Edição 469 | 03 Agosto 2015

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Redação

Entrevistas publicadas entre os dias 28-07-2015 e 31-07-2015 no sítio do IHU.

Parque da Serra da Capivara: “Estamos vendo o fim se aproximando” 

Entrevista com Niéde Guidon, graduada em História Natural pela Universidade de São Paulo - USP, especialista em arqueologia pré-histórica, pela Sorbonne, França. Integrante da Missão Arqueológica Franco-Brasileira, e atualmente Diretora Presidente da Fundação Museu do Homem Americano. 

Publicada em 30-07-2015

Depois de 40 anos desenvolvendo pesquisas e buscando fundos para manter o Parque da Serra da Capivara, no Piauí, que tem “a maior concentração de sítios com pinturas rupestres do mundo, um meio ambiente muito rico, ainda não completamente estudado e monumentos geológicos fantásticos”, a arqueóloga Niéde Guidon é categórica ao afirmar que não vislumbra “nenhum” futuro para os projetos que vêm sendo desenvolvidos até então. A falta de recursos financeiros para dar continuidade ao projeto que vem sendo desenvolvido nas últimas quatro décadas tem tornado impossível “manter um corpo permanente de funcionários, os veículos e máquinas necessários para os trabalhos”, informa. Na avaliação de Niéde, a atual situação do Parque da Serra da Capivara é o claro exemplo de que “o problema é que no Brasil há muitas leis, mas não são fornecidos recursos para que as mesmas sejam aplicadas”. 

 

O imobilismo e a tentativa de resgatar o sentimento progressista

Entrevista com Talita Tibola, psicóloga e tradutora, doutora em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense – UFF, integrante do Grupo PesquisarCom e da Universidade Nômade. A pesquisadora participou do ciclo de Ocupas e de movimentos autônomos em Bologna, na Itália.

Publicada em 29-07-2015

Junho de 2013 significou “a perda do medo e a retomada do político pela população”. Contudo, “depois de junho”, restaurou-se o medo, fragmentou-se a mobilização e houve uma divisão ainda maior entre partidos políticos e movimentos sociais, afirma Talita Tibola, psicóloga que vem estudando as manifestações políticas que têm surgido no país nos últimos anos. Entre as divisões políticas acentuadas pós-junho, a psicóloga destaca a divisão no Partido dos Trabalhadores, a qual tem como finalidade “conservar a unidade” do partido apesar das posições divergentes. “Contraditoriamente, no momento em que o governo do PT é praticamente um governo de direita, o que é consenso inclusive entre os grupos mais à esquerda, o ‘sentimento de esquerda’ é convocado para defender, no final das contas, o governo. O resultado é mais imobilismo. Porque em vez de práticas, pautas, reinvenção, o que acontece é uma ação baseada na negação de algo, em ser ‘anti-direita’”, pontua.

 

Desmatamento silencioso da Caatinga tem intensificado a desertificação do semiárido brasileiro 

Entrevista com Iêdo Bezerra de Sá, graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, mestre em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, doutor em Geoprocessamento pela Universidad Politécnica de Madrid, e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa.

Publicada em 28-07-2015

Mais de 50% das áreas do semiárido brasileiro já “estão com processo de desertificação acentuado”, e cerca de 10 a 15% do território enfrenta uma situação de desertificação severa. Para se ter uma ideia, a soma das extensões de terras degradadas no Ceará, na Bahia e em Pernambuco equivale a “63 mil km²” de desertificação, aponta Iêdo Bezerra de Sá. O pesquisador explica que a desertificação é um fenômeno de degradação ambiental que acontece particularmente em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, a exemplo do Nordeste e de parte do Sudeste brasileiro.

De acordo com o engenheiro florestal, no Brasil a desertificação no semiárido tem se agravado por causa do desmatamento na Caatinga. “Ao desmatar a Caatinga, os solos ficam completamente expostos a todas as intempéries”, frisa. Além do desmatamento, Bezerra de Sá enfatiza que a irregularidade das chuvas contribui para que a degradação seja ainda mais acentuada em algumas regiões. 

 

A história grega ainda está sendo escrita 

Entrevista com Rodrigo Nunes, doutor em Filosofia pelo Goldsmiths College, Universidade de Londres, e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio. É colaborador de diversas publicações nacionais e internacionais. Como organizador e educador popular, participou de diferentes iniciativas ativistas, e foi membro do coletivo editorial de Turbulence, uma revista influente entre os movimentos sociais da Europa e da América do Norte.

Publicada em 27-07-2015

A crise grega, que já dura cinco anos, “não tem nenhuma perspectiva de terminar — pelo contrário, tende a se agravar com as novas medidas”, avalia Rodrigo Nunes, que acaba de retornar de Atenas, após participar da conferência Democracy Rising, da qual também participaram pessoas como Tariq Ali, Costas Lapavitsas, Paul Mason, Zoe Konstantopoulou, Bruno Bosteels, Jodi Dean, Sandro Mezzadra, entre outros.

Na entrevista, Nunes diz que há muitas questões em aberto em relação à crise grega, em especial ao novo memorando anunciado pelo governo grego, resultado do novo acordo com a Troika, e ao futuro político de Tsipras e do Syriza de modo geral. Rodrigo Nunes lembra que o “Syriza se elegeu com a linha da ala moderada, majoritária, do partido: acabar com a austeridade sem sair do Euro”. Entretanto, pontua, “a questão é: é possível ter as duas coisas ao mesmo tempo?” 

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