Edição 468 | 29 Junho 2015

Linha do Tempo

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Redação

A IHU On-Line apresenta seis notícias publicadas no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU publicadas entre os dias 22-06-2015 e 26-06-2015, relacionadas a assuntos que tiveram repercussão ao longo da semana.

“Mortal” linha ferroviária transamazônica ameaça povos indígenas

Um polêmico megaprojeto de construção de uma linha de trem transcontinental entre o Atlântico e o Pacífico tem gerado indignação entre os povos indígenas e na organização Survival International, movimento global pelos direitos dos povos indígenas e tribais. A reportagem foi publicada por Adital e reproduzida por amazônia.org.br, em 24-06-2015.

O trem, que conta com o respaldo do governo chinês, atravessará numerosos territórios indígenas e zonas de enorme biodiversidade na selva amazônica brasileira e peruana. Se concretizada sua construção, causará estragos nas terras e nas vidas dos povos indígenas, ao abrir suas regiões à exploração industrial e à mineração e ao desmatamento ilegais, e fomentará a colonização dos seus territórios. Povos indígenas isolados, as sociedades mais vulneráveis do planeta, poderão enfrentar a devastação pela invasão de suas terras. Populações inteiras correm o risco de serem aniquiladas pela violência dos forasteiros, e por enfermidades, como a gripe e o sarampo, frente as quais não têm imunidade.

 

“Eu sou contra a posição arrogante de Israel”, diz Caetano Veloso

Quando não se esperavam por mais respostas, Caetano Veloso primeiro falou: “Eu quero dizer a todos que dizem ‘Israel, não’: Palestina, sim. ‘Israel, não’ é empobrecedor”, disse durante seu show na Virada Cultural de São Paulo, na noite de domingo, 21-06-15. A reportagem é de Julio Maria, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, em 24-06-2015.

Caetano Veloso e Gilberto Gil receberam uma carta do ex-Pink Floyd Roger Waters, pedindo que eles cancelassem o show marcado para Tel-Aviv, em 28 de julho. O primeiro baiano havia feito silêncio, o segundo, não. Ao jornal Estado, Gil respondeu há duas semanas que iria a Tel-Aviv “cantar para um Israel palestino”, dizendo que não via razões para boicotar o show e que, por outras três vezes, recebeu pedidos similares às vésperas de se apresentar em Israel. 

Caetano agora resolveu responder: “Eu preciso lhe dizer como meu coração é fortemente contra a posição de direita arrogante do governo israelense. Eu odeio a política de ocupação, as decisões desumanas que Israel tomou naquilo que Netanyahu nos diz ser sua autodefesa. E acho que a maioria dos israelenses que se interessam por nossa música tende a reagir de forma similar à política de seu país”.

 

Governo grego diante de “escolha impossível”

Uma reunião emergencial sobre a crise da dívida da Grécia terminou sem acordo na última quarta-feira, 24-06-15, após credores internacionais terem recusado as propostas do premiê grego Alexis Tsipras. A reportagem foi publicada por BBC Brasil, em 24-06-2015.

O premiê criticou a recusa, alegando que já foram aceitos termos semelhantes propostos por outros países que negociaram pacotes de resgate. Tsipras deu a entender que os credores não querem um acordo no caso da Grécia, e sim acuar o governo grego. Se não houver acordo, Tsipras se verá diante de uma encruzilhada, entre as promessas que fez a seus eleitores e os compromissos que os credores insistem que ele respeite, explica o enviado da BBC News a Bruxelas, Chris Morris.

A Grécia tem de pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI até o final do mês, ou enfrentará a moratória e uma possível saída da zona do euro. Para pagar esse montante, Atenas precisa que seus credores liberem uma parcela do pacote de resgate ao país. 

 

Prossegue a discussão do Sínodo: divorciados, homossexuais e uniões pré-matrimoniais

O Vaticano publicou na última terça-feira, 23-06-15, o documento com as orientações para o Sínodo sobre a Família de outubro. O documento integra as conclusões da assembleia extraordinária do ano passado e retoma as discussões sobre os temas mais diversos que se relacionam com a família, desde as convivências pré-matrimoniais até a missionariedade da família, desde a questão dos divorciados recasados até a situação dos homossexuais, desde o aborto até a anticoncepção, desde a educação sexual até a necessidade de envolver as mulheres e as famílias na formação do clero nos seminários. Um texto no qual se destaca, concluindo, que não se pode “esquecer que a celebração do próximo Sínodo se situa em sintonia com o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que começa no próximo dia 08 de dezembro de 2015.

 

“Reduzir maioridade penal pode agravar a violência”

Vinte e cinco anos após a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, uma comissão especial da Câmara dos Deputados deu aval à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes violentos. A aprovação da emenda à Constituição foi na última quarta-feira, 17-06-15, em uma sessão fechada ao público - para escapar de protestos. Padrinho do projeto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, promete submeter o tema a votação em 30 de junho.

Pela proposta, adolescentes com 16 anos ou mais podem ser punidos como adultos por crimes hediondos, estupro e latrocínio incluídos, ou equiparados, a exemplo do tráfico de drogas e da tortura. Também podem ser encarcerados em penitenciárias comuns por lesão corporal grave, homicídio doloso e roubo qualificado, quando há uso de arma, participação de duas ou mais pessoas ou restrição da liberdade da vítima, por exemplo. Antes de seguir para o Senado, o projeto precisa do apoio de 60% dos deputados, em dois turnos de votação.

 

Uma nova frente de esquerda está em gestação

A campanha "O Petróleo É Nosso", lançada há mais de 60 anos, uniu políticos, movimentos, intelectuais e personalidades de diversas correntes e acabou vitoriosa graças a essa variedade de integrantes. Seria possível repetir algo parecido hoje no Brasil para enfrentar uma ofensiva conservadora que não se limita a pregar a repartição do pré-sal com companhias estrangeiras, mas também o impeachment, a volta da ditadura, o retrocesso em direitos sociais e trabalhistas? Há quem aposte que sim e prepare o lançamento de uma reação por ora chamada de Frente Nacional Popular.

A Frente deverá ganhar vida em junho, a partir de um ato público. Entre seus articuladores circula um esboço de manifesto. Embora o objetivo principal seja o de resistir à onda conservadora, o documento elenca bandeiras propositivas. Prega-se a defesa da democracia e seu aprofundamento pela reforma política, o fortalecimento da soberania nacional contra os efeitos da crise da Petrobras, a volta do crescimento com distribuição de renda e sem arrocho fiscal, o combate às desigualdades e a manutenção de direitos trabalhistas. 

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