Edição 468 | 29 Junho 2015

As potencialidades de futuro da Constituição Pastoral Gaudium et spes: por uma fé que sabe interpretar o que advém – Aspectos epistemológicos e constelações atuais

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Redação

Cadernos Teologia Pública, em sua 96ª edição, traz o artigo, de Christoph Theobald, professor de Teologia no Centre Sèvres de Paris.

No artigo o teólogo analisa como este documento escrito há cerca de cinco décadas se atualiza nas discussões de hoje. Para Theobald, “falar de potencialidades de futuro de Gaudium et spes requer uma conscientização imediata da distância histórica que nos separa desse texto, redigido há quase 50 anos. O estudioso chama a atenção para o fato de que o olhar sobre tais escritos deve considerar o período histórico, mas também atentar para o caráter vanguardista de muitas das ideias expressas no documento. “É a própria Constituição Pastoral que, em um ato que pode agora ser considerado profético, nos adverte acerca de seu próprio enraizamento contingente e, por esta razão, nos convida a fazer hoje o mesmo trabalho de discernimento que ela realizou em seu tempo (in mundo huius temporis). Surge, então, uma distinção que não deveríamos assimilar apressadamente como sendo óbvia, pois ela representa a primeira e provavelmente a mais nova e promissora das potencialidades de futuro do texto: a diferença entre o discernimento dos sinais dos tempos como método ou maneira de proceder e seu resultado, que, em 2015, não pode mais ser o mesmo de 1965”, explica.

Ao longo do texto, Theobald faz uma análise minuciosa da Gaudium et spes e dos modos que esse documento avalia a realidade e à relaciona com o clero e o Evangelho na época em que foi redigido. Trazendo essas discussões para a contemporaneidade, o autor questiona: “Poderíamos então supor, ao menos, que o método do discernimento – chamado aqui mesmo, há dois anos, de ‘gramática gerativa das relações entre Evangelho, Sociedade e Igreja’ – é o mesmo ainda hoje? Asperamente discutida em 1965, principalmente entre bispos franceses e alemães, sua explicitação em Gaudium et spes, 4 e 11, permaneceu inacabada – é preciso admiti-lo – e foi retomada depois do Concílio por disciplinas teológicas diferentes – em especial, a teologia moral e a teologia fundamental –, sem alcançar uma verdadeira unificação. Por certo, o número 44 de Gaudium et spes, que especifica o que ele designa por “lei de toda a evangelização”, e o capítulo II da segunda parte, que trata da cultura, fazem desse modus procedendi o objeto de uma metarreflexão, capaz de desenvolver uma consciência hermenêutica em harmonia com a situação contemporânea do homem e da Igreja”.

Esta e outras edições dos Cadernos Teologia Pública podem ser adquiridas diretamente no Instituto Humanitas Unisinos – IHU, solicitados pelo endereço Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e também suas versões digitais podem ser acessada. ■

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