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Leslie Chaves
Esse comportamento inusitado para uma figura tão importante já foi tema de diversas reportagens na mídia. Algumas revelaram que Francisco costuma ligar para confortar pessoas doentes, responde a apelos de fiéis que estão passando por dificuldades e deixam mensagens com pedidos de ajuda, e também telefona para quem o critica publicamente. Esse foi o caso do jornalista argentino Alfredo Leuco, que, em uma carta aberta publicada em abril de 2015, desaprovou a reunião marcada entre o pontífice e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para o mês de junho deste ano. O Papa relata que esse é um hábito antigo, que vem desde os tempos em que vivia em Buenos Aires, quando respondia aos bilhetes, cartas e ligações da comunidade que o procurava em busca de apoio. Costume que demonstra sua disposição para o diálogo e seu modo de conviver com as pessoas.
Inspirada nesse comportamento de Francisco, a IHU On-Line procurou saber dos participantes do II Colóquio Internacional IHU – O Concílio Vaticano II: 50 anos depois. A Igreja no contexto das transformações tecnocientíficas e socioculturais da contemporaneidade, o que diriam se recebessem uma ligação do Papa.
“Eu agradeceria a ele a ligação que fez para mim, e diria a ele que continuasse nessa busca de abertura ao diálogo inter-religioso. Na própria Evangelii Gaudium ele salienta uma Igreja muito próxima das pessoas, uma Igreja em saída. Então eu diria que essa é a verdadeira Igreja de Jesus Cristo, uma Igreja próxima das pessoas, que está atenta à necessidade do outro. Ele diz que quando nós vamos em busca do outro, nós não sabemos como vamos encontrá-lo, então por isso sempre devemos ter uma palavra de consolo, saber escutar e saber falar. Eu diria a ele para continuar sempre renovando, apesar de ele não trazer essencialmente nada de novo, o que ele faz de fato é colocar em prática o Vaticano II, que representa uma Igreja aberta e atenta aos apelos do outro e do mundo contemporâneo.”
Jordan Carvalho, teólogo, pré-noviço Lassalista da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, em Porto Alegre – RS.
“Papa Francisco, estou muito feliz com a sua ligação, me sinto privilegiada e lisonjeada. Também quero lhe agradecer pela sua missão profética. Nós estamos aqui no colóquio em São Leopoldo, retomando o documento Gaudium et Spes, e nesse momento oportuno de sua ligação me deixa muito mais feliz.”
Carmélia Chaves Soares dos Santos – estudante de teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e Catequista da Paróquia São Carlos, em Curitiba – PR.
“Primeiramente eu agradeceria pelo testemunho que ele é, com certeza um exemplo de pessoa, de cristão, que nos inspira enquanto religiosos e católicos. Também diria pra ele que a Igreja se aproximasse mais dos jovens, e que se fizesse o esforço de trazer esses jovens para a Igreja, fazendo esse duplo movimento de aproximação. Isso significa talvez mexer na própria liturgia, na forma de culto e celebração para atrair a juventude, que sabemos que também é responsável pelas mudanças e por esse diálogo com a cultura.”
Marcelo Cesar Salami, irmão Lassalista, em Porto Alegre – RS.
“Se eu recebesse uma ligação do Papa eu ficaria muito feliz e diria a ele que estamos aqui no colóquio retomando a Gaudium et Spes e seguindo as suas orientações, vivenciando o que ele está propondo para a Igreja hoje, para toda a sociedade e para a transformação de mentalidades, principalmente a respeito da nossa visão sobre aquelas pessoas mais necessitadas, os excluídos, porque é aí que temos que alimentar e suscitar a vida.”
Vilma Tereza Rech, irmã Pastorinha e integrante da coordenação do setor de animação bíblico catequética da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, regional 3, em Porto Alegre – RS.
“Eu agradeceria a revolução que ele vem fazendo na Igreja. São necessárias mudanças, e abertura da Igreja, para que ela entre em diálogo com outras vozes, outras religiões e até mesmo com outras ramificações cristãs. Então essa é uma grande revolução que o Papa Francisco vem fazendo na Igreja, que é alegria não só para os católicos, mas para os cristãos de outras denominações e também para fiéis de outras religiões. Ele vem fazendo esse diálogo muito aberto.”
Leandro Sousa Brito, teólogo, pré-noviço Lassalista da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, em Porto Alegre – RS. ■
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- A matéria que inspirou a reportagem é intitulada "Cinco minutos com o Papa Francisco. O que você diria?", publicada nas Notícias do Dia, de 19-05-2015.