Edição 469 | 03 Agosto 2015

O ECOmenismo de Laudato Si’

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

Redação

Da Crise Ecológica à Ecologia Integral
Imagem da capa. Foto: Yogendra - Flickr Creative Commons

A íntegra da Carta Encíclica Laudato Si’ pode ser lida, em português

Frente ao paradigma tecnocrático dominante, a Carta Encíclica do Papa Francisco Laudato Si’ sobre o cuidado da casa comum, coloca em causa o lugar do ser humano na contemporaneidade. O texto se inscreve no contexto da realização da 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 21, a ser realizada em Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro de 2015.

A edição desta semana da revista IHU On-Line debate o documento pontifício no contexto das mudanças climáticas que desafiam o cuidado da casa comum. Participam do debate pesquisadores e pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento como os cientistas abaixo:

- Josh Rosenau, diretor do Projeto de Informação Pública da National Center for Science Education – NCSE dos EUA:

- Jefferson Simões, glaciólogo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS:

- Veerabhadran Ramanathan, da Universidade da Califórnia, em San Diego, EUA;

- Partha Dasgupta, da Universidade de Manchester, no Reino Unido;

- Filipe Duarte Santos, diretor do Centro de Física Nuclear da Universidade de Lisboa, Portugal;

- Tercio Ambrizzi, doutor em Meteorologia pela Universidade de Reading, Inglaterra.

O pensamento econômico do Papa Francisco, expresso na Encíclica e no discurso proferido no Encontro Mundial de Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, é analisado por Gaël Giraud, economista e jesuíta, diretor de pesquisa do Centre National de la Recherche Scientifique - CNRS, membro do Centro de Economia da Sorbonne e da Escola de Economia de Paris. Incisivo, ele constata que "a economia neoclássica fracassou completamente em seu programa epistemológico que consiste em excluir a justiça social do campo da economia".

Igualmente o documento é debatido por ambientalistas:

- Moema Miranda, antropóloga do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Ibase;

- Maurício Waldman, sociólogo e antropólogo, tradutor do Manifesto Eco Modernista;

- Carlos Rittl, coordenador executivo do Observatório do Clima;

- Jennifer Morgan, diretora do Climate Program at the World Resources Institute.

Uma leitura do texto bergogliano à luz do paradigma da complexidade de Edgar Morin é feita por Edgard de Assis Carvalho, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP.

A abordagem multidimensional da questão ecológica é, igualmente, ressaltada por José Roque Junges, professor e pesquisador do PPG em Saúde Coletiva da Unisinos e por Patrick Viveret, filósofo e ensaísta francês.

 A Carta Encíclica também é refletida por teólogos e teólogas:

- André Wenin, professor da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, e da Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, que discute a fundamentação exegético-bíblica do documento;

- Paulo Suess, assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, analisa e detalha os pontos fundamentais do documento à luz do discurso do Papa Francisco, acima referido, proferido no Encontro Mundial de Movimentos Populares;

- Christiana Peppard, professora de Teologia, Ciência e Ética na Fordham University

- Jame Schaefer, teóloga que leciona na Universidade de Marquette, em Milwaukee, Wisconsin, EUA;

- Christian Albini, teólogo leigo italiano.

Chiara Frugoni, historiadora italiana de renome internacional nos estudos sobre a Idade Média, descreve traços característicos de Francisco de Assis, que inspiram a Laudato Si', a começar pelo título tomado do Cântico das Criaturas.

Por sua vez, Michael Czerny, jesuíta, assessor do Conselho Pontifício Justiça e Paz, narra suscintamente alguns detalhes dos bastidores do processo de elaboração da Laudato Si'.

Por fim, a edição faz memória de Dorothy Stang, assassinada na defesa da Amazônia. A entrevista com Roseanne Murphy, socióloga e religiosa norte-americana, e um testemunho de Jane Dwywer, companheira de vida religiosa de Dorothy, completam a edição.

A todas e a todos uma boa leitura e uma ótima semana!

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição