Edição 462 | 30 Março 2015

LUIZ AUGUSTO FAROFA DA SILVA

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Luiz Augusto Farofa da Silva

Luiz Augusto Farofa da Silva, 52 anos, natural de Canela - RS, professor do Ensino Médio na Rede Pública Estadual e Gestor Municipal de Políticas Públicas de Desenvolvimento Social em Canoas – RS, graduado em História. Atua na E.E.E.M. Cônego José Leão Hartmann, bairro Guajuviras, também em Canoas.
Foto: Acervo Pessoal

Creio em...

Em que acreditar em um momento em que a humanidade é quase uma negação da mesma? Por isso acredito que o ser humano necessita voltar em busca das suas origens. O que nos fez estarmos aqui e dominarmos e modificarmos o meio ambiente para o conforto e bem-estar “de todos nós”? Acredito que devemos buscar a origem do trabalho e da construção coletiva, dos valores como a solidariedade, a partilha, o bem comum, a sustentabilidade, a igualdade, a justiça e o amor e respeito entre as pessoas e com o meio ambiente. Podemos de fato pretender um mundo melhor, sem exclusão, sem violência, sem destruição da natureza e da vida. Acredito que não precisamos reinventar a roda, basta buscarmos no processo histórico quais os meios e os valores utilizados para que a humanidade se transformasse no que somos. Já nos ensinavam os sábios, muitas vezes as soluções para os problemas mais complexos são as mais simples. A vida é um ciclo natural em que precisamos estar prontos até para as surpresas. Então para que complicar um ciclo que é praticamente perfeito?  Acredito no ser humano como um ator social com capacidade de realizar coisas maravilhosas para a coletividade e para o próximo sem olhar a quem. Com condições de transformar e vencer diversas barreiras. Para ser útil na vida, em qualquer das suas dimensões, não é necessário lutar ou vencer o outro. Nosso melhor aliado é o nosso irmão, nosso vizinho, nosso amigo. E se muitas vezes a vida nos traz desafios que à primeira vista parecem intransponíveis,  é provado que coletivamente podemos mais e melhor.

 

Eu espero...

Espero que o conhecimento construído no processo histórico da humanidade tenha condições de garantir um mundo e uma sociedade, onde o essencial é invisível aos olhos, como nos ensinou em o Pequeno Príncipe, Antoine Saint Exupéry. Onde as pessoas tenham seu valor reconhecido pelo que são e não pelo que têm. Onde a tolerância e a gentileza andem de mãos dadas. Uma sociedade que termine com todo o tipo de violência, discriminação e intolerância, que a vida siga sendo o bem maior e inalienável. Que as pessoas desenvolvam a capacidade de se comunicar não apenas através da fala, mas que uma troca de olhar diga mais que um discurso bem elaborado. Que as pessoas sintam-se sempre muito melhores na presença do outro, as crianças tragam a certeza no olhar que são amadas pelos pais e mães biológicos, afetivos, adotivos, héteros ou homoafetivos, não importa, o que importa é o amor puro e sincero.  Que, de forma alguma, as pessoas não percam a capacidade de sonhar e que tenham a condição de melhorar em todos os aspectos humanos e humanizadores. Não espero super-homens ou supermulheres, espero apenas uma humanidade essencialmente humana. A política volte a sua origem que é a arte do bem comum. Se me perguntarem se tudo isso é possível? Respondo com muita tranquilidade, só depende de nós e de nossas escolhas, do exercício do livre arbítrio. Pois trazendo Saint Exupéry de volta. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” Então vamos cativar o bem e sermos responsáveis por uma sociedade onde todas as pessoas se vejam e se sintam incluídas em todos os processos e dimensões. O que estamos esperando? Vamos iniciar já. Onde? Nas nossas vidas, na forma como nos relacionamos com o mundo e com as pessoas, somente os seres humanos têm a capacidade de encarar de frente e vencer um desafio do tamanho desse, ou seja, fazer o  bem sem olhar a quem e preservar o nosso planeta se utilizando do conhecimento para um desenvolvimento sustentável. O desafio é começar já pelas nossas casas e pelas relações que estabelecemos em nossas vidas. “O sonho deixa de ser sonho, quando nos movimentamos para transformá-lo em realidade”.

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