto epistêmico, ético e político.
Ao longo desses dois dias, conferencistas do Brasil e do exterior promoverão reflexões sobre as práticas de justiça em relação às vítimas. Assim, o colóquio se propõe a debater as diversas práticas de justiça em que a condição das vítimas que sofreram a injustiça é o referente ético, político e jurídico para pensar o justo. Diversas práticas de justiça na perspectiva das vítimas, tais como a justiça transicional, a justiça restaurativa, a internacionalização da justiça, a justiça histórica, a justiça e o perdão, entre outras, estão entre os temas das palestras. O evento ainda se propõe a investigar a relevância do testemunho das vítimas, e das vítimas como testemunhas da injustiça, a fim de poder pensar o estatuto epistêmico da narrativa das testemunhas como referente ético, político e jurídico para uma justiça que tenha como prioridade restaurar, no possível, a injustiça sofrida pelas vítimas e, secundariamente, a penalização da transgressão da lei vigente.
A seguir, confira entrevista com alguns dos painelistas. ■
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